quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O SINODO DIA-ADIA (4) - (Serie 71, 32°)

 
            No dia 7 de outubro, quarta feira, o Papa Francisco falou sobre o espirito familiar.
            Depois, na audiência geral das quartas feiras o Pontífice ilustrou aos fiéis presentes na praça de São Pedro a própria intenção de acompanhar todo o percurso do Sínodo dos bispos com catequeses inspiradas em alguns aspectos da relação indissolúvel – entre Igreja e família, com o horizonte aberto ao bem da inteira comunidade humana.
            Partindo do pressuposto que o “espírito familiar” é uma carta constitucional para a Igreja», o Papa constatou que «um olhar atento na vida diária dos homens e mulheres» mostra de modo imediato «a necessidade em todos os lugares de uma injecção robusta deste espírito. De resto, frisou, «o estilo das relações – civis, económicas, jurídicas, profissionais, de cidadania – parece muito racional, formal e organizado mas ao mesmo tempo «também muito “desidratado”, árido e anónimo. A ponto de se tornar às vezes «insuportável» porque abandona na solidão e no descarte um número cada vez maior de pessoas. Eis então, explicou Francisco, o mérito da família: abrir «uma perspectiva mais humana» para a sociedade.
De facto, ela com os seus vínculos de fidelidade, sinceridade, confiança, cooperação e respeito, encoraja a planificar um mundo habitável e a acreditar nas relações de confiança, inclusive em condições difíceis; ensina a honrar a palavra dada, o respeito pelas pessoas, a partilha dos limites». Sobretudo está «atenta aos membros mais pequeninos, vulneráveis, feridos e até mais desastrados», como demonstra o facto de que «na sociedade, quem pratica estas atitudes, assimilou-as do espírito familiar.
E no entanto, lamentou-se o Pontífice, à família «não se dá o devido valor – nem reconhecimento e apoio – na organização política e económica». É suficiente observar que «com toda a sua ciência, a sua técnica» a sociedade moderna ainda não é capaz de traduzir os conhecimentos adquiridos «em formas melhores de convivência civil». Aliás, «a organização da vida comum encalha-se numa burocracia alheia aos vínculos humanos fundamentais». Até «os costumes sociais e políticos mostram sinais de degradação, acabando na situação paradoxal devido à qual «a obtusidade tecnocrática e o familismo amoral se conjugam e se alimentam reciprocamente».
Portanto, concluiu Francisco, a Igreja identifica hoje, neste exacto momento, o sentido histórico da sua missão em relação à família e ao autêntico espírito familiar, começando por uma atenta revisão de vida, que diz respeito a si mesma. De facto, não obstante tudo, a Igreja é e deve ser a família de Deus». E nela as famílias constituem não uma rede que cria prisioneiros mas, ao contrário, que liberta das águas negativas do abandono e da indiferença, que afogam muitos sers humanos no mar da solidão e da indiferença. Com efeito, comentou o Pontífice, «as famílias sabem o que significa a dignidade de se sentir filhos e não escravos, nem estrangeiros, ou apenas um número de bilhete de identidade.[1]


 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 
                 




[1] L`Osservtore Romano 08/10/2015

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