quarta-feira, 30 de setembro de 2015

SUICÍDIO (Serie 71, 25°)


            Suicídio é um assunto tabu, quase não se fala neste assunto a não ser quando alguma celebridade o comete, mas, infelizmente, é uma realidade permanente no nosso mundo de hoje.
            Recentemente, Alexandra Fleischmann, especialista da OMS (Organização Mundial da Saúde), respondendo a uma entrevista à BBC de Londres, afirmou: “estatísticas do órgão (OMS), diz que tirar a própria vida já é a segunda principal causa da morte em todo mundo para pessoas de 15 a 29 anos de idade - ainda que, estatisticamente, pessoas com mais de 70 anos sejam mais propensas a cometer suicídio.” (IHU, 24 de setembro de 2015).
Neste assunto, não só as diferenças de idade contam, mas também pesam as diferenças de renda, de escolaridade, de saúde mental, de situações etc.
Assim, por exemplo, uma médica psiquiatra comentava com um taxista, meu amigo, que Curitiba, pelo seu clima (a capital mais fria do país), pelos seus dias fechados, cinzentos... É muito propensa ao suicídio, diferentemente de Ribeirão Preto, segundo a mesma, na maior parte do ano, dias ensolarados, claros, alegres e, por isso, é uma cidade não propensa ao suicídio.
Antigamente, levava-se muito em conta o princípio de que ninguém pode tirar a própria vida. Somente Deus pode fazê-lo.
Hoje, com a exaltação do princípio da autonomia da pessoa, até o exagero argumenta-se que sim, ou seja, cada um é dono da sua vida e pode fazer com ela o que quiser. Antes, também, pensava-se que suicídio é falta de coragem, de motivação para levar a própria vida ao seu termo natural. Hoje, contrariamente, afirma-se que o suicídio é um ato supremo de coragem da própria pessoa e assim vão acontecendo os suicídios.
            Prevê-se como horário propício e mais comum para cometê-lo é o cair da tarde ou início da noite. Lugar mais comum da casa onde ele acontece é o quarto ou o banheiro. O inverno é outra situação favorável ao mesmo, diferentemente, do verão. Há fases da vida, igualmente oportunas para isso: vestibular, diagnóstico recebido com prognóstico fechado, deficiência surgida ao longo da vida, uso abusivo de álcool, de droga etc.

            Por isso a entrevistada propõe que haja, para combater o suicídio, um encorajamento para as pessoas procurarem ajuda. Diz também que “grupos envolvidos com a questão também argumentam que o suicídio deveria se tornar uma questão de saúde pública. No entanto, apenas 28 países têm estratégias nacionais de prevenção”, por exemplo, "a Finlândia, em uma década viu seus índices caírem 30%".

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A VIAGEM DO PAPA A CUBA E AOS EUA (FINAL) (Serie 71, 24°)


         Na volta para Roma, ainda no avião que o transportava, o papa Francisco concedeu entrevista aos jornalistas que o acompanhavam expondo-lhes sua impressão da viagem e traçando como que um balanço da mesma.
         Nos seus discursos, o papa tratou destes principais temas: “a calorosa hospitalidade recebida nos EUA, os desafios da Igreja naquela Nação, a vergonha pelos abusos sexuais cometidos por alguns sacerdotes, o processo de paz na Colômbia, a crise migratória, os processos matrimoniais, a objeção de consciência, a China, as religiosas norte-americanas e as mulheres na Igreja e o poder do Papa” (LOSSERVATORE ROMANO, 28 de setembro de 2015).
         Ao jornalista que lhe perguntou se ele se considerava, agora, um “star”, respondeu:

         “Um Papa é «servo dos servos de Deus». Os mass media usam o termo star, mas há outra verdade. Demasiadas estrelas apagaram-se. Ao contrário, frisou, ser servo dos servos de Deus não passa.” (Idem).

