Iniciei a leitura de Thomas Merton
quando estava no colegial. O primeiro livro que li dele foi: Homem Algum é
Uma Ilha. Depois, fui devorando um por um dos seus livros traduzidos para o
português: A Montanha dos Sete Patamares, Diário Secular, Sementes de
Contemplação, Sementes de Destruição, O Pão Vivo, Águas de Siloé, O Pão do
Deserto, A Via de Chuang Tzu, A Vida Silenciosa, A sabedoria do Deserto, Poesia
e Contemplação, Marta, Maria e Lázaro, até o Seu Diário da Ásia... Ele
escreveu mais de 60 livros!
Nunca me esqueci da alegria de Alceu
Amoroso Lima ao se encontrar com Thomas Merton, em 1951, encontro descrito no
seu Memórias Improvisadas!
Segundo ele próprio, T. Merton, ao
lado de Gabriel Marcel, Emmanuel Mounier e Teilhard de Chardin, foi um dos que
“influíram na evolução do seu pensamento”.
Aliás, Tristão de Athayde foi
tradutor de algumas obras de T. Merton, entre elas, do Diário Secular.
Entre tantas lembranças suas a
respeito do Monge Trapista, Alceu recordou-se de um pensamento, tão atual:
“Nada é mais pernicioso para a Igreja do que o fanatismo”!
Mas quem foi Thomas Merton?
Francês de nascimento, nascido em
1915, filho de pai neozelandês e de mãe norte-americana, ambos pintores.A mãe
morreu quando ele tinha seis anos e o pai, quando ele tinha dezesseis anos.
Formou-se em Cambridge, na
Inglaterra e na Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque.
Começou sua vida profissional como
jornalista, escritor e professor.
Converteu-se ao catolicismo, entrou
para Abadia Trapista de Getsemani, no Kentucky, Estados Unidos, onde viveu até
o fim de sua vida.
Faleceu aos 53 anos em Bangcoc, na
Tailândia, no dia 10 de dezembro de 1968.
Fiquei sabendo de sua morte, no
intervalo de aulas, na Gregoriana em Roma.
Thomas Merton distinguiu-se por seus
livros sobre teologia, arte, vida monástica e religiosa, além de ter sido poeta
e estudioso de religiões comparadas.
Foi um dos maiores mestres de
espiritualidade a partir da segunda metade do século XX. Engajado na campanha
contra a guerra do Vietnã, na campanha a favor do desarmamento atômico, a ponto
de perguntar:
“Por que um vergonhoso silêncio e
apatia por parte dos católicos, do clero, da hierarquia, dos leigos, sobre essa
terrível questão da guerra nuclear, da qual depende a real continuação da raça
humana?”
Lembra até um dos pontos da Campanha
da Fraternidade do ano de 2011!
Foi um místico do século XX,
engajado nos grandes temas da época e profeta sofrido, quer na Igreja , quer na
sociedade de seu tempo.
Digitou este artigo: Ricardo Rodrigues de Oliveira (Enfermeiro e
Cuidador do Autor)