Segundou Houaiss, o telefone é “aparelho
destinado a transmitir e reproduzir à distancia o som, esp. o da fala humana,
por meio de correntes eletromagnéticas”.
Para Murilo Mendes “o telefone é um objeto
de metal, geralmente pintado de preto, geralmente redondo: uma boca sem corpo
aderindo a uma e solicitando outa boca através do espaço”.
Sou da época em que o telefone permanecia
fixado a uma parede, tinha uma manivela e sua campainha podia ser ouvida a
distancia. Para a gente se comunicar com uma pessoa, era necessário recorrer ao
centro telefônico local , para que fizesse a ligação. Quando chovia, para se
falar da cidade a uma fazenda, só era possível se não houvesse galho caído em
cima das linhas...
Veio, a seguir, o telefone automático.
Fazia-se a ligação direta, sem a mediação de um centro telefônico. A rapidez
com que tudo se processava era espantosa, surpreendente, e parecia que tínhamos
chegado ao ápice da telefonia.
Hoje, com os telefones celulares, cada vez
mais complexos e ao mesmo tempo leves e simples, não há como não se falar por
meio deles, virou até vicio seu uso em qualquer lugar e hora. A dificuldade vem
das operadoras, que prometem muito e, na pratica, ficam muito a desejar. Outro
dia, meu enfermeiro, plantonista diário às 05:45 subia a rua Lafaiete, vindo da
rodoviária, tinha a sua frente duas senhoras, empregadas domesticas, que
andavam céleres para seus locais de trabalho. O enfermeiro ouviu uma delas
confidenciando à outra:
- tomara que hoje o telefone esteja mudo,
que nem ontem. Porque onde eu trabalho, ninguém atende o telefone, “tudo é eu”,
isso atrapalha e muito o meu trabalho.
O telefone estava mudo porque a operadora
não conseguia captar o sinal. O que
causava dificuldades de trabalho para uns, a mudez do telefone causava
facilidade para outra.
Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador
do autor.
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