No pronunciamento que o papa Francisco
fez, na missa da vigília do Natal do ano de 2014 ele ressaltou que: “Nesta
noite santa, ao mesmo tempo que contemplamos o Menino Jesus recém-nascido e reclinado
numa manjedoura, somos convidados a refletir. Como acolhemos a ternura de Deus?
Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-Lhe de aproximar-Se?
<< Oh não, eu procuro o Senhor! >> - poderíamos replicar. Porém a
coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a procurar-me,
a encontrar-me e a cobrir-me amorosamente das suas carícias. Esta é a pergunta
que o Menino nos coloca com a sua mera presença: permito a Deus que me queira
bem? E ainda: temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e
os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais,
talvez eficientes mas desprovidas do calor do Evangelho? Quão grande é a
necessidade que o mundo tem hoje de ternura! Paciência de Deus, proximidade de
Deus, ternura de Deus”.
Esta
homilia fez-me lembrar do livro de Leonardo Boff: São Francisco de Assis:
ternura e vigor: uma leitura a partir dos pobres – 13. Ed. – Petrópoles,
RJ: Vozes, 2012; creio que a primeira edição desse livro seja de 1981, mas
observem que Leonardo Boff antecipou-se nesta idéia de ternura, proposta ao
mundo pelo papa Francisco, hoje.
Uma
das idéias fortes de Leonardo Boff frente a idéia do mundo moderno, ou seja, de
querer estar sobre tudo, é a de proximidade com tudo. Não é estar sobre
os outros ou sobre as coisas, mas estar com os outros, com
o mundo ou dito ao modo do Boff, é estar com irmãos.
É
esta proximidade terna de Deus conosco e nós com Deus e com os outros que se
quer ressaltar na homilia do papa Francisco.
Digitou este artigo: Vinicius Maniezo Garcia (Enfermeiro e
Cuidador do Autor)
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