quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

THOMAS MERTON (III) (Serie 70, 20°)

         Hoje, fala-se muito em três Quocientes que precisamos cultivar.
         O primeiro, Quociente Intelectual, é aquele com o qual a pessoa trabalha ao se tratar de coisas. Evidentemente, a referência não é exclusiva e nem representa algo separado. É preciso trabalhar bem todas as coisas com inteligência, tendo presente que só isto não basta. Tudo que se assume faz-se com todo o nosso ser e não de modo estanque.
         Segundo, Quociente Emocional, é com esse que lidamos com as pessoas e não havendo controle emocional, perdem-se relacionamentos que poderiam servir a uma boa convivência humana, pessoal, familiar, comunitária e social. Quantas pessoas inteligentes vivem solitárias por não saberem controlar suas emoções, seus sentimentos e seus desejos.
         Terceiro, Quociente Espiritual, é o que nos permite relacionarmos com o nosso eu, buscando fundamento da própria vida de suas aspirações e de respostas seguras o bastante. Chame-se a isto busca de Absoluto ou de Deus, não importa. O certo é que ninguém pode viver vida plenamente humana se não responder a esta questão.
         Vem, por isso, muito a propósito por ocasião do primeiro centenário de Thomas Merton, ver como esse Mestre de Espiritualidade resumiu a sua busca.
         Segundo ele, doar-nos a Deus é algo profundamente sério. Não é suficiente meditar sobre um caminho de perfeição que inclua sacrifício, oração e renúncia do mundo. Temos, na verdade, que jejuar, orar, negar a nós mesmos e nos tornar homens interiores caso quiséramos ouvir a voz de Deus dentro de nós”.
         “O amor busca não só servi-Lo mas a amá-Lo, comungar com Ele em oração, abandonar a si próprio a Ele em contemplação”.
         “Orar é a forma mais importante para se buscar a Deus (...) persevere”.
         “A fé é a entrega total a Cristo, que coloca toda a nossa esperança em Deus e espera toda força e santidade de seu amor misericordioso”.
         “A fé é o dom de todo o nosso ser com a verdade, com a palavra. É o centro e o significado de toda a existência. A fé rejeita tudo o que não é Cristo, para que toda a vida, verdade, esperança seja encontrada nele. A fé apoia-se completamente n’Ele em perfeita confiança (...) deixando-O cuidar de nós sem saber como ele assim o fará”.
         “O que é a perfeição final? Plena manifestação de Cristo em nossas vidas. A misericórdia de Deus em nós. Nossa vida mística destina-se aos outros também. Aqueles que recebem mais têm mais para dar. Sem amor e compaixão com os outros, o nosso próprio amor de Cristo é uma ficção. Amemos em ação”.
         “Aqueles que alimentaram os famintos e deram abrigo ao estrangeiro e visitaram os doentes e prisioneiros – então serão levados ao reino porque fizeram todas aquelas coisas para o próprio Cristo”.


Digitou este artigo: Vinicius Maniezo Garcia (Enfermeiro e Cuidador do Autor)

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