(Continuação)
3ª
ETAPA
Curso
de Atualização
Um
dos instrumentos para atingir os objetivos de uma pastoral renovada é o Curso
de Atualização.
Assim
se expressou um convite para o Curso de Atualização:
“Vamos
falar de atualização Paroquial, melhor: em tempos de atualização paroquial,
evidentemente, em tal assunto, precisávamos ouvir Pe. César Luzio...”7
No
número do TRAÇO-DE-UNIÃO intitulado “COORDENAR A VIDA...”, Con. Angélico
descrevendo a situação da Igreja particular de Ribeirão Preto, desta forma, se
expressou:
“AQUI
estamos, novamente, no serviço do ser traço-de-união de vida.
É
preciso, com efeito, que digamos, com alegria, que em todos os cantos e
recantos da Arquidiocese de Ribeirão Preto há muita vida. Vida que desponta,
que cresce, que transmuda. Em muitos setores, ordenadamente; em outros, no
crescer selvagem das plantas não classificadas.
AOS
poucos, o esforço por ordenar, coordenar as manifestações da vida vai se
concretizando.
(...)
NA
REALIDADE, por mais que se organize, a vida escapa por novas formas. Por novas
surpresas. Isto, evidentemente, não quer justificar nossa falta de organização!
Bendito seja Deus – que é com grande alegria que o dizemos – abrimos caminhos
largos no sentido de Pastoral organizada, coordenada. E muito temos a fazer
ainda neste sentido. Com as luzes e força do Espírito, iremos caminhando na concretização
de tudo o que vai se evidenciando como devendo ser feito. Conservamo-nos,
contudo, na simplicidade de quem sabe que a vida sempre oferecerá novos
detalhes, novas fórmulas.
É
ASSIM que vemos nossa Arquidiocese. Suas estruturas e valentes, dedicadas
pessoas que, de mil e uma maneiras, em inúmeras posições, trabalham na
construção do Reino. Aos poucos, na conjugação maravilhosa e multicolorida de
esforços, vamos “criando meios e condições para que a Igreja na Arquidiocese se
ajuste, o mais rápida e plenamente possível, à imagem da Igreja do Vaticano II”8.
Na
preocupação de formar para agir consciente e consistentemente, de 19 a 22 de
agosto de 1968, em Brodowski, organizou-se um curso de atualização sobre a Gaudium et Spes e sobre a Humanae Vitae; destinado ao clero, mas
aberto aos religiosos e aos leigos.
Dom
Bernardo José Bueno Miele falou sobre “aspectos gerais da Gaudium et Spes”.
Pe.
Rolando Jalbert sobre “a família na Gaudium
et Spes”.
Dr.
Nelson e Sra. Moema Rocha Augusto sobre “aspectos médicos da Humanae Vitae”.
Dr.
Alberto, Pe. Efrém e o operário Marcelino, presidente da Frente Nacional do
Trabalho, sobre “realidade brasileira”, Frente Nacional do Trabalho e Igreja e
a realidade econômico-social”.
“Falou-se
muito, também sobre a “não violência”, notando-se a firme decisão por parte de
todos, de que sejam colocadas em práticas, as exigências da Doutrina Social
Cristã, em nossa região, através do difícil e operoso trabalho da “não
violência””9.
Mais
à frente, o clima que vive a Arquidiocese de Ribeirão Preto é descrito como
“PRIMAVERIL”. “Estado de Concílio. Alegria, perplexidades, desejo incontido de
caminhar”10.
O
TRAÇO-DE-UNIÃO seguinte – outubro de 68 a fevereiro de 69 – abre-se
contextualizando o momento histórico do CELAM, da CNBB e CRB e situa a Igreja
Particular de Ribeirão Preto desta maneira:
“A
ARQUIDIOCESE de Ribeirão Preto, por entre tensões e esperanças que marcam nosso
tempo, também caminha. E o faz sempre com a maior firmeza. Sabe, na pessoa de
seus Arcebispos, Presbíteros, Religiosos, Religiosas e Leigos, que deve criar
meios e condições, para que a Igreja, aqui, se ajuste o mais rápida e
plenamente possível, à imagem de Igreja do Vaticano II. Através de cursos,
encontros, mentalidade nova está surgindo. Temos – crescendo – nosso
Secretariado de Pastoral e a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral que, aos
poucos, descobre sua missão. Não se trata de criar novas e complicadas
estruturas. Trata-se de viver um espírito novo, em plenitude, servindo-se de um
mínimo de estruturas. Cria-se em nós, firmemente a convicção de que coordenar é
convergência, na unidade da vivência.
ATENDENDO
ao apelo desta Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, os diversos movimentos
que atuam na Arquidiocese nos apresentaram os programas de suas atividades, de
outubro de 1968 a fevereiro de 1969. Tal programa não é ainda fruto de um
processo de planejamento levado a efeito. Caminhamos para lá. Muitos movimentos
elaboraram tal programa de atividades (que, na íntegra, hoje, estamos
publicando), em reunião de escritório, de um dia para outro. Os dados da
realidade não são bem conhecidos e, pois, a resposta da Igreja nem sempre
adequada. Trata-se porém, de sério caminhar. Isto tudo nos levará, aos poucos,
à convicção daquilo que Paulo VI dizia ao CELAM, em 1965: “Na obra pastoral,
não se pode andar às cegas; o apóstolo não é alguém que corre incerto ou se
bate contra o ar (1Cor 9,26); evita hoje a acomodação e o perigo do empirismo.
Uma sábia planificação, portanto, pode oferecer também à igreja um meio eficaz
e incentivo ao trabalho... A planificação impõe opções e comporta renúncias
mesmo do que, às vezes, seria o melhor; e a concentração de esforços intensiva
e extensiva nos objetivos essenciais obriga a deixar realizações que, embora
belas, sejam limitadas ou supérfluas”.
CONHECENDO
as atividades dos diversos movimentos, a Coordenação de Pastoral melhor poderá
estar presente para animá-las e servi-las. Não é nossa intenção, repetimos,
neste trabalho a que nos demos descobrir nossa finalidade, missão, ser órgão
burocrático, estrutura nova a se somar tantas outras. Queremos ser vida ao
encontro da vida. Vida a fomentar unidade entre os vivos. A colaborar no corte
àquilo que ameaça a vida. A incentivar o aparecimento da vida, onde a realidade
o exigir, num esforço honesto, verdadeiro, conjunto, para colocar a Igreja na
Arquidiocese, sempre mais, em participação no processo de desenvolvimento de
todos os homens e do homem todo, para a glória do Pai”11.
Citações
7. Idem,
p. 2-3.
8. TRAÇO-DE-UNIÃO.
N° 4 (1968), p.1.
9. Idem,
p. 2.
10. TRAÇO-DE-UNIÃO.
N° 5, p.1.
11. TRAÇO-DE-UNIÃO.
N° 6, p.1.
(Continua)
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