Acabo de ler que o dicionário
Houaiss e a Agência NBS estão a fazer uma pesquisa sobre os vários conceitos de
família. Assunto dos mais importantes, dada a evolução que nela se deu durante
o século XX e continua a se dar no presente século.
Desde adolescente, no seminário
menor, ensinava-se a ler e a ler muito. Devia-se, porém, ter sempre um
dicionário da língua portuguesa ao lado. Não se devia pular uma palavra cujo o
significado não se entendeu. Consultar o dicionário, acima de tudo, enriquecia
o próprio vocabulário. Claro que era um exercício esfalfante. Mas o resultado
era enriquecedor. Dizia-se que o dicionário era “o pai dos burros”. Burros,
não. Inteligentes!
Enriqueceu-me saber,
agora, que dicionário não é só um tradutor de conceitos, de acepções. Mauro
Villar, coautor do dicionário Houaiss explicou que “os dicionários são espelhos
do mundo, refletindo a sua realidade. Registram os sentidos que cada palavra
foi ganhando na língua através da sua história. Não podem, porém, ficar apenas
no passado, como é óbvio”1.
Se o conceito de família
mudou é preciso que o dicionário espelhe esta mudança e, nós leitores, mudemos
o nosso conceito de família e aprendamos democrática e dialogalmente a assim tratá-la.
Rogério Koscheck
sintetizou muito bem esta postura, nestes termos: “esperamos mostrar que os
valores do amor, do afeto, da preocupação, da educação, da transmissão de
conhecimento e da ética são mais importantes que essa definição estreita (a do
Estatuto da Família) e completamente fora da realidade”1.
Citação:
1. Campanha
recebe mais de 3 mil sugestões sobre novo conceito de família. IHU ONLINE. 10
de mais de 2016.
Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.
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