O novo livro de Marcelo Larraquy
(historiador e jornalista. Conhecido como autor de vários livros sobre
temáticas dos anos 1970, agora se voltou para relatar a vida e a obra do
primeiro Papa latino-americano). Este autor escreveu um primeiro livro sobre o
Papa Francisco cujo o título é “Rezem
por ele” (2013).
Agora, com este novo
livro, o autor em uma entrevista esclareceu o seguinte:
- “Este livro trata de
como se está desenvolvendo o pontificado, ao passo que o anterior discorria
mais sobre a que Igreja chegava este Papa. Código Francisco trata
sobre que Igreja o Papa está transformando e como o Papa está também
participando com sua liderança na transformação do mundo. O Papa estabeleceu
uma agenda social nova em uma Igreja que não participava das relações
internacionais praticamente desde 2000. Até a chegada de Bergoglio em
2013, a Igreja praticamente não tinha participação nos conflitos nem relações
com as potências mundiais e Bergoglio o
faz imediatamente. Isto é surpreende nele: o que reposiciona a Santa Sé e
sua geopolítica é a agenda social. A partir da agenda social ele reposiciona a Santa Sé nas
grandes ligas dos líderes mundiais”.
- O autor explica o que é
esta agenda social: “Agenda social é
tudo aquilo de que já ninguém falava – obviamente, são as implicações políticas
do Evangelho –, aquilo de que nenhum líder mundial falava: os refugiados, os
imigrantes, a questão ambiental, e a representação foiLampedusa, para onde viajou no dia 13 de julho de 2013,
poucos meses depois do início do seu pontificado. Ele coloca o mundo de frente
com um problema que não existia; essa é a agenda social, que tem implicação
política obviamente, mas também o faz com uma grande presença no cenário”.
- Ele faz uma diferença
estre o eurocentrismo de Bento XVI e a posição de Francisco, nos seguintes
termos: “Bento nunca foi à Ásia em
uma viagem apostólica, por exemplo, e isso marca o contraste entre o
eurocentrismo de Ratzinger e
o governo de periferia e de Igreja em saída que Francisco coloca em prática: aí está a chave para que
os líderes mundiais prestem atenção nele e ele tenha influência neles”.
- Por fim, na entrevista, o autor fala a respeito dos
inimigos do Papa Francisco: “Ele tem inimigos internos na cúria que estão esperando o fim
deste pontificado para voltar ao anterior, porque talvez não se saiba bem para
onde vai, mas não há como retroceder. Os fiéis, a geopolítica mundial, não
aceitariam uma liderança diferente, um próximo Papa muito diferente de Bergoglio. Parece-me que esse é seu legado, ele
estabelece uma maneira de ver a Igreja e a participação que é muito difícil
retroceder. É muito difícil que o próximo Papa seja europeu; não é possível
fazer previsões, mas do jeito que está estabelecido o mapa da Igreja... O certo
é que culturalmente é muito difícil mudar o mundo eclesiástico vaticano; eles
se acostumaram ao queFrancisco chama de vida de príncipes, com
apartamentos de centenas de metros quadrados, palácios, prebendas que têm. Isso
afastou as pessoas da Igreja. Eu creio que o Papa não o faz por humildade:
quando transfere a sede de governo para uma peça de 50 metros quadrados está
mostrando “olhem o que é a cúria, olhem como eu vivo e como eles vivem”, e os
está esvaziando de poder. Como em todo o Estado onde trabalham milhares de
pessoas, existiu um vazamento, mas justamente esse vazamento foi favorável ao
Papa”.
Citação:
·
IHU
ONLINE. “O Papa tem inimigos na cúria que estão esperando o
fim do seu pontificado”. Entrevista com Marcelo Larraquy. 06 de abril de 2016.
Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.
Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.
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