O tempo dela
é de setembro a março. O agricultor sabe muito bem o tempo de plantar e de
aguardar a colheita. Ela molha e fecunda a terra. Um fenômeno que, para quem
mora na cidade pode ser uma chateação, uma desculpa como disse João Cabral de
Melo Neto: No Recife, se a chuva chove, / a chuva é a desculpa mais nobre, / para
não se ir, não se fazer, para trancar-se no não ser. // Mais que corda, é chuva
em sabres / que aprisiona o dia em grades, / e mesmo que tenha gazuas / da
grade viva, evita a rua.
Para quem
mora na roça, para quem lida com a terra, a chuva é sempre uma benção, que preciso
agradecer. Com esse sentido, viveu o poeta Ribeiro Couto, mesmo não sendo agricultor:
“Dando graças vivi a vida inteira, / Inexplicável dom me foi o mundo, / Por mais que noutro acreditar eu queira / É
neste que de chuva e sol me inundo.
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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