Nesse sábado,
dia 17, ocorreu o quinquagésimo aniversario da instituição sinodal, iniciada
pelo Papa Paulo VI.
O Papa
Francisco falou aos Padres Sinodais aludindo a isso, nesses termos: “Devemos
prosseguir nesta estrada. O mundo em que vivemos, e que somos chamados a amar e
a servir mesmo na contradição, exige que a Igreja potencie sinergias em todos
os âmbitos da sua missão. O caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera
da Igreja neste terceiro milénio” sublinhou Francisco. A sessão comemorativa
dos 50 anos da instituição do Sínodo dos Bispos, impulsionada pelo Papa Paulo
VI, decorreu esta manhã com a participação de responsáveis das conferências
episcopais de todo o mundo, que estão envolvidos no Sínodo sobre a Família. Na
sua intervenção, transmitida pelo canal televisivo do Vaticano, o Papa
Francisco salientou que no centro da palavra “Sínodo” está o convite a um
“caminho conjunto” que na Igreja deve ser estendido a todos, “leigos,
sacerdotes, ao Bispo de Roma". “É um conceito fácil de exprimir mas não é
fácil de colocar em prática”, frisou o Papa argentino. “Uma Igreja sinodal é
uma Igreja que escuta”, apontou Francisco, recordando que foi “baseado nessa
convicção” que decidiu realizar o Sínodo dos Bispos sobre a Família e também
“auscultar” aquilo que as comunidades cristãs têm a dizer sobre esta questão. Pois
esta escuta deve ser sempre “recíproca”, prosseguiu o Papa, referindo que um
Sínodo dos Bispos deve ser sempre “ponto de convergência para este dinamismo de
escuta feito a todos os níveis da vida da Igreja”. O Sínodo dos Bispos deve ser
também sinónimo de uma Igreja que se coloca “ao serviço do Povo de Deus”, pois
“a sua única autoridade é a autoridade do serviço, o seu único poder é o poder
da cruz”. “Nunca nos esqueçamos disto”, disse Francisco aos bispos, cardeais e
outros responsáveis católicos que acompanharam a cerimónia, incluindo cinco
representantes das Igrejas Católicas dos cinco continentes, que apresentaram
durante o evento o caminho que já foi feito, nas suas comunidades, nestas cinco
décadas de caminhada sinodal. O Papa argentino alertou ainda que “o
empenho em construir uma Igreja sinodal, missão a que todos são chamados a
participar”, não pode deixar de fora a vertente “ecuménica” nem os ecos que
chegam de fora do mundo católico e cristão, ou seja, num empenho que se “alarga
também à humanidade”. Uma Igreja que, concluiu o Papa, saiba “cultivar o sonho”
de contribuir para uma sociedade “edificada na justiça e na fraternidade” e de
“um mundo mais belo e digno do homem para as gerações vindouras”.[1]
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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