A VIAGEM DO PAPA A CUBA E AOS EUA (IX) (Serie 71, 23°)


Neste domingo dia 27, o papa começou o seu programa com um encontro com os bispos convidados para o 8° Encontro Mundial das Famílias no Seminário São Carlos Borromeu. Depois visitou os detentos do Instituto ‘Curran-Fromhold’, para menores. À tarde o papa presidiu a Missa conclusiva do 8° Encontro Mundial das Famílias no Benjamin Franklin Parkway, na Filadélfia. A seguir, saudou a comissão organizadora, os voluntários e benfeitores. Por fim, despediu-se dos Estados Unidos e voltou para Roma.
Do encontro que o papa manteve com as vítimas de abusos sexuais ocorrido nesse mesmo domingo à tarde, destacamos as seguintes palavras:
“Os casos serão "cuidadosamente supervisionados" para garantir que os jovens sejam protegidos e os responsáveis sejam devidamente "responsabilizados”.” (EBC, 27 de setembro de 2015).
Na sua visita ao Instituto ‘Curran-Fromhold’ o papa afirmou:


Faz mal ver os sistemas prisionais que não se preocupam em curar as feridas, aliviar a pena, oferecer novas possibilidades”.” (Idem).

Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.

sábado, 26 de setembro de 2015

A VIAGEM DO PAPA A CUBA E AOS EUA (VIII) (Serie 71, 22°)


Nesse dia 26, o papa saiu de Nova Yorque e foi para a Filadélfia onde, pela manhã, celebrou Missa com os membros do claro, religiosos e religiosas da Pensilvânia, na Catedral dos Santos Pedro e Paulo.
À tarde participou do encontro para a liberdade religiosa com a comunidade hispânica e outros imigrantes no Independence Mall.
À noite, Francisco participou da Festa das Famílias e da vigília de oração no Banjamin Franklin Parkway, onde fez um discurso.
Na sua homilia da missa da manhã de hoje, destacamos:
“Durante o sermão, o papa disse que o futuro da Igreja Católica na sociedade exigirá um compromisso cada vez mais ativo por parte dos fiéis leigos, ou seja, aqueles que não são ordenados sacerdotes.
Segundo ele, promover nos fiéis o senso de responsabilidade sobre a missão da igreja é um desafio. “Um dos grandes desafios, nesta geração, é promover, em todos os fiéis, o sentido de responsabilidade pessoal pela missão da igreja e torná-los capazes de a cumprir", declarou. Francisco também falou sobre a história da igreja na Filadélfia, que fica no estado norte-americano da Pensilvânia e foi a primeira capital dos Estados Unidos. 
“Trata-se de uma história que nos fala de gerações e gerações de católicos comprometidos, que saíram para as periferias a fim de construir comunidades de culto, de educação, de caridade e de serviço à sociedade inteira. Tal história é visível nos muitos santuários espalhados por esta cidade”, disse.” (EBC, 26 de setembro de 2015).



Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.

A VIAGEM DO PAPA A CUBA E AOS EUA (VII) (Serie 71, 21°)


  Neste dia 25, em Nova York, o papa cumpriu o seguinte programa: primeira visita à sede da ONU, contando a saudação e discurso do Santo Padre; a seguir, participou do encontro interrreligioso no memorial do Ground Zero, lembrando as vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001; visitou a escola católica Nossa Senhora Rainha dos Anjos e encontrou-se com as crianças e famílias de imigrantes no Harlem. O dia se encerrou com a Missa celebrada no Madison Square Garden.
  No seu discurso à ONU o “papa Francisco fez uma ampla defesa dos direitos humanos e da proteção ao meio ambiente. Ele fez críticas ao lucro indiscriminado de organismos financeiros que não estão submetidos ao interesse coletivo, defendendo, inclusive, a regulação desses organismos. O Papa discursou diante de 150 chefes de Estado e de governo, entre eles a presidenta Dilma Rousseff, reunidas na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
Ele chamou a gestão econômica global de '"irresponsável" e disse que a economia mundial não deve ser guiada pela ambição e riqueza. Defendeu que os organismos financeiros internacionais devem se comprometer com o financiamento do desenvolvimento sustentável dos países. "Os organismos financeiros internacionais deveriam promover o progresso, ao invés de submeter as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência", declarou.

