sábado, 20 de dezembro de 2014

DÍZIMO




Não é esmola.
É oferta de quem,
agradecido a Deus,
oferece sua gratidão,
para que a comunidade
possa contar
com os serviços do culto,
da evangelização
e da caridade.

Com o dízimo,
cada um participa também
da vida da sua comunidade!

É preciso que ele seja consciente,
sincero, perseverante,
generoso, alegre e,
sobretudo, de coração!

Seja você, também,
um dizimista
da sua comunidade.


Pe. Francisco de Assis Correia

ORGULHO



O padre, ao final de seu panegírico,
disse à sua comunidade:
- Preciso de um alvanel!
Alguém lhe perguntou:
- O que é isso?
Ele respondeu:
- Um albanel!
- Quê?
- Um alvaner!
- Quê?
- Um alvanéu!
- Quê?
- Um alvanir!
- Quê?
- Um alveneiro!
- Quê?
- Um alvenel!
- Quê?
- Um alvener!
- Quê?
- Um alvenéu!
- Quê?
- Um pedreiro, entenderam?
- Prá quê?
- Prá construir uma outra Igreja, porque esta,
esta aqui,
está muito pequena prá mim!


Pe. Francisco de Assis Correia. 

CAVAQUINO E VIOLÃO

CAVAQUINO E VIOLÃO
OU
“SÔ” DÉLCIO E “SÔ” ZEQUINHA

Diz a Bíblia que quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro.
Foi o que aconteceu com Sô Délcio e Sô Zequinha. Um dia se encontraram e tornaram-se amigos. Compartilharam o mesmo gosto pela música. Aquele com seu cavaquinho. Este com seu violão.
Hoje, encontram-se com frequência. Passam algumas horas juntos. Tocam um chorinho, conversam particularidades da música, comentam a vida do compositor como se este lhes fosse familiar.
Entre uma música e outra, um dedo de prosa. Cada um fala do sofrimento, da dor e do amor que carregam.
As esposas de um e de outro estão, há anos, doentes. Muito doentes... A do seu Délcio, Dona Maria, sofre de diabetes, perdeu a visão e, agora, está com Alzsheimer... A do seu Zequinha sofre com transtorno mental bilateral, dificuldade de deambular, problemas renais, intestinais, etc, etc.
Um e outro, porém, cuida de suas esposas com todo cuidado, carinho e dedicação. Sacrificam-se por elas.
Sô Délcio para sair de casa, só o faz, se houver alguém de sua absoluta confiança para o substituir por poucas horas.
Sô Zequinha, igualmente.
Entre um chorinho e outro, ambos falam do que lhes é comum, com toda a sinceridade e amizade. Sem perder a esperança, nem a perseverança, sabem, na prática, que amar é sofrer juntos, é envelhecer juntos...
Não deixe Deus faltarem-lhes as forças, nem o desânimo abatê-los. 


Pe. Francisco de Assis Correia.

A FOTOGRAFIA

Pe. Francisco de Assis Correia.
17 de março de 2011.

“No futebol a cabeça é o terceiro pé” (Sergio Porto – 1923 – 1968).

Após cinqüenta anos, “Sô” Zequinha foi rever uma fotografia preciosa que ele achava que estivesse num bar de Pontal – o do “Doca”. Mas descobriu que o mesmo já não existia. Lembrou-se, então, do Vando, antigo amigo.
Vando, agora, aos 81 anos, sapateiro caprichoso e ainda no batente (anda por todo lado de bicicleta, veículo abundante em Pontal, na mão e na contra-mão). Ao vê-lo, logo se lembrou do Zequinha. Ambos emocionaram-se, relembrando aqueles tempos de jovens e de muita garra.
“Seu” Vando informou-lhe o bar em que está a procurada foto: “o bar do Carlim”.
Pressurosos mandaram-se para lá.
Dito e feito! A fotografia estampava o time que “sempre ganhava dos outros”: o time da Usina Nossa Senhora Aparecida – Usina Bartolo Carolo.
- De Pé: Edgar, Eschiaveto, Nenê, Bié, Careca, Barbosa, João Bonard;
- Agachados: Niquinho, Vander Furlan, Zequinha, Jader, Toninho Carolo.
Ano: 1961.
Encontrar a foto foi como encontrar um tesouro! O fascínio da foto como que reuniu todos no Bar do Carlim. Cada um contava um fato: “Cê lembra aquela vez que...!” Seu Vando afirmou que “o Zequinha tinha um chute forte. Forte mesmo... Não era qualquer goleiro que segurava não! Naquele jogo, assim, assim, quem marcou o primeiro gol? Zequinha...”
Quem presenciou a cena, mesmo que não tendo conhecido os craques, contagiou-se pela emoção do “Sô” Zequinha e do “Sr.” Vando: O João Luís, filho do “Sô” Zequinha, o próprio Carlim, proprietário do bar... o que uma foto faz: traz a imagem do passado, evoca memórias, produz sentimentos e emoções... torna presente um passado, religa amigos, colegas... todo um time de futebol!
Para completar, o Carlim ofereceu-lhes cerveja, como brinde e canto de curiós...
Com razão, José Lins do Rego (1901-1957) afirmou que “o futebol é, como o carnaval, um agente de confraternidade”.


