sábado, 28 de fevereiro de 2015

O MENINO CUSTOSO (Serie 70, 40°)


            Meus amigos João Luís e Heloísa foram, outro dia, passar dois dias de folga num hotel fazenda em São João Batista do Glória – MG, fiquei surpreso com a data do município:1949! Fiquei pensando, que surpresa a minha: sou mais velho que o município, quando, em geral, os municípios de Minas Gerais serem mais do que centenários!
            Eles, ao voltarem, indicaram pro Tio Zé e a Tia Virgínia o local onde ficaram, como uma boa alternativa para o fim de semana deles. O que aconteceu uma semana depois. Ambos gostaram imensamente do hotel fazenda.
Tio Zé gostou dos passeios e, ao mesmo tempo, das promoções organizadas pelo guia. Disse que a primeira coisa que ele perguntou a esse guia, foi seu nome. O rapaz prontamente lhe respondeu: “Beneser”. Tio Zé perguntou de novo o nome dele e ouviu a mesma resposta, disfarçou um sorriso. Ele fez outra pergunta, chamando-o de: “Ô Benê”. E os que estavam em volta riram da espontaneidade do Tio Zé.
Tia Virgínia perguntada sobre o que ela mais gostou, respondeu: “Sem sombra de dúvida: da comida, farta, variada e muito gostosa. Comida bem mineira”.
João Luís, entretanto, além de gostar demais da comida, bem como a Heloísa, gostaram dos passeios e das cachoeiras da fazenda. Aliás, São João Batista do Glória é conhecida como “cidade das cachoeiras”. Foi perto de uma delas que João Luís presenciou inesquecivelmente esta cena: no grupo havia trigêmeos, de cerca de 6 anos, um menino e duas meninas. O menino João começou a jogar pedrinha nas duas irmãs. O guia chamou lhe a atenção várias vezes para não fazer isso. A certa altura, impaciente gritou-lhe: “Para, João! Êta menino custoooouso, gente!”
Não houve quem não risse do “custoooouso” do Beneser.

Entre nós paulistas, o termo custoso, atualmente, tem um sentido de “custa caro, dispendioso”; entre os mineiros o termo, até hoje, significa “teimoso, que faz bagunça, tumultua, arteiro” (HOUAISS).


Digitou este Artigo: Vinicius Maniezo Garcia (Enfermeiro e Cuidador do Autor).

Um comentário:

  1. Não há uma Igreja igual a outra. Talvez que nos representem, nós humanos somos únicos e irrepetíveis. Esta de São João Batista do Glória. Começa pelo nome, grande, completo, forte, glorioso. Entre muitos detalhes, vou me ater a um só. Seu átrio dá um recado ao mundo mecanizado. Não tem largura para entrar um carro conduzindo uma noiva por exemplo. E qual é o recado?. Quem vai realizar o sagrado sacramento do matrimônio é a noiva e não o carro...:)

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