sexta-feira, 17 de julho de 2015

MORREU ARTURO PAOLI (30/11/1912 - 13/07/2015) (Serie 70, 93°)


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Ele foi um dos grandes mestres espirituais dos tempos atuais!
Nasceu em Luca – Itália – no dia 30 de novembro de 1912, onde também ingressou no seminário diocesano em 1937.
Em 1943 tornou-se a principal referência de Luca da rede “Delasem” (Delegação para a Assistência dos Emigrantes Judeus) de Georgio Nissim, tendo salvado muitos judeus que escondera no prédio do seminário de Luca. Muito tempo depois, esse seu gesto fora reconhecido pelo governo italiano que lhe outorgou a medalha de ouro ao valor civil (2006). Já em 1999 o governo de Israel reconhecendo sua defesa de judeus, deu-lhe o título de “Justo entre as Nações”, prêmio que ele não fora receber.
Em 1949, mudou-se para Roma, como vice-assistente nacional da Juventude Católica. “As suas ideias, tão semelhantes às da esquerda, irritavam a cúpula da organização. Em 1954, foi mandado para o “exílio”, para servir como capelão entre os migrantes italianos em um navio destinado à Argentina. Uma medida punitiva, que, no entanto, tornou-se a sua salvação. Durante a viagem, Arturo assistiu a um religioso da Congregação dos Irmãozinhos no seu leito de morte. O padre fica surpreso e decide querer entrar na congregação fundada por Charles de Foucauld, que ordena caminhar com os pobres” (IHU, 15/07/2015).
Fez seu noviciado no deserto argelino por 13 meses, proibido pelo mestre dos noviços de ler e de escrever. “Depois do deserto, “morrera um Arturo e nascera outro”, contaria Paoli. Só como eremita é que ele consegue se livrar daquela que ele definiria como “a terrível doença que se chama o não sentido da vida”. “Passar pela experiência do nada é uma experiência que nos deixa alegres toda a vida: depois, não existem mais egoísmos nem cinismos”, explicaria” (Idem).
Sua primeira missão como Irmãozinho foi trabalhar junto aos mineiros na Sardenha, contratado para trabalhar na manutenção das estradas e, ao mesmo tempo, escrevia cartas para os habitantes, na sua maioria analfabeta, que eram enviadas à América. Seu trabalho, entretanto, foi visto com maus olhos pelas autoridades vaticanas, tendo sido, então, convidado a deixar seu país.
  Em 1960, segue para a Argentina, onde permanecerá até 1974 quando teve que deixar o país para não ser preso e executado pelo regime militar. Chegou à seguir a Venezuela e de lá veio ao Brasil onde permaneceu até sua volta à Itália em 2005.
Estabeleceu-se aos 93 anos na casa diocesana de San Martino in Vignale, nas colinas acima de Luca, dedicada ao Bem-aventurado Charles de Foucauld, onde faleceu.
Segundo Leonardo Boff, Arturo foi: “o homem  que sempre esperava o advento de Deus (IHU, 15/07/2015). Para Enzo Bianchi – monge e teólogo italiano, prior e fundador da Comunidade de Bose – Arturo foi “profeta cósmico” (IHU, 16/07/2015). A Pax Christi Itália definiu-o como aquele que nos ajuda “a entrar no mistério da Igreja dos pobres para “amortizar o mundo” com relações de paz, justiça e misericórdia (IHU, 15/07/2015).

O Papa Francisco e Arturo Paoli, encontraram-se na Casa de Santa Marta no dia 18 de janeiro de 2014. “O encontro foi rigorosamente privado, na forma das conversas ordenadas por Foucauld” (IHU, 15/07/2015).

Digitou este Artigo Vinicius Maniezo Garcia - Enfermeiro e Cuidador do autor.

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