sexta-feira, 6 de março de 2015

DIÁRIO DE UM TAXISTA (4) (Serie 70, 44°)

TAXISTA É VITIMA


Taxista é vitima, em primeiro lugar de acidentes pequenos e/ou grandes.
Por exemplo, um pequeno acidente:  João Luís, outro dia, estava parado num semáforo, quando um idoso, dirigindo seu carro, bateu-lhe na traseira do taxi.
O idoso, saindo de seu carro, logo desculpou-se, por que teve câimbra na perna direita e em vez de frear o carro, acelerou. Disse-lhe que possuía seguro e que ele “ficasse frio” por que tudo seria resolvido a contento. Menos mal. Ficaria porém, parado para deixar o carro no conserto. Não deixou de ser vitima.
Vitima de grandes acidentes, é quando o taxista perde o carro numa batida forte e acaba perdendo dias de trabalho internado em hospital e as vezes, acaba perdendo a vida.
O taxista é, frequentemente, vitima de assalto, de roubo, de furto e outras violências. O pior é que ele, sozinho, tem de enfrentar mais de que um agressor.

Outro dia, João Luís pegou um passageiro que queria ir a Pontal. Logo depois de Sertãozinho o passageiro tirou um revolver 38, colocou-o na sua cabeça e lhe disse brutalmente que lhe passasse todo o dinheiro ou então,  ele estouraria todos os seus miolos. João Luís tremeu como uma vara verde, começou a suar e sua pressão subiu visivelmente. Percebeu que sujou nas roupas e no forro do acento. O meliante percebeu em que estado estava o assaltado e teve para com ele uma atitude de empatia, isto é, colocou-se na pele do assaltado, e dele teve compaixão e lhe disse:
- Cara, eu vou ficar só com seu dinheiro. Não vou lhe levar o carro, mas me leve agora para a rodoviária de Ribeirão Preto, para eu assaltar outro, não sei em que lugar. Mas certamente será outro taxista.
Mais situações de vitimas poderiam ser mencionadas. Não vou continuar, por que não quero que o leitor seja também minha vitima!

Digitou esta Crônica: Ricardo Rodrigues de Oliveira (Enfermeiro e Cuidador do Autor).

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