Segundo a Agencia Ecclesia, a celebração
do Natal, que no Cristianismo assinala o nascimento de Jesus, inicia-se um
pouco por todo o mundo na noite anterior ao dia 25, seguindo uma tradição que
remonta aos primórdios da Igreja de Roma.
Esta não é a primeira festa cristã, dado que as primeiras
comunidades celebravam a fé na ressurreição, em volta da Páscoa, mas já no
século III Hipólito de Roma, no seu comentário ao livro do profeta Daniel,
afirmava que Jesus nasceu a 25 de dezembro, dia em que se celebrava a dedicação
do Templo de Jerusalém.
A festa do Natal assumiu uma forma
definida no séc. IV, quando tomou o lugar da festa romana do ‘Sol invencível’,
no mesmo dia 25 (VIII Kalendas Januarias: no oitavo dia antes do dia 1 de
janeiro), uma data com um simbolismo próprio.
Ainda hoje, na liturgia católica, se
recita a chamada “calenda”, como anúncio do nascimento de Jesus, que a oração
coloca na época da 194ª Olimpíada e no ano 752 da fundação de Roma, entre
outras referências históricas.
Para afastar os fiéis da prática das
festas pagãs, a Igreja quis ressaltar que a verdadeira luz que ilumina todo
homem é Cristo e a celebração de seu nascimento é a solenidade própria para
afirmar a fé no mistério da Encarnação, contra as grandes heresias cristológicas
dos séculos IV e V, solenemente afirmada nos quatro concílios ecuménicos de
Niceia, Éfeso, Calcedónia e Constantinopla.
A Missa do Galo, celebrada à meia-noite,
assinala a hora em que, segundo a tradição, teria nascido Jesus.
Liturgicamente, a solenidade é
caracterizada por três missas: a da Meia-Noite (‘in galli cantu’), que
remontará ao Papa Sisto III, por ocasião da reconstrução da basílica liberiana
no Esquilino (Santa Maria Maior), depois do concílio de Éfeso, em 431; a da
Aurora (‘in aurora’), originariamente em honra de Santa Anastácia, que tinha um
culto celebrado com solenidade em Roma no século VI e, na liturgia atual,
conserva ainda uma oração de comemoração; a do dia (‘in die’), a que primeiro
foi instituída, no séc. IV.
Para lá
desta ligação histórica original a Roma, o Natal é uma festa culturalmente
muito marcada pela tradição medieval do presépio e do Menino Jesus.
No ano de 1223, São Francisco de Assis decidiu celebrar a
Missa da véspera de Natal com os cidadãos de Assis de forma diferente: assim,
em vez de ser celebrada no interior de uma igreja, foi celebrada numa gruta,
que se situava na floresta de Grécio, perto da cidade. Francisco transportou
para essa gruta um boi e um burro reais e feno, para além disto também colocou
na gruta as imagens do Menino Jesus, da Virgem Maria e de S. José.
O Papa Francisco, que se inspirou no santo
de Assis para a escolha do seu nome, fala do presépio como o lugar onde falam a
“ternura de Deus” e a “misericórdia divina”.
“O Senhor, quando nasceu, estava ali, na
manjedoura, e ninguém se apercebia de que era Deus. Neste Natal, gostaria que o
Senhor nascesse no coração de cada um de nós, escondido”, disse, numa
celebração com pobres ajudados pela Cáritas de Roma, uma semana antes do Natal.
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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