O papa Francisco prefaciou o livro ‘Tibhirine.
L’heritage’ (Tibhirine. A herança).
Esta obra
trata dos sete monges trapistas sequestrados e mortos na Argélia em 1996, onde
vivam desde 1938.
O papa
escreveu:
“Vinte anos após a sua morte, somos
convidados a ser sinais de simplicidade e de misericórdia, no exercício
quotidiano do dom de si, a exemplo de Cristo. Não haverá outro modo de combater
o mal que tece a sua teia no nosso mundo”, refere, num texto divulgado pelo Vaticano.
“Em Tibhirine vivia-se o diálogo da
vida com os muçulmanos. Nós, cristãos, queremos ir de encontro ao outro, onde
quer que ele esteja, para estabelecer laços de amizade espiritual e o diálogo
fraterno que poderão vencer a violência”, acrescenta Francisco em ‘Um sinal
sobre a montanha’.
O Papa comenta que os religiosos “não
fugiram diante da violência” mas combateram com “as armas do amor, do
acolhimento fraterno, da oração comunitária”.
“Deram testemunho com o seu sangue, na sua
carne, venceram o ódio no dia da grande provação”, observa sobre a história,
que inspirou o filme 'Dos homens e dos deuses'.
Francisco assinala que foi com “toda a sua
vida” que os monges trapistas são “testemunhas – mártires - do amor” algo que
não se realizou “sem dificuldades”.
Segundo o
prior da pequena comunidade trapista, o padre francês Christian de Chergé,
ofereciam “o coração inteiramente a Deus”, algo que não é da responsabilidade
apenas de monges e monjas.
“Todos nós somos chamados a dar a nossa
vida no detalhe de nossos dias, em família, no trabalho, na sociedade, a
serviço da ‘casa comum’ e do bem de todos”, escreveu por sua vez Francisco.
Para o Papa, Christian de Chergé e os seus
companheiros escolheram viver de modo simples a sua vocação contemplativa
naquela bela e árida região do Atlas argelino onde eram “’hóspedes’ da casa do
islão” e “trabalhavam a terra e partilhavam a vida pobre dos camponeses”.
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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