São muitos os homens que, descontentes de si, e não podendo
viver sós, importunam e incomodam os outros com visitas.” Marques de Maricá
(1773-1848)
Assunto
visita sempre interessou a humanidade. Nos Salmos, sempre quando se fala de um enfermo ou de um
idoso, vem sempre o tema visita. Veja por exemplo, o Salmo 41: ha visitas que
são de inimigos; ha visitas que só querem o mal do enfermo e lhe desejam sua
morte; a figura do falso amigo que, vendo o estado do enfermo, o abandona, e
esse, parecia-lhe tão amigo.
O livro de Jó trás
significativamente a figura de três falsos amigos de Jó, que o acusam de ter
praticado um grande pecado, e é por isso que Jó padece de um mal que não tem
cura.
Esta tema apareceu na mensagem do
Papa Francisco para o ultimo Dia Mundial Dos Enfermos: “a caridade precisa de
tempo, como fizeram os amigos de Jó- ficaram sete dias e sete noites ao lado
dele sem lhe dizer palavra, pois viram que sua dor era demasiado grande- Mas,
dentre de si mesmos, os amigos de Jó escondiam um juízo negativo acerca dele,
pensavam que a sua infelicidade fosse o castigo de Deus por alguma culpa dele.
Pelo contrario, a verdadeira caridade é partilha que não julga; que não tem a
pretensão de converter o outro; esta livre daquela falsa humildade que,
fundamentalmente, busca a aprovação e se compraz com o bem realizado. A
experiência de Jó só encontra a sua resposta autêntica na Cruz de Jesus, ato
supremo de solidariedade de Deus para conosco, totalmente gratuito, totalmente
misericordioso. E esta resposta de amor ao drama do sofrimento humano,
especialmente do sofrimento inocente, permanece para sempre gravada no corpo de
Cristo ressuscitado, naquelas suas chagas gloriosas que são escândalo para a
fé, mas também verificação da fé (cf. Homilia na canonização de João
XXIII e João Paulo II, 27 de Abril de 2014).
Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador
do autor.
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