segunda-feira, 16 de maio de 2016

O PERFIL DO PADRE (Serie 71 anos, 279°)


O Papa Francisco afirmou hoje na abertura da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Italiana (CEI) que o sacerdote “não é um burocrata”, é “estruturalmente missionário” e um “critério decisivo” para uma decisão vocacional está na capacidade de se relacionar.
“Neste tempo pobre para fazer amizades, o nosso primeiro compromisso é o de construir comunidade; a abertura ao relacionamento é, assim, um critério decisivo de discernimento vocacional”, afirmou o Papa no discurso de abertura da 69.ª Assembleia Plenária da CEI.
O discurso de abertura da reunião dos bispos italianos, que vai decorrer até ao dia 19, foi feito pelo Papa Francisco, como acontece há três anos, enquanto bispo de Roma e primaz da Itália, e não pelo presidente da CEI, o cardeal Angelo Bagnasco, no cargo desde 2007.
Referindo-se ao tema principal da Assembleia Plenária em curso esta semana, o Papa referiu que o padre é “estruturalmente missionário”, mais do que um líder com uma “missão para cumprir”, e deve sentir-se pertença do povo de Deus onde é enviado, condição de distanciamento da autorreferencialidade que “isola e aprisiona”.
Para Francisco o sacerdote “não é um burocrata ou um funcionário anónimo de uma instituição, não está consagrado a um papel clerical, nem se move por critério de eficiência”, “não procura seguranças terrenas ou títulos honoríficos, que levam á confiança no homem” e “não exige nada para além das reais necessidades”.
“O seu estilo de vida simples e essencial, sempre disponível, fá-lo credível aos olhos das pessoas e aproxima-o dos humildes, numa caridade pastoral que o torna livre e solidário. Servo da vida, caminha com o coração e o ritmo dos pobres”, sublinhou o Papa.
Francisco acrescentou que a comunhão com os leigos, valorizando a participação de cada um, é uma “marca distintiva” da vida do sacerdote e o “cenáculo do presbitério” é “vital” para a seu ministério.
“Esta experiência – quando não é participada de forma ocasional nem por força de uma colaboração instrumental – liberta do narcisismo e dos ciúmes clericais; faz crescer a estima, o apoio e a benevolência recíproca; favorece uma comunhão não só sacramental ou jurídica, mas fraterna e concreta”, afirmou o Papa.
“A comunhão é de facto um dos nomes da Misericórdia”, acrescentou.
O Papa desafiou os bispos italianos a promoverem uma renovação do clero que inclua uma “visão evangélica” sobre a gestão de estruturas e dos bens, evitando referências a uma “pastoral de conservação” que é obstáculo para a “abertura  à perene novidade do Espírito”
“Conservai apenas o que pode servir para a experiência de Fé e de caridade do povo de Deus”, concluiu[1].




 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 




[1] Agencia Ecclesa 16/05/2016

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