segunda-feira, 22 de outubro de 2012

REALIDADE DA FAMÍLIA HOJE

Quem trabalha com Pastoral Familiar (padres, religiosos(as) e leigos(as)) tem necessariamente de levar em conta a realidade e não permanecer só no ideal. Aliás, todas as pastorais devem fazer o mesmo. A encarnação deve ser total!
Pois bem. Em relação à família, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base no Censo de 2010, mostra-nos a seguinte realidade:
1. “O divórcio dobra em 10 anos e impulsiona novas famílias”!
As causas deste aumento devem-se: “à maior aceitação social do divórcio”, “à simplificação dos trâmites legais”, “à maior inserção da mulher no mercado de trabalho, que dá a ela autonomia financeira para se livrar de relacionamentos”, etc...
Resulta daí, ainda, os conceitos de “famílias incompletas”, “famílias reconstituídas”, ”coirmãos”, “reorganização do novo sistema familiar”, etc...
2. ”Com taxa de fecundidade abaixo do nível de reposição, Brasil fez a transição demográfica”.
Isto significa que a fecundidade, no Brasil, caiu de 6 filhos por milhão nos anos 1960 para níveis abaixo da reposição em 2010, com 1,9 filho.
Explicam-se estes dados: “aumento na escolaridade feminina, mais participação delas na força de trabalho, aumento na escolaridade dos filhos, queda na mortalidade infantil, maior urbanização”, “as relações de gênero”, “fatores culturais”, “religião”, “papel da TV”,”o consumo de bens duráveis e de luxo”, “mudança de comportamento das mulheres”, etc...
3. “No Brasil, 8,3 milhões de famílias dividem suas moradias”.
Isto revela o déficit habitacional no Brasil atual, que é estimado entre 7,9 milhões e 9,2 milhões de moradias. As famílias mais pobres, no Norte e no Nordeste, representam os índices mais altos desta deficiência!
Na linguagem técnica dos especialistas nesta área, famílias “principais” são as que dividem com outra ou outras o seu domicílio; “secundárias” são as que recorrem às que têm domicílio para com elas dividir o teto. As razões são: mães solteiras “que nunca deixaram a casa dos pais ou mulheres que voltam à antiga moradia após se separarem”; “há casos em que as famílias vivem juntas por vontade própria”; há aquelas que “dividem o domicilio porque não têm condições financeiras de viver separadas”, etc...
4. “Número de mulheres que são chefes de família dobra em 10 anos“.
Para alguns especialistas, os avanços das mulheres chefes de família “representa uma verdadeira mudança, nos valores culturais, quanto ao papel da sociedade brasileira. Isto é reflexo“ de participação cada vez maior no mercado de trabalho e da melhora no nível de escolaridade”!
Para outros, esta situação indica que “a responsabilidade de criação das crianças e adolescentes nas famílias fica concentrada na mãe”!
5. “Mulheres são maioria entre casais homossexuais”.
Foi a primeira vez que o IBGE pesquisou casais do mesmo sexo! E os dados indicaram que em “60 mil domicílios brasileiros moravam casais do mesmo sexo”; que as mulheres assumem mais sua relação estável e que os homens transitam mais entre várias relações...
6. “O catolicismo é a religião mais citada entre os casais homossexuais”!
Não basta, porém, esta constatação!
Há, atualmente, em relação a este tema (como em tantos outros, como o celibato, a ordenação de mulheres, a democracia na Igreja – ou maior participação de todos os batizados nas decisões da Igreja, em todos os níveis – a misericórdia para com os recasados, a pobreza e simplicidade, etc) um clamor que brada aos céus! É ele contra todo tipo de exclusão: homem/mulher, menores (crianças, adolescentes, jovens...) pequenos, pobres, marginalizados... Quê pensar, então, “das novas realidades vividas nas nossas sociedades contemporâneas”?, perguntava Raymond Gravel – padre da arquidiocese de Quebec, Canadá, comentando o evangelho Mc 10,2-16 (IHU, 05/10/12). Entre elas mencionou:
“A família monoparental? O casal reconstituído? O casamento gay? A pergunta a se fazer para sermos fiéis ao evangelho é a seguinte: Essas novas realidades podem expressar o Amor de Deus pela humanidade? Deus pode unir dois homens ou duas mulheres que se amam verdadeiramente? A complementariedade é somente biológica? Pode ser psíquica e social? Deus se reconhece num casal divorciado e casado de novo? Como cristãos, como Igreja, nós devemos responder a essas perguntas com a melhor atitude que teve o Cristo do evangelho de Marcos”.
Quer resposta melhor?

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