sábado, 24 de outubro de 2015

O SÍNODO DIA-A-DIA (20) - (Serie 71 anos, 53°)


            Neste sábado, 24 de outubro, segundo a Agencia Ecclesia, “Os participantes no Sínodo dos Bispos propuseram hoje um “caminho de discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente, no relatório final dos trabalhos. O texto que vai ser agora entregue ao Papa refere que é missão dos padres “acompanhar as pessoas no caminho do discernimento segundo o ensinamento da Igreja e as orientações do bispo”.
Na conclusão de três semanas de trabalho sobre a família, 178 dos 265 participantes que votaram esta tarde (mais um voto do que os necessários para a maioria de dois terços), aprovaram o número 85, em que se apela a um “exame de consciência” das pessoas em causa sobre a forma como trataram os seus filhos ou como viveram a “crise conjugal”. O documento questiona ainda se houve “tentativas de reconciliação”, qual a situação do “cônjuge abandonado” e quais as consequências da nova relação “sobre o resto da família e a comunidade dos fiéis”. “Uma reflexão sincera pode reforçar a misericórdia de Deus, que não é negada a ninguém”.
Este relatório não aborda diretamente a possibilidade de acesso à Comunhão pelos divorciados recasados, que é negada pela Igreja Católica.
Os participantes apresentam critérios de reflexão, recordando que há “condicionamentos” que podem anular ou diminuir a responsabilidade de uma ação, pelo que o juízo sobre uma situação objetiva “não deve levar a um juízo sobre a imputabilidade subjetiva”. “Por isso, mesmo apoiando uma norma geral, é necessário reconhecer que a responsabilidade em relação a determinadas ações ou decisões não é a mesma em todos os casos”, pode ler-se. O relatório final aponta a um “discernimento pastoral” que tem de acompanhar cada situações, pelo que “as consequências dos atos realizados não são necessariamente as mesmas em todos os casos”.
O texto cita o ensinamento de São João Paulo II na ‘Familiaris Consortio’: “Saibam os pastores que, por amor à verdade, estão obrigados a discernir bem as situações. Há, na realidade, diferença entre aqueles que sinceramente se esforçaram por salvar o primeiro matrimónio e foram injustamente abandonados e aqueles que por sua grave culpa destruíram um matrimónio canonicamente válido”. “Há ainda aqueles que contraíram uma segunda união em vista da educação dos filhos, e, às vezes, estão subjetivamente certos em consciência de que o precedente matrimónio irreparavelmente destruído nunca tinha sido válido”, acrescentava o Papa polaco, na sua exortação apostólica sobre a família. No número 84 do relatório final, aprovado com 187 votos (o segundo menor número de aprovações), os participantes no Sínodo 2015 afirmam que os divorciados recasados têm de estar “mais integrados nas comunidades cristãs”.
“A sua participação pode exprimir-se em diversos serviços eclesiais”, aponta o texