quarta-feira, 19 de agosto de 2015

07/09/1969 E O PADRE “HELINHO” (Serie 71, 1°)

         Há cerca de três ou quatro meses, fazendo uma pesquisa, sobre o Concílio Vaticano II e a Arquidiocese de Ribeirão Preto, deparei-me com um documento, publicado em TRAÇO-DE-UNIÃO (n° 25, novembro a dezembro de 1971), contendo os seguintes dados:
         “No dia 7 de setembro de 1969, Pe. Hélio Soares do Amaral, sacramentino, a pedido do Sr. Arcebispo D. Felício César da Cunha Vasconcelos, foi a Altinópolis para celebrar as missas daquele domingo. Fez, normalmente, as homilias, sendo, porém, acusado, por três pessoas, de “ter feito sermão subversivo”. Foi condenado, à revelia, a 14 meses de prisão. Apresentou-se às autoridades, sendo encarcerado no Presídio Tiradentes.
         No dia 18 de dezembro de 1970, o Superior Tribunal Militar decidiu, por unanimidade, anular o julgamento do Pe. Hélio.
         No dia 20 de setembro do corrente ano, Pe. Hélio foi novamente julgado tendo sido, por unanimidade, condenado a 20 meses de prisão”.
         O texto do documento continua com vários esclarecimentos da situação do Pe. Hélio (“Helinho” para os amigos).

         Pensei comigo: onde estará o padre Helinho? Sua figura, seu testemunho cristão não podem ficar no esquecimento. Com a ajuda do meu enfermeiro Vinicius Maniezo Garcia pus-me a pesquisar seu paradeiro. O primeiro dia não teve, propriamente falando, êxito. Vislumbrou-se, porém, um pequeno sinal, com a ajuda de uma funcionária do Centro Universitário de Caratinga (MG), que nos deu o telefone de sua residência. Foi, contudo, inútil qualquer tentativa de encontrá-lo. Somente no dia seguinte, 19 de agosto, que conseguimos contatá-lo e obtivemos alguns dados seus que esperamos divulgar no próximo dia 7 de setembro. Agora, sem denúncia e sem prisão.

Digitou este artigo: Vinicius Maniezo Garcia, Enfermeiro e Cuidador do Autor.

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