O
primeiro objetivo desse artigo é homenagear o padre Zoltán Alszeghy, por seu
primeiro centenário de nascimento. Junto-me à Universidade Gregoriana de Roma,
nesta comemoração, como ex-aluno desse Mestre em teologia e no método de fazer
teologia.
Fui
seu aluno na Gregoriana no período de 1967 a 1971. Mas desde o começo, percebi
nele um mestre no saber teológico e no método de fazer teologia.
Não
só mestre com muito saber teológico fundamental e atual, mas igualmente mestre
com sabor no seu ensinamento, o que dava, a nós, alunos, um imenso interesse em
levar a frente, os caminhos que nos abria pela frente.
Tanto
tempo se passou, e ainda me lembro de uma pergunta que costumava fazer no “Como
fazer teologia”.
... “como podemos trabalhar esta
palavra”?
E vinham as respostas: primeiro, que
não basta saber a etimologia da palavra, é preciso verificar seu uso. As vezes,
o uso da palavra, mais do que sua etimologia, permite-nos entender seu
conceito.1
A esse mestre de saber e de sabor presto
minha modesta e agradecida homenagem.
Hoje, felizmente, entende-se o
reconhecimento do trabalho do padre Alszeghy em várias dimensões da teologia (da
Criação; do Pecado Original; na compreensão evolutiva da criação, da Graça; na
questão da opção fundamental; do Pecado; da redenção de Cristo e etc.).
A ele minha homenagem de modesto
aluno e de professor de teologia, que entre a bibliografia usada no meu curso
de introdução à Teologia, nunca deixou de citá-lo e comentá-lo.
O
segundo objetivo deste artigo é fazer um lamento contra o que escreveu o padre
Fernando Bastos de Ávila2, na sua autobiografia, sobre os padres
Alszeghy e Flick, parceiros inseparáveis de pesquisa e de publicações que levam
seus nomes. Os três da Companhia de Jesus (SJ).
É
verdade que em geral, as autobiografias, primam-se pelos auto elogios, pelo
engrandecimento próprio e desmerecimento dos outros que lhe são mais próximos.
Perde-se
muitas vezes, o sentido crítico, pessoal e o reconhecimento dos demais, como se
sua pessoa fosse o herói, o bom em tudo, e os demais, não fossem nada mais do
que ninguém. É-se injusto até mesmo com os próprios irmãos.
Creio
que esse foi um dos erros da autobiografia do padre Fernando e lamento por
isso.
Notas
1. Zoltan
Alszeghy e Maurício Flick. Como se faz teologia: introdução ao estudo da
teologia dogmática. São Paulo: Edições Paulinas, 1979.
Digitou este artigo: Ricardo Rodrigues de Oliveira (Enfermeiro e Cuidador do Autor).
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