Um amigo meu
e meu leitor referiu-se a mim, nesses termos: “O Chico, você está muito
saudosista... outro dia você tirou do fundo do baú o príncipe dos poetas
cearenses o padre Antônio Tomaz... Agora você vem com essa de Paulo
Bomfim”? Respondi-lhe, que a memoria a
medida que a gente envelhece, traz lembranças que se perdiam nos refolhos da
consciência... você nem estava pensando nisso, e lá vem ela surpreendendo
agente. Assim, aconteceu que lembrando os nomes de Bomfim Paulista deparei-me
que Bomfim é o sobrenome do grande Poeta Paulo Bomfim e que o nome do
lugar - Bomfim Paulista outrora Vila
Bomfim – é uma homenagem ao avô do poeta, cujo nome era Francisco Rodrigues dos
Santos Bonfim. Alias, oportunidade para prestar homenagem ao poeta que no
próximo dia 30 completará 89 anos de idade. Boa data alias.
Paulo Bomfim
Nasceu em São Paulo no dia 30 de setembro de 1926. Primeiro e único filho do
casal Maria de Lourdes Lebeis Bomfim e do Médico Simeão dos Santos Bomfim. A
vocação literária de Paulo, segundo ele próprio veio de seu contexto familiar,
onde havia frequentes saraus a que compareciam escritores, poetas, artistas como
Vicente de Carvalho, Guilherme de Almeida, Mario de Andrade no âmbito da
pintura, Tarsila do Amaral era uma das presenças constantes e, no da música, as
pianistas Guiomar Novaes e Magdalena Tagliaferro, entre outros.
Estudou na Faculdade de Direito do Largo de
São Francisco mas não quis terminar o curso jurídico. Preferiu o Jornalismo,
profissão a que se dedicou com esmero e muito afinco. Na época (por volta de
1946) trabalhava como colaborador dos jornais Correio Paulistano, Diário de São
Paulo e Diário de Notícias. Em 1946 ocorreu a publicação de seu primeiro livro
de poesia, Antônio Triste, com o qual recebeu o Prêmio Olavo Bilac, concedido
pela Academia Brasileira de Letras, em 1947. No ano seguinte ele
participou do Primeiro Congresso Paulista de Poesia. Entre 1971 e 1973 foi
curador da Fundação Padre Anchieta, diretor técnico do Conselho Estadual de
Cultura de São Paulo e representante do Brasil nas comemorações do
cinquentenário da Semana de Arte Moderna, em Portugal. Recebeu vários prêmios,
entre eles o Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano, em 1982, concedido pela
União Brasileira de Escritores.
Suas obras:
Antônio Triste, 1946
Transfiguração, 1951
Relógio de Sol, 1952
Cantigas,
Cantiga de Desencontro,
Poema do Silêncio,
Sinfonia Branca, 1954
Armorial, 1956
Quinze Anos de Poesia e
Poema da Descoberta, 1958
Sonetos e
O Colecionador de Minutos, 1959
Ramo de Rumos, 1961;
Antologia Poética, 1962;
Sonetos da Vida e da Morte, 1963.
Tempo Reverso, 1964;
Canções, 1966;
Calendário, 1968;
Poemas Escolhidos, 1974;
Praia de Sonetos, 1981;
Sonetos do Caminho, 1983;
Súdito da Noite, 1992.
Em 2000 e 2001 publicou os livros de contos e crônicas Aquele
Menino e O Caminheiro; em 2004, Tecido de lembranças e, em 2006, Janeiros de
meu São Paulo e O Colecionador de Minutos.
Parabéns Paulo! Saúde! Muita vida em seus anos!
Digitou esse
texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. Serie 71
anos, 20°
Nenhum comentário:
Postar um comentário