sábado, 4 de abril de 2015

A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, UMA QUIMERA


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 A redução da maioridade penal não passa de um artificio, porque representa um retrocesso contra o menor e o adolescente.
Já possuímos uma legislação avançada no estatuto do menor e do adolescente (ECA) que, se aplicado corretamente não precisa de outra legislação. Segundo Maria do Rosário Nunes, deputada federal e ex-ministra dos Direitos Humanos, “parece que os parlamentares de hoje acreditam no poder da legislação penal por si resolver todos os problemas, somos defensores de que é preciso implementar em sua plenitude a lei 12.594/2012 que constitui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), e traçar estratégias para a redução da violência, observando um conjunto de medidas necessárias no âmbito de segurança pública, educação e cultura” (Adital 01/04/2015).
Atualmente, movido por um sentimentalismo emocional os defensores da redução da maioridade penal, sem base alguma defendem tal redução, pensando erroneamente que tudo fica resolvido .
Desconhecem que o Brasil é o segundo país do mundo em matar crianças e jovens, vem só atrás da Nigéria. Camila Moraes, jornalista do El Pais, diz que “nas ruas, cidadãos manifestam seu apoio à  redução da maioridade, em consonância com um Congresso Nacional visto como o mais conservador desde a redemocratização e onde a chamada bancada da bala tem emplacado projetos de igual cunho policialesco”.
Varias entidades democráticas manifestaram seu repúdio à tese da redução da maioridade penal: CNBB; OAB; CUT etc.
Segundo a CUT, “não há como concordar com a redução da maioridade penal que só vai penalizar ainda mais os grupos e indivíduos vulneráveis psicológica, econômica, cultural e socialmente. A confusão entre imputabilidade e impunidade não pode haver quando o tema é a aplicação do ECA e das medidas socioeducativas aos adolescentes infratores. As unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei, assim como as prisões no Brasil, estão abarrotadas de jovens pobres, negros e com baixa escolaridade, a maioria desses jovens vive na periferia das cidades e 54% dos que cumprem medidas socioeducativas de internação tem apenas o ensino fundamental e pertencem a famílias que sobrevivem com menos de R$350,00 mensais”.

Digitou este artigo: Ricardo Rodrigues de Oliveira (Enfermeiro e Cuidador do Autor).


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