TAXISTA É VITIMA
Taxista é vitima, em primeiro lugar de
acidentes pequenos e/ou grandes.
Por exemplo, um pequeno acidente: João Luís, outro dia, estava parado num
semáforo, quando um idoso, dirigindo seu carro, bateu-lhe na traseira do taxi.
O idoso, saindo de seu carro, logo
desculpou-se, por que teve câimbra na perna direita e em vez de frear o carro,
acelerou. Disse-lhe que possuía seguro e que ele “ficasse frio” por que tudo
seria resolvido a contento. Menos mal. Ficaria porém, parado para deixar o
carro no conserto. Não deixou de ser vitima.
O taxista é, frequentemente, vitima de
assalto, de roubo, de furto e outras violências. O pior é que ele, sozinho, tem
de enfrentar mais de que um agressor.
Outro dia, João Luís pegou um passageiro
que queria ir a Pontal. Logo depois de Sertãozinho o passageiro tirou um
revolver 38, colocou-o na sua cabeça e lhe disse brutalmente que lhe passasse
todo o dinheiro ou então, ele estouraria
todos os seus miolos. João Luís tremeu como uma vara verde, começou a suar e
sua pressão subiu visivelmente. Percebeu que sujou nas roupas e no forro do
acento. O meliante percebeu em que estado estava o assaltado e teve para com
ele uma atitude de empatia, isto é, colocou-se na pele do assaltado, e dele
teve compaixão e lhe disse:
- Cara, eu vou ficar só com seu dinheiro.
Não vou lhe levar o carro, mas me leve agora para a rodoviária de Ribeirão
Preto, para eu assaltar outro, não sei em que lugar. Mas certamente será outro
taxista.
Mais situações de vitimas poderiam ser
mencionadas. Não vou continuar, por que não quero que o leitor seja também
minha vitima!
Digitou esta Crônica: Ricardo Rodrigues de Oliveira (Enfermeiro e Cuidador do Autor).
Nenhum comentário:
Postar um comentário