terça-feira, 31 de março de 2015

70 ANOS DA MORTE DE DOM ALBERTO (Serie 70, 56°)

 (06/05/1945 – 06/05/2015)
http://www.arquidioceserp.org.br/bisposanteriores/1/1.jpg
            No próximo dia 06 de maio, celebraremos o 70° aniversário do falecimento de dom Alberto José Gonçalves, nosso primeiro bispo diocesano.
            Dom Alberto nasceu no dia 20 de julho de 1859 na cidade de Palmeira-PR.
            Antes de ser nomeado primeiro bispo de Ribeirão Preto ele fora: professor de diversas disciplinas no Seminário de São Paulo, tendo inclusive escrito: Gramática Latina e Compêndio de Geometria Elementar.
            No dia 16 de julho de 1888 foi nomeado Vigário da Paróquia de Curitiba. Aí, destacou-se pela construção da Matriz de Curitiba, pelo trabalho junto à Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
            Além disso, exerceu as funções de Diretor Geral da Instrução Pública e de Comissário Fiscal dos Exames Preparatórios, Deputado da Assembleia Provincial do Paraná, Deputado da Assembleia Constituinte do Estado do Paraná, Senador da República em 1895...
            Aos 5 de dezembro de 1908, foi nomeado primeiro bispo de Ribeirão Preto, tendo tomado posse desta diocese no dia 28 de fevereiro de 1909, na Igreja São José - tendo como pregador da mesma o futuro Cardeal do Rio de Janeiro, Cônego Sebastião Leme - por estar a Catedral local, em construção.
            A dom Alberto, esta atual Arquidiocese deve-lhe, não apenas, o título de primeiro bispo, mas de ter formado o Bispado nos seguintes termos: ter formado seu primeiro patrimônio, porque Monsenhor Siqueira encarregado de formá-lo não conseguira, dada a oposição de padres e de leigos fortemente anticlericais e, ainda da oposição de gente de Batatais - SP e de Franca - SP que queria que estas cidades fossem elevadas a sede de bispado e não Ribeirão Preto; ter acabado de construir a Catedral inclusive com as pinturas de Benedito Calixto e a decoração a cargo de outros pintores; ter construído o palácio episcopal de Ribeirão Preto, inclusive com seus próprios pecúlios; ter construído seu primeiro seminário diocesano...
            Quando iniciou seu ministério em Ribeirão Preto, a novel diocese possuía 36 paróquias; quando concluiu o seu ministério, as paróquias da diocese somavam o número de 51; não obstante, o baixo número de padres seculares.
            Uma das características deste primeiro período da vida da Igreja Particular de Ribeirão Preto é o da organização de suas igrejas paroquiais, entusiasmadas pelas frequentes visitas pastorais de dom Alberto e pelo grande surto da lavoura de café, dando grande circulação de riqueza aos municípios, ao mesmo tempo em que favorecia a migração.
            De 1912 a 1920, construíram-se, na Diocese, 23 novas matrizes. No mesmo período 13 matrizes receberam radicais ou importantes reformas.
            Ao mesmo tempo, organizou-se o patrimônio do Bispado e das Paróquias, através de legislações e promoções de dom Alberto.
            Suas visitas pastorais serviram, igualmente, para esta finalidade de organizar o patrimônio – sobretudo as primeiras visitas -, bem como para as obras que tinham sido iniciadas.
            Outra característica deste período de implantação da Igreja Particular foi a presença cada vez maior dos Religiosos e Religiosas. Quando foi criada a Diocese, aqui já trabalhavam: os Agostinianos Recoletos e as Salesianas com o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Ribeirão Preto; os Salesianos e as Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora (Salesianas), em Batatais (Colégio e Santa Casa); e as Irmãs de São José e os Irmãos Marista, em Franca.
            A pedido de dom Alberto vieram, a seguir: os Padres Escalabrinianos, os Beneditinos Olivetanos, os Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, as Ursulinas, as Irmãs Franciscanas das Escolas Cristãs, os Padres do Verbo Divino (para dirigirem o Colégio Diocesano, comprado aos Salesianos e, depois transferido aos Claretianos, em Batatais), os Agostinianos (Franca), as Irmãs Zeladoras do Coração de Jesus (Casa Branca, Mococa, São João da Boa Vista), as Filhas de Sant’Ana (Pinhal), as Irmãs do Calvário (São José do Rio Pardo), as Missionárias Franciscanas do Egito (Jardinópolis), as Concepcionistas (Mococa), etc.
            Nota-se, através do aumento das paróquias e dos Religiosos e Religiosas, um crescente e evidente movimento religioso, alicerçado na prática sacramental e devocional, sobretudo levando em conta o aumento das Associações Religiosas e Irmandades.
            Em 1920, dom Alberto tomou a frente da Irmandade de São Benedito e da construção da Igreja de São Benedito, em Ribeirão Preto, com o intuito de, anexo à igreja, estabelecer uma nova escola profissional para meninos pobres.
            No mesmo ano regulamentou a Associação S. Antônio de Pádua e, por várias vezes, expediu circulares de apoio a ela.
            Em 1930, instituiu canonicamente, em Ribeirão Preto, a Associação das Damas de Caridade, “que tantos serviços já vinham prestando aos doentes pobres desta Cidade, recebendo de S. Excia. Revma. o respectivo regulamento e adquirida a existência legal”. Foi neste mesmo ano, em dezembro, que foram regulamentadas as Associações, como se depreende de seu Decreto.
            Em janeiro de 1940, foi nomeado seu Bispo Auxiliar de dom Alberto na pessoa de Dom Manuel da Silveira D’Elboux.
            “No dia 6 de maio, de 1945, às 16 horas e 30 minutos, espirava plácida e piedosamente, em seu humilde quarto, no Palácio Episcopal, o primeiro Bispo Diocesano do Ribeirão Preto, o nosso querido e bondoso Dom Alberto, rodeado dos seus auxiliares no Governo Diocesano, do seu confessor D. Miguel Ângelo Biondi, dos seus médicos e de pessoas de sua família. Em tempo oportuno, por sua própria iniciativa, recebeu os santos sacramentos com uma piedade edificante. Acompanhou com plena lucidez, que não perdeu até o último instante de vida, todas as orações dos agonisantes, inclusive a Profissão de Fé, dizendo no fim desta com voz clara e forte: “Deo gratias”. Conhecendo que essa doença seria a última, deu todas as providências relativas aos seus objetos de uso próprio, ao seu enterro e sepultamento na Catedral. Demonstrou até o fim não só aquele espírito ordenado, metódico e previdente, com que pautou toda a sua vida, assim como a sua fé firme e robusta e a sua confiança filial na misericórdia de Deus e na de Maria Santíssima cuja devoção cultivou até o último suspiro”1.
            Por tudo isso dom Alberto, agradecemos ao Senhor e ao Sr.!

Citação:

1.    Boletim Diocesano do Ribeirão Preto, n°180 (Maio, junho e julho de 1945), pp. 3 – 4.

Digitou este artigo: Vinicius Maniezo Garcia (Enfermeiro e Cuidador do Autor).

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