Falando, na manhã de
hoje, dia 05 de maio aos participantes de uma vigília especial de oração,
integrada nas celebrações do Jubileu da Misericórdia, o Papa Francisco, disse:
“Se Deus chorou, também eu posso chorar, ciente
de que sou compreendido. O pranto de Jesus é o antídoto contra a indiferença
face ao sofrimento dos meus irmãos”.
No dia da solenidade
litúrgica da Ascensão de Jesus, centenas de pessoas reuniram-se na Basílica de
São Pedro, onde ouviram testemunhos de sofrimento, ligados à perda de filhos ou
à perseguição religiosa, por exemplo.
“Quanta tristeza podemos
vislumbrar em tantos rostos que encontramos! Quantas lágrimas são derramadas,
em cada instante, no mundo; uma diferente da outra; e, juntas, formam como que
um oceano de desolação, que invoca piedade, compaixão, consolação”, declarou o
Papa.
Francisco realçou que “as
mais amargas são as lágrimas causadas pela maldade humana”, momentos que
desafiam a fé e o sentido da existência, provocando confusão e dor.
“A razão, só por si, não
é capaz de iluminar o nosso íntimo, compreender a dor que sentimos e dar a
resposta que esperamos. Nestes momentos, temos mais necessidade das razões do
coração”, realçou o Papa.
A intervenção recordou os
episódios do Evangelho que retratam Jesus a chorar, lágrimas que “baralharam
muitos teólogos ao longo dos séculos”, segundo Francisco.
“Aquele pranto ensina-me
a assumir a dor dos outros, a tornar-me participante do incómodo e do
sofrimento de quantos vivem nas situações mais dolorosas”, precisou.
O pontífice argentino
apresentou a oração como “verdadeiro remédio” para o sofrimento.
A vigília para ‘enxugar
as lágrimas’ decorreu na presença do relicário de Nossa Senhora das Lágrimas de
Siracusa - evocação de um fenómeno ocorrido na Itália, em 1953, quando uma obra
em gesso, representando o Coração Imaculado de Maria, derramou lágrimas.
“Junto de cada cruz, está
sempre a Mãe de Jesus. Com o seu manto, Ela enxuga as nossas lágrimas. Com a
sua mão, faz-nos levantar e acompanha-nos pelo caminho da esperança”, disse
Francisco.
No final da cerimónia de
oração, o Papa abençoou e distribuiu simbolicamente um 'Agnus Dei' (Cordeiro de
Deus), objeto de devoção usado particularmente no Ano Jubilar, que remonta ao
século IV; realizado com cera branca, em forma oval, o presente do Papa tem
numa das faces o Cordeiro Pascal e, na outra, o logótipo do Jubileu da
Misericórdia.
A oferta, explicou a
Santa Sé em comunicado, quer ser “expressão da misericórdia” de Deus “para com
todos os fiéis que vivem situações de profundo sofrimento”.
Citação:
- Agência Ecclesia. 05 de
maio de 2016.
Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.
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