quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

PADRE ALSZEGHY: HOMENAGEM E LAMENTO (Serie 70, 31°)


O primeiro objetivo desse artigo é homenagear o padre Zoltán Alszeghy, por seu primeiro centenário de nascimento. Junto-me à Universidade Gregoriana de Roma, nesta comemoração, como ex-aluno desse Mestre em teologia e no método de fazer teologia.
Fui seu aluno na Gregoriana no período de 1967 a 1971. Mas desde o começo, percebi nele um mestre no saber teológico e no método de fazer teologia.
Não só mestre com muito saber teológico fundamental e atual, mas igualmente mestre com sabor no seu ensinamento, o que dava, a nós, alunos, um imenso interesse em levar a frente, os caminhos que nos abria pela frente.
Tanto tempo se passou, e ainda me lembro de uma pergunta que costumava fazer no “Como fazer teologia”.
            ... “como podemos trabalhar esta palavra”?
            E vinham as respostas: primeiro, que não basta saber a etimologia da palavra, é preciso verificar seu uso. As vezes, o uso da palavra, mais do que sua etimologia, permite-nos entender seu conceito.1
            A esse mestre de saber e de sabor presto minha modesta e agradecida homenagem.
            Hoje, felizmente, entende-se o reconhecimento do trabalho do padre Alszeghy em várias dimensões da teologia (da Criação; do Pecado Original; na compreensão evolutiva da criação, da Graça; na questão da opção fundamental; do Pecado; da redenção de Cristo e etc.).
            A ele minha homenagem de modesto aluno e de professor de teologia, que entre a bibliografia usada no meu curso de introdução à Teologia, nunca deixou de citá-lo e comentá-lo.
O segundo objetivo deste artigo é fazer um lamento contra o que escreveu o padre Fernando Bastos de Ávila2, na sua autobiografia, sobre os padres Alszeghy e Flick, parceiros inseparáveis de pesquisa e de publicações que levam seus nomes. Os três da Companhia de Jesus (SJ).
É verdade que em geral, as autobiografias, primam-se pelos auto elogios, pelo engrandecimento próprio e desmerecimento dos outros que lhe são mais próximos.
Perde-se muitas vezes, o sentido crítico, pessoal e o reconhecimento dos demais, como se sua pessoa fosse o herói, o bom em tudo, e os demais, não fossem nada mais do que ninguém. É-se injusto até mesmo com os próprios irmãos.
Creio que esse foi um dos erros da autobiografia do padre Fernando e lamento por isso.

Notas
1. Zoltan Alszeghy e Maurício Flick. Como se faz teologia: introdução ao estudo da teologia dogmática. São Paulo: Edições Paulinas, 1979.

2. Fernando Basto de Ávila. A alma de um padre. Bauru, SP: EDUSC, 2005.

Digitou este artigo: Ricardo Rodrigues de Oliveira (Enfermeiro e Cuidador do Autor).

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