SEM FAZER NADA

SEM FAZER NADA



Etanol?
Não.
Êta Nóis!

Gasolina?
Não.
Insulina!






Pe. Francisco de Assis Correia.

GENÉRICO

Pe Francisco de Assis Correia
02/02/2011

O adolescente, simples, singelo, puro, refletia estado de graça de quem é amado pelos pais e se sente seguro na vida que, com ele, adolesce.
Não parece ter problema algum.
Tudo segue tranqüilo, com a maior naturalidade e normalidade.
Ele avisa o primo a respeito da hora.
Pergunto-lhe:
- O que você tem de fazer?
Responde:
- Vou ajudar meu pai.
- Ajudar no quê?
- A gravar CD.
- Prá vender?
- É.
- Então é pirataria?

- (Rindo) É. É genérico.

THOMAS MERTON (I) (1915- 1968) (Série 70, 17°)


          Estando prestes de comemorarmos o primeiro centenário de nascimento de Thomas Merton, passo a publicar, com certa regularidade, uma serie de artigos sobre este sempre atual Mestre de Espiritualidade. 
            Iniciei a leitura de Thomas Merton quando estava no colegial. O primeiro livro que li dele foi: Homem Algum é Uma Ilha. Depois, fui devorando um por um dos seus livros traduzidos para o português: A Montanha dos Sete Patamares, Diário Secular, Sementes de Contemplação, Sementes de Destruição, O Pão Vivo, Águas de Siloé, O Pão do Deserto, A Via de Chuang Tzu, A Vida Silenciosa, A sabedoria do Deserto, Poesia e Contemplação, Marta, Maria e Lázaro, até o Seu Diário da Ásia... Ele escreveu mais de 60 livros!
            Nunca me esqueci da alegria de Alceu Amoroso Lima ao se encontrar com Thomas Merton, em 1951, encontro descrito no seu Memórias Improvisadas!
            Segundo ele próprio, T. Merton, ao lado de Gabriel Marcel, Emmanuel Mounier e Teilhard de Chardin, foi um dos que “influíram na evolução do seu pensamento”.
            Aliás, Tristão de Athayde foi tradutor de algumas obras de T. Merton, entre elas, do Diário Secular.
            Entre tantas lembranças suas a respeito do Monge Trapista, Alceu recordou-se de um pensamento, tão atual: “Nada é mais pernicioso para a Igreja do que o fanatismo”!
            Mas quem foi Thomas Merton?
            Francês de nascimento, nascido em 1915, filho de pai neozelandês e de mãe norte-americana, ambos pintores.A mãe morreu quando ele tinha seis anos e o pai, quando ele tinha dezesseis anos.
            Formou-se em Cambridge, na Inglaterra e na Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque.
            Começou sua vida profissional como jornalista, escritor e professor.
            Converteu-se ao catolicismo, entrou para Abadia Trapista de Getsemani, no Kentucky, Estados Unidos, onde viveu até o fim de sua vida.
            Faleceu aos 53 anos em Bangcoc, na Tailândia, no dia 10 de dezembro de 1968.
            Fiquei sabendo de sua morte, no intervalo de aulas, na Gregoriana em Roma.
            Thomas Merton distinguiu-se por seus livros sobre teologia, arte, vida monástica e religiosa, além de ter sido poeta e estudioso de religiões comparadas.
            Foi um dos maiores mestres de espiritualidade a partir da segunda metade do século XX. Engajado na campanha contra a guerra do Vietnã, na campanha a favor do desarmamento atômico, a ponto de perguntar:
            “Por que um vergonhoso silêncio e apatia por parte dos católicos, do clero, da hierarquia, dos leigos, sobre essa terrível questão da guerra nuclear, da qual depende a real continuação da raça humana?”
            Lembra até um dos pontos da Campanha da Fraternidade do ano de 2011!
            Foi um místico do século XX, engajado nos grandes temas da época e profeta sofrido, quer na Igreja , quer na sociedade de seu tempo.

Digitou este artigo: Ricardo Rodrigues de Oliveira (Enfermeiro e Cuidador do Autor)