sábado, 18 de julho de 2015

A PRESENÇA DE ARTURO PAOLI NA ARGENTINA, NA VENEZUELA E NO BRASIL (Seria 70, 94°)


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            Arturo Paoli chegou a Argentina enviado pela Comunidade Irmãozinhos de Jesus. Foi trabalhar junto aos pobres em “Fortín Olmos, entre os madeireiros – hacheros – que trabalhavam para a companhia inglesa de madeira. Este período seria um dos mais duros da experiência latino-americana. Quando a companhia decidiu abandonar a zona já empobrecida da preciosa madeira quebracho, Arturo organizou uma cooperativa para permitir que os madeireiros continuassem vivendo no lugar” (ASSOCIAÇÃO OREUNDICI, 04/12/2012). “O contato com a realidade sofrida dos pobres terminou por provocar nele uma verdadeira conversão. Paoli, antes um nostálgico da sua Itália, assume para valer a causa dos oprimidos e com ela se identifica plenamente” (ADITAL, 06/12/2012).
“Em 1969, foi escolhido como superior regional da comunidade latino-americana dos Pequenos Irmãos, transferindo-se para perto de Buenos Aires. Aí viviam os noviços da Fraternidade, e começou-se a delinear uma teologia comprometida, prelúdio da adesão à teologia da libertação. Nesse período, publicou o seu segundo livro, Dialogo da Libertação. Em 1971, nasceu um novo noviciado em Suriyaco, na diocese de La Rioja, uma zona semidesértica, muito pobre, para onde Arturo se transferiu e encontrou um bispo ao qual seria ligado por uma forte amizade, Enrique Angelelli, a voz mais profética da Igreja argentina nos tremendos anos da ditadura militar: um prelado que devia morrer tragicamente em 1976 em um estranho acidente de carro que hoje ninguém duvida qualificar como assassinato e sobre o qual ninguém desenvolveria investigações, apesar do expresso pedido de Paulo VI” (ASSOCIAÇÃO OREUNDICI, 04/12/2012).
            “Com o retorno de Perón para a Argentina, o clima político se torna pesado, e Arturo é acusado de exercer um tráfico de armas com o Chile. Naquele momento, o Chile era governado por Allende, destituído no apocalíptico dia 11 de setembro de 1973 pelo golpe de Estado de Pinochet. Em 1974, apareceu nos muros de Santiago um manifesto com uma lista de pessoas a serem eliminadas por “qualquer um que as encontrar”: o nome de Arturo está no segundo lugar” (Idem).
            “Alguns Pequenos Irmãos são presos, e cinco deles figurariam entre os milhares de desaparecidos. Arturo, nesse momento, se encontra na Venezuela como responsável pela área latino-americana da Ordem: advertido por amigos para não voltar para a Argentina por estar sendo procurado. Volta para lá somente em 1985” (Ibdem).
Foi assim que, na Venezuela, “descobriu de modo definitivo o significado da sua humanidade: o amor, a responsabilidade e o cuidado se tornaram os principais elementos da sua identidade” (ADITAL, 06/12/2012).  
“Assim iniciou a experiência venezuelana, primeiro em Monte Carmelo, depois na periferia de Caracas, continuando, ou, melhor, intensificando, a sua produção livreira” (ASSOCIAÇÃO OREUNDICI, 04/12/2012).
            Chegou ao Brasil em meados de 1980 e “com o afrouxamento da ditadura militar, Arturo intensifica as suas missões, residindo a partir de 1983 em São Leopoldo-RS e entrando em contato com a realidade das prostitutas, inúmeras no seu bairro” (Idem).
            “Em 1987, transferiu-se, a pedido do bispo local, para Foz do Iguaçu-PR: lá foi morar no bairro de Boa Esperança, onde constituiu uma comunidade. Mas, lembra o frei Arturo, “a condição de extrema pobreza das pessoas do bairro me atormentava, e dessa angústia nasceu a ideia de criar a Associação Fraternidade e Aliança (AFA)”, uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, com projetos sociais voltados para o bem da comunidade” (Ibdem).
            “Seguiram-se 13 anos de duro e intenso trabalho para dar dignidade a essa população marginalizada. Hoje, a AFA é uma bela realidade, a qual se somou no ano 2000 a Fundação Charles de Foucauld, voltada especificamente para os jovens do proletariado e do subproletariado de Boa Esperança. Juntas, as duas entidades levam adiante inúmeros miniprojetos que envolvem diretamente mais de 2000 pessoas, entre adultos, adolescentes e crianças: ludoteca, ambulatório, atividades pós-escola (reagrupados no projeto chamado “Crianças desnutridas”), casa da mulher, cantina, coral, cursos de música, de informática, atividades esportivas... Projetos que visam à formação humana e que foram possíveis graças a ajuda de muitos, muitos amigos italianos que os financiam na sua quase totalidade” (Ibdem).
            “Desde 2004, Arturo, com o padre Mario De Maio, presidente da Oreundici, lançou o projeto “Madre Terra”: uma fazenda didática (da extensão de cerca de 40 hectares), também na periferia de Foz do Iguaçu, onde alguns jovens (provenientes das casas-família já acompanhadas e financiadas pela Oreundici), encontraram um porto de trabalho, uma “família ampliada”, o espaço e a possibilidade de crescer e se encontrar também com os muitos amigos italianos que seguem esse projeto e cuidam da amizade entre esses dois povos, sob o olhar admirável e paterno de Arturo” (Ibdem).

            “Hoje, o projeto “Madre Terra” permite aumentar essa amizade, com o vivificante e salutar contato com a beleza áspera e fascinante da natureza brasileira” (Idem).

Digitou este Artigo: Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do Autor.

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