domingo, 13 de dezembro de 2015

SOBRE A CHUVA (Serie 71 anos, 116°)


            O tempo dela é de setembro a março. O agricultor sabe muito bem o tempo de plantar e de aguardar a colheita. Ela molha e fecunda a terra. Um fenômeno que, para quem mora na cidade pode ser uma chateação, uma desculpa como disse João Cabral de Melo Neto: No Recife, se a chuva chove, / a chuva é a desculpa mais nobre, / para não se ir, não se fazer, para trancar-se no não ser. // Mais que corda, é chuva em sabres / que aprisiona o dia em grades, / e mesmo que tenha gazuas / da grade viva, evita a rua.
            Para quem mora na roça, para quem lida com a terra, a chuva é sempre uma benção, que preciso agradecer. Com esse sentido, viveu o poeta Ribeiro Couto, mesmo não sendo agricultor: “Dando graças vivi a vida inteira, / Inexplicável dom me foi o mundo, /  Por mais que noutro acreditar eu queira / É neste que de chuva e sol me inundo.



Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 

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