A entrevista que o papa
Francisco deu aos jornalistas, dentro do avião, que o conduzia às Filipinas, a
uma pergunta que lhe fora dirigida sobre a questão da liberdade de expressão a
certa altura, com toda a espontaneidade, respondera: ”Se o senhor... diz um
palavrão contra a minha mãe, espera-lhe um soco (imita o gesto com a mão
fechada). Mas é normal. Não se pode provocar. Não se pode insultar a fé dos
outros.”
A
resposta do papa Francisco nessa forma em que foi feita, causou grande divisão
na imprensa e entre teólogos e representantes da hierarquia católica. Algumas
sinalizando que o papa dava razão à violência e outros, que não, pois
“lembraram que o Evangelho nos convida a ‘dar a outra face.”
É
sempre a velha questão entre violência e não violência. Não podemos nos
esquecer que há uma “não-violência ativa” que, não esquece que Jesus Cristo
quando recebeu o soco no rosto do soldado, não lhe mostrou a outra face, porém,
lhe perguntou: “Se eu digo a verdade, por que me bates”? Eis uma forma de
“não-violência ativa”. Ela pergunta ao agressor por que? E esta pergunta pode
ter muitas formas a tal ponto que o agressor não tem mais jeito, nem razão para
continuar sua agressão (SF. HANS KUENG. Ser Cristão).
Lembremo-nos
de que Mahatma Gandhi fora adepto desta “não-violência ativa”.
Por
outro lado não se pode esquecer que soco é também, como diz Houaiss, “soco
exprime desaprovação ou espanto”, e não necessariamente incitação à violência
ou à própria violência.
Alguns
teólogos e prelados chamaram a fala do papa de “teologia de butequim”!
Lembrei-me, então, do saudoso Pe.
João Batista Libânio SJ que, ao oferecer seu recente livro publicado pela
Paulus, dedicado ao tema da fé, ao cardeal Dom Serafim, referiu-se ao livro na
sua dedicatória como sendo “teologia de butequim”. Humildade do autor e que
grandeza de livrinho.
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