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Depois
de ter desembarcado ontem, dia 22 de setembro, nos EUA, nesse dia 23 o papa
teve o seguinte programa: primeiro, visita à Casa Branca, onde encontrou-se com
o presidente Barack Obama; depois, manteve um encontro com os bispos
norte-americanos na Catedral de São Mateus em Washington e a canonizou Frei
Junípero Serra no Santuário Nacional da Imaculada Conceição. Esta canonização,
foi, aliás, um ponto polêmico dessa viagem do papa, porque “transformar um
franciscano do século XVIII num símbolo do século XXI” (IHU, 21 de setembro
2015), parece anacrônico.
Outro motivo foi
levantado por historiadores da igreja católica norte-americana deste período,
como por exemplo, Steven Hackel – professor de História da Universidade de
Cornell e autor do livro Junípero Serra: California’s Founding Father – segundo
o qual os missionários desta época, inclusive Frei Junípero, escravizavam os
índios e também foram acusados de genocidas. O mencionado autor, não concorda
totalmente com esta afirmação, porém, admite que os índios eram submetidos a
castigos corporais.
Mas, segundo José
Rodriguez Carballo: “verdadeiro filho de são Francisco de Assis, Junípero Serra
(1713-1784) procurou adequar a sua vida ao convite do Pobrezinho para ir pelo
mundo inteiro e anunciar a todos, com a palavra e as obras, a Boa Nova e o seu
conteúdo: a pessoa de Jesus Cristo” (L’OSSERVATORE ROMANO, 23 de setembro
2015).
Junípero nasceu na
Espanha, na ilha de Maiorca, e dedicou-se ao ensino universitário, mas sendo já
franciscano nunca deixou o ministério da pregação. As multidões acorriam para
ouvir as suas palavras. O seu modo de falar revelava um fervoroso zelo
apostólico, o mesmo que aos 35 anos o levou ao México como missionário. Partiu
com o frei Francisco Palóu, que permaneceu ao seu lado durante toda a vida
(como colaborador, amigo e historiador), frei Juan Crespi e outros trinta
missionários franciscanos. Lá fundou cinco missões: Jalpán (dedicada a são
Tiago), Conca (a são Miguel Arcanjo), Landa de Matamoros (à Imaculada
Conceição), Tilaco (a são Francisco de Assis) e Tancoyol (a Nossa Senhora da
Luz). Trabalhou nessas áreas com constância e zelo apostólico, aprendeu a
língua Pame e traduziu neste idioma as orações e os preceitos cristãos,
difundindo também a devoção pela Imaculada.
Junípero Serra foi definido
justamente com um colosso da evangelização. Não poupou esforços para levar a
todos a Boa Nova. Para ele o Evangelho era tudo. Em dezessete anos, de 1767 a
1784, percorreu só na Califórnia cerca de dez mil quilometros a pé. Com uma
chaga num pé que o acompanhou até à morte, fiel ao seu lema: “Em frente, sempre
em frente!”. Até ao dia da sua morte, ocorrida em Monterey a 28 de Agosto de
1784, Junípero foi permeado por uma única paixão: partilhar com todos a “doçura
do Senhor”. Considerado o pai dos índios, foi honrado como um herói nacional: a
sua estátua predomina na Sala dos congressos entre os pais fundadores dos Estados
Unidos”. (L’OSSERVATORE ROMANO, 23 de setembro de 2015).
Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.
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