Durante os 35 minutos de discurso, o Papa tocou em vários pontos presentes na Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, a chamada Agenda 2030. Em diversos momentos chamou os líderes a combater a exclusão social e cobrou, dos países mais desenvolvidos, maior comprometimento com a principal meta do documento: a eliminação da pobreza extrema do mundo.” (EBC, 25 de setembro de 2015).

Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

PAULO BOMFIM PRINCIPE DOS POETAS BRASILEIROS - (Serie 71 anos, 20°)


            Um amigo meu e meu leitor referiu-se a mim, nesses termos: “O Chico, você está muito saudosista... outro dia você tirou do fundo do baú o príncipe dos poetas cearenses o padre Antônio Tomaz... Agora você vem com essa de Paulo Bomfim”?  Respondi-lhe, que a memoria a medida que a gente envelhece, traz lembranças que se perdiam nos refolhos da consciência... você nem estava pensando nisso, e lá vem ela surpreendendo agente. Assim, aconteceu que lembrando os nomes de Bomfim Paulista deparei-me que Bomfim é o sobrenome do grande Poeta Paulo Bomfim e que o nome do lugar  - Bomfim Paulista outrora Vila Bomfim – é uma homenagem ao avô do poeta, cujo nome era Francisco Rodrigues dos Santos Bonfim. Alias, oportunidade para prestar homenagem ao poeta que no próximo dia 30 completará 89 anos de idade. Boa data alias.
            Paulo Bomfim Nasceu em São Paulo no dia 30 de setembro de 1926. Primeiro e único filho do casal Maria de Lourdes Lebeis Bomfim e do Médico Simeão dos Santos Bomfim. A vocação literária de Paulo, segundo ele próprio veio de seu contexto familiar, onde havia frequentes saraus a que compareciam escritores, poetas, artistas como Vicente de Carvalho, Guilherme de Almeida, Mario de Andrade no âmbito da pintura, Tarsila do Amaral era uma das presenças constantes e, no da música, as pianistas Guiomar Novaes e Magdalena Tagliaferro, entre outros.
             Estudou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco mas não quis terminar o curso jurídico. Preferiu o Jornalismo, profissão a que se dedicou com esmero e muito afinco. Na época (por volta de 1946) trabalhava como colaborador dos jornais Correio Paulistano, Diário de São Paulo e Diário de Notícias. Em 1946 ocorreu a publicação de seu primeiro livro de poesia, Antônio Triste, com o qual recebeu o Prêmio Olavo Bilac, concedido pela Academia Brasileira de Letras, em 1947. No ano seguinte ele participou do Primeiro Congresso Paulista de Poesia. Entre 1971 e 1973 foi curador da Fundação Padre Anchieta, diretor técnico do Conselho Estadual de Cultura de São Paulo e representante do Brasil nas comemorações do cinquentenário da Semana de Arte Moderna, em Portugal. Recebeu vários prêmios, entre eles o Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano, em 1982, concedido pela União Brasileira de Escritores.

Suas obras:

Antônio Triste, 1946
Transfiguração, 1951
Relógio de Sol, 1952
Cantigas, 
Cantiga de Desencontro,
Poema do Silêncio,
Sinfonia Branca, 1954
Armorial, 1956
Quinze Anos de Poesia e
Poema da Descoberta, 1958
Sonetos e
O Colecionador de Minutos, 1959
Ramo de Rumos, 1961;
Antologia Poética, 1962;
Sonetos da Vida e da Morte, 1963.
Tempo Reverso, 1964;
Canções, 1966;
Calendário, 1968;
Poemas Escolhidos, 1974;
Praia de Sonetos, 1981;
Sonetos do Caminho, 1983;
Súdito da Noite, 1992.
Em 2000 e 2001 publicou os livros de contos e crônicas Aquele Menino e O Caminheiro; em 2004, Tecido de lembranças e, em 2006, Janeiros de meu São Paulo e O Colecionador de Minutos.

Parabéns Paulo! Saúde! Muita vida em seus anos!

