No dia 7 de outubro, quarta feira, o
Papa Francisco falou sobre o espirito familiar.
Depois, na audiência
geral das quartas feiras o Pontífice ilustrou aos fiéis presentes na praça de
São Pedro a própria intenção de acompanhar todo o percurso do Sínodo dos bispos
com catequeses inspiradas em alguns aspectos da relação indissolúvel – entre
Igreja e família, com o horizonte aberto ao bem da inteira comunidade humana.
Partindo do
pressuposto que o “espírito familiar” é uma carta constitucional para a Igreja»,
o Papa constatou que «um olhar atento na vida diária dos homens e mulheres»
mostra de modo imediato «a necessidade em todos os lugares de uma injecção
robusta deste espírito. De resto, frisou, «o estilo das relações – civis,
económicas, jurídicas, profissionais, de cidadania – parece muito racional,
formal e organizado mas ao mesmo tempo «também muito “desidratado”, árido e
anónimo. A ponto de se tornar às vezes «insuportável» porque abandona na
solidão e no descarte um número cada vez maior de pessoas. Eis então, explicou
Francisco, o mérito da família: abrir «uma perspectiva mais humana» para a
sociedade.
De facto, ela com os seus vínculos de fidelidade,
sinceridade, confiança, cooperação e respeito, encoraja a planificar um mundo
habitável e a acreditar nas relações de confiança, inclusive em condições
difíceis; ensina a honrar a palavra dada, o respeito pelas pessoas, a partilha
dos limites». Sobretudo está «atenta aos membros mais pequeninos, vulneráveis,
feridos e até mais desastrados», como demonstra o facto de que «na sociedade,
quem pratica estas atitudes, assimilou-as do espírito familiar.
E no entanto, lamentou-se o Pontífice, à família «não se dá o
devido valor – nem reconhecimento e apoio – na organização política e
económica». É suficiente observar que «com toda a sua ciência, a sua técnica» a
sociedade moderna ainda não é capaz de traduzir os conhecimentos adquiridos «em
formas melhores de convivência civil». Aliás, «a organização da vida comum
encalha-se numa burocracia alheia aos vínculos humanos fundamentais». Até «os
costumes sociais e políticos mostram sinais de degradação, acabando na situação
paradoxal devido à qual «a obtusidade tecnocrática e o familismo amoral se
conjugam e se alimentam reciprocamente».
Portanto, concluiu Francisco, a Igreja identifica hoje, neste
exacto momento, o sentido histórico da sua missão em relação à família e ao
autêntico espírito familiar, começando por uma atenta revisão de vida, que diz
respeito a si mesma. De facto, não obstante tudo, a Igreja é e deve ser a
família de Deus». E nela as famílias constituem não uma rede que cria prisioneiros
mas, ao contrário, que liberta das águas negativas do abandono e da
indiferença, que afogam muitos sers humanos no mar da solidão e da indiferença.
Com efeito, comentou o Pontífice, «as famílias sabem o que significa a
dignidade de se sentir filhos e não escravos, nem estrangeiros, ou apenas um número
de bilhete de identidade.[1]
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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