quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A VIAGEM DO PAPA A CUBA E AOS EUA (IV) (Serie 71, 17°)


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            Depois de ter desembarcado ontem, dia 22 de setembro, nos EUA, nesse dia 23 o papa teve o seguinte programa: primeiro, visita à Casa Branca, onde encontrou-se com o presidente Barack Obama; depois, manteve um encontro com os bispos norte-americanos na Catedral de São Mateus em Washington e a canonizou Frei Junípero Serra no Santuário Nacional da Imaculada Conceição. Esta canonização, foi, aliás, um ponto polêmico dessa viagem do papa, porque “transformar um franciscano do século XVIII num símbolo do século XXI” (IHU, 21 de setembro 2015), parece anacrônico.
Outro motivo foi levantado por historiadores da igreja católica norte-americana deste período, como por exemplo, Steven Hackel – professor de História da Universidade de Cornell e autor do livro Junípero Serra: California’s Founding Father – segundo o qual os missionários desta época, inclusive Frei Junípero, escravizavam os índios e também foram acusados de genocidas. O mencionado autor, não concorda totalmente com esta afirmação, porém, admite que os índios eram submetidos a castigos corporais.
Mas, segundo José Rodriguez Carballo: “verdadeiro filho de são Francisco de Assis, Junípero Serra (1713-1784) procurou adequar a sua vida ao convite do Pobrezinho para ir pelo mundo inteiro e anunciar a todos, com a palavra e as obras, a Boa Nova e o seu conteúdo: a pessoa de Jesus Cristo” (L’OSSERVATORE ROMANO, 23 de setembro 2015).
Junípero nasceu na Espanha, na ilha de Maiorca, e dedicou-se ao ensino universitário, mas sendo já franciscano nunca deixou o ministério da pregação. As multidões acorriam para ouvir as suas palavras. O seu modo de falar revelava um fervoroso zelo apostólico, o mesmo que aos 35 anos o levou ao México como missionário. Partiu com o frei Francisco Palóu, que permaneceu ao seu lado durante toda a vida (como colaborador, amigo e historiador), frei Juan Crespi e outros trinta missionários franciscanos. Lá fundou cinco missões: Jalpán (dedicada a são Tiago), Conca (a são Miguel Arcanjo), Landa de Matamoros (à Imaculada Conceição), Tilaco (a são Francisco de Assis) e Tancoyol (a Nossa Senhora da Luz). Trabalhou nessas áreas com constância e zelo apostólico, aprendeu a língua Pame e traduziu neste idioma as orações e os preceitos cristãos, difundindo também a devoção pela Imaculada.
Junípero Serra foi definido justamente com um colosso da evangelização. Não poupou esforços para levar a todos a Boa Nova. Para ele o Evangelho era tudo. Em dezessete anos, de 1767 a 1784, percorreu só na Califórnia cerca de dez mil quilometros a pé. Com uma chaga num pé que o acompanhou até à morte, fiel ao seu lema: “Em frente, sempre em frente!”. Até ao dia da sua morte, ocorrida em Monterey a 28 de Agosto de 1784, Junípero foi permeado por uma única paixão: partilhar com todos a “doçura do Senhor”. Considerado o pai dos índios, foi honrado como um herói nacional: a sua estátua predomina na Sala dos congressos entre os pais fundadores dos Estados Unidos”. (L’OSSERVATORE ROMANO, 23 de setembro de 2015).



Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.

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