Há cerca de três ou quatro meses, fazendo uma
pesquisa, sobre o Concílio Vaticano II e a Arquidiocese de Ribeirão Preto,
deparei-me com um documento, publicado em TRAÇO-DE-UNIÃO
(n° 25, novembro a dezembro de 1971), contendo os seguintes dados:
“No
dia 7 de setembro de 1969, Pe. Hélio Soares do Amaral, sacramentino, a pedido
do Sr. Arcebispo D. Felício César da Cunha Vasconcelos, foi a Altinópolis para
celebrar as missas daquele domingo. Fez, normalmente, as homilias, sendo,
porém, acusado, por três pessoas, de “ter feito sermão subversivo”. Foi
condenado, à revelia, a 14 meses de prisão. Apresentou-se às autoridades, sendo
encarcerado no Presídio Tiradentes.
No
dia 18 de dezembro de 1970, o Superior Tribunal Militar decidiu, por
unanimidade, anular o julgamento do Pe. Hélio.
No
dia 20 de setembro do corrente ano, Pe. Hélio foi novamente julgado tendo sido,
por unanimidade, condenado a 20 meses de prisão”.
O
texto do documento continua com vários esclarecimentos da situação do Pe. Hélio
(“Helinho” para os amigos).
Pensei
comigo: onde estará o padre Helinho? Sua figura, seu testemunho cristão não
podem ficar no esquecimento. Com a ajuda do meu enfermeiro Vinicius Maniezo
Garcia pus-me a pesquisar seu paradeiro. O primeiro dia não teve, propriamente
falando, êxito. Vislumbrou-se, porém, um pequeno sinal, com a ajuda de uma
funcionária do Centro Universitário de Caratinga (MG), que nos deu o telefone
de sua residência. Foi, contudo, inútil qualquer tentativa de encontrá-lo.
Somente no dia seguinte, 19 de agosto, que conseguimos contatá-lo e obtivemos
alguns dados seus que esperamos divulgar no próximo dia 7 de setembro. Agora,
sem denúncia e sem prisão.
Digitou este artigo: Vinicius Maniezo Garcia, Enfermeiro e Cuidador do Autor.
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