A chegada do
Papa, no dia 19 em Havana foi sentida pela população como agradecimento pelo
reestabelecimento de relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos. O
Papa, por sua vez “ao desembarcar em Havana, pediu a Cuba e aos Estados Unidos
que avancem na normalização das relações bilaterais e desenvolvam todas as suas
potencialidades”.
Segundo
comentaristas internacionais, como se previa, a Igreja em Cuba recebeu o Papa,
muito esperançosa, pois “sendo o primeiro papa da história com uma
sensibilidade latino-americana, não será necessário traduzi-lo, nem em público
nem em reuniões privadas, e também porque ele se envolveu na pacificação das
relações entre os Estados Unidos e Cuba, imprescindível para o crescimento
eclesiástico em termos de paróquias, espaço público e recursos”.
No dia 20 o Papa
celebrou uma missa na Praça da Revolução, em Havana. A cerimônia, presidida
pelo papa Francisco, contou com presença de milhares de fieis cubanos, do
presidente de Cuba, Raúl Castro e da presidente argentina Cristina
Kirchner. Em sua homilia na missa celebrada na Praça da Revolução, o papa
Francisco convidou a todos a estarem a serviço dos mais
necessitados e recordou que a vida autêntica se vive no compromisso
concreto com o próximo. “O santo povo fiel de Deus, que caminha em Cuba,
é um povo que ama a festa, a amizade, as coisas belas. É um povo que caminha,
que canta e louva. É um povo que, apesar das feridas que tem como qualquer
povo, sabe abrir os braços, caminhar com esperança, porque se sente chamado
para a grandeza”, disse Francisco. (Quem quiser ler toda homilia do Papa
na integra , ver texto “A vida
autêntica se vive no compromisso concreto com o próximo”, disse o papa em
Havana” CNBB 21 de setembro de 2015).
Além dessa
missa o Papa se encontrou com Bispos
cubanos e com jovens. Ele disse no encontro com os jovens que “ A objetividade
da vida, deve entrar a capacidade de sonhar. E um jovem que não é capaz de
sonhar, está encerrado em sim mesmo, está fechado em si mesmo. (...) não vos
esqueçais: sonhai! (...). e contem os vossos sonhos. Contai, falai das coisas
grandes que desejais, porque quanto maior for a capacidade de sonhar, mesmo que
a vida deixe a metade do caminho, mais caminho terás percorrido. Então, em
primeiro lugar, sonhar”.
Além disso,
o Papa visitou Fidel Castro em sua residência familiar, e ambos, após uma
conversa sobre o meio ambiente e se ofertaram presentes.
No encontro
que o Papa manteve com os sacerdotes, em sua reflexão, recordou que a pobreza é
uma palavra “muito incômoda”, pois é contrária a estrutura cultural do mundo
moderno. “O espírito mundano não a conhece, não a quer, a esconde, não por
pudor, mas por desprezo. E se tem que pecar e ofender a Deus para que não
chegue a pobreza, o faz. O espírito do mundo não ama o caminho do Filho de
Deus, que se fez pobre, se fez nada, se humilhou para ser um de nós”, pontou o
pontífice.
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