 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. Serie 71 anos, 20°



A VIAGEM DO PAPA A CUBA E AOS EUA (VI) - (Serie 71 anos, 19º)


O roteiro do Papa para este dia, 24 de setembro de 2015, nos EUA, observou o seguinte programa: visitou ao Congresso dos Estados Unidos, onde pronunciou um discurso, no qual se salientaram os seguintes pontos:  o papa Francisco pediu aos parlamentares que trabalhem para combater a hostilidade contra os imigrantes; que tenham comprometimento com políticas para conter os efeitos das mudanças climáticas; sugeriu uma ação de combate a todo tipo de fundamentalismo e o fim da pena de morte no país.
            Depois disso, visitou o centro caritativo da Paróquia de São Patrício e encontrou-se com os sem-teto.
            No inicio da tarde voou para Nova Iorque, onde, na Catedral de São Patrício, presidiu a oração das vésperas com o clero local[1]








 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 





[1] Cf.: Como filho de migrantes .na nação do melting pot; Encontro e diálogo; Com os descendentes dos nativos. L’Osservatore Romano, 2015-09-23

A VIAGEM DO PAPA A CUBA E AOS EUA (V) - (Serie 71, 18°)

               Foi canonizado ontem, pelo Papa Francisco no Santuário Nacional da Imaculada Conceição, em Washington.
            Segundo José Rodríguez Carballo, “Junípero nasceu na Espanha, na ilha de Maiorca, e dedicou- se ao ensino universitário, mas sendo já franciscano nunca deixou o ministério da pregação. As multidões acorriam para ouvir as suas palavras. O seu modo de falar revelava um fervoroso zelo apostólico, o mesmo que aos 35 anos o levou ao México como missionário. Partiu com o frei Francisco Palóu, que permaneceu ao seu lado durante toda a vida (como colaborador, amigo e historiador), frei Juan Crespi e outros trinta missionários franciscanos. Lá fundou cinco missões: Jalpán (dedicada a são Tiago), Conca (a são Miguel Arcanjo), Landa de Matamoros (à Imaculada Conceição), Tilaco (a são Francisco de Assis) e Tancoyol (a Nossa Senhora da Luz). Trabalhou nessas áreas com constância e zelo apostólico, aprendeu a língua Pame e traduziu neste idioma as orações e os preceitos cristãos, difundindo também a devoção pela Imaculada.
Junípero Serra foi definido justamente um colosso da evangelização. Não poupou esforços para levar a todos a Boa Nova. Para ele o Evangelho era tudo. Em dezassete anos, de 1767 a 1784, percorreu só na Califórnia cerca de dez mil quilómetros a pé. Com uma chaga num pé que o acompanhou até à morte, fiel ao seu lema: »Em frente, sempre em frente!». Até ao dia da sua morte, ocorrida em Monterey a 28 de Agosto de 1784, Junípero foi permeado por uma única paixão: partilhar com todos a «doçura do Senhor». Considerado o pai dos índios, foi honrado como um herói nacional: a sua estátua predomina na Sala dos congressos entre os pais fundadores dos Estados Unidos”.[1]


 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. Serie 71 anos, 15°







[1]  L’Osservatore Romano, 2015-09-23 (Edição em Portugues de Portugal). Veja também, o discurso completo do Papa Francisco sobre São Junípero em CNBB: Papa Francisco canoniza o beato Junípero Serra 24/09/2015; L’Osservatore Romano. Junípero Serra proclamado santo em Washington -Colosso da evangelização, 2015-09-23



quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A VIAGEM DO PAPA A CUBA E AOS EUA (IV) (Serie 71, 17°)


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            Depois de ter desembarcado ontem, dia 22 de setembro, nos EUA, nesse dia 23 o papa teve o seguinte programa: primeiro, visita à Casa Branca, onde encontrou-se com o presidente Barack Obama; depois, manteve um encontro com os bispos norte-americanos na Catedral de São Mateus em Washington e a canonizou Frei Junípero Serra no Santuário Nacional da Imaculada Conceição. Esta canonização, foi, aliás, um ponto polêmico dessa viagem do papa, porque “transformar um franciscano do século XVIII num símbolo do século XXI” (IHU, 21 de setembro 2015), parece anacrônico.
Outro motivo foi levantado por historiadores da igreja católica norte-americana deste período, como por exemplo, Steven Hackel – professor de História da Universidade de Cornell e autor do livro Junípero Serra: California’s Founding Father – segundo o qual os missionários desta época, inclusive Frei Junípero, escravizavam os índios e também foram acusados de genocidas. O mencionado autor, não concorda totalmente com esta afirmação, porém, admite que os índios eram submetidos a castigos corporais.
Mas, segundo José Rodriguez Carballo: “verdadeiro filho de são Francisco de Assis, Junípero Serra (1713-1784) procurou adequar a sua vida ao convite do Pobrezinho para ir pelo mundo inteiro e anunciar a todos, com a palavra e as obras, a Boa Nova e o seu conteúdo: a pessoa de Jesus Cristo” (L’OSSERVATORE ROMANO, 23 de setembro 2015).
Junípero nasceu na Espanha, na ilha de Maiorca, e dedicou-se ao ensino universitário, mas sendo já franciscano nunca deixou o ministério da pregação. As multidões acorriam para ouvir as suas palavras. O seu modo de falar revelava um fervoroso zelo apostólico, o mesmo que aos 35 anos o levou ao México como missionário. Partiu com o frei Francisco Palóu, que permaneceu ao seu lado durante toda a vida (como colaborador, amigo e historiador), frei Juan Crespi e outros trinta missionários franciscanos. Lá fundou cinco missões: Jalpán (dedicada a são Tiago), Conca (a são Miguel Arcanjo), Landa de Matamoros (à Imaculada Conceição), Tilaco (a são Francisco de Assis) e Tancoyol (a Nossa Senhora da Luz). Trabalhou nessas áreas com constância e zelo apostólico, aprendeu a língua Pame e traduziu neste idioma as orações e os preceitos cristãos, difundindo também a devoção pela Imaculada.
Junípero Serra foi definido justamente com um colosso da evangelização. Não poupou esforços para levar a todos a Boa Nova. Para ele o Evangelho era tudo. Em dezessete anos, de 1767 a 1784, percorreu só na Califórnia cerca de dez mil quilometros a pé. Com uma chaga num pé que o acompanhou até à morte, fiel ao seu lema: “Em frente, sempre em frente!”. Até ao dia da sua morte, ocorrida em Monterey a 28 de Agosto de 1784, Junípero foi permeado por uma única paixão: partilhar com todos a “doçura do Senhor”. Considerado o pai dos índios, foi honrado como um herói nacional: a sua estátua predomina na Sala dos congressos entre os pais fundadores dos Estados Unidos”. (L’OSSERVATORE ROMANO, 23 de setembro de 2015).



Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

“O VÔ PERDEU O SALARIO” (Serie 71, 16º)

       Por volta das quatro horas da tarde o Sr. Elias Gibaile, fiscal da fazenda Niágara fez os pagamentos do mês, daqueles que estavam no terreirão e secando café. Cada um com seu rastelo fazia sua parte, um subia rastelando, o outro descia. Quando encerraram o dia cada um foi pegar seu embornal e voltar para suas casas.
            Meu avô, Antônio Pedro da Silva, ficou procurando onde tinha posto o salario recebido. Bolso por bolso. Nada de encontrar seu parto salário recebido. Perguntou para um, perguntou para outro, e ninguém nem tinha achado, nem visto. Desolado e muito triste voltou para a casa e contou para sua esposa, que lhe fez muitas perguntas. Sempre de voz baixa, como era costume na família e em casa, nada de falar alto, nada de contar para estranhos o que se passava em casa.
            Minha avó, minhas tias e meus tios, todos choraram. Jantaram, mas o jantar teve gosto de tristeza e raiva. Acabou logo e em seguida, todos foram dormir pensando: quem será que encontrou o salário? Não se encontrava resposta satisfatória.
            Ao final ele, apesar de pouco, fazia-se possível para pagar o armazém e outras contas do mês. Minha avó apelava para a Divina Providência, enquanto minhas tias e tios, faziam trabalho redobrado para compensar a perda.
            Mais de sessenta anos passaram-se, e lembro-me hoje dessa tristeza familiar.
            Foi muito forte e pesado!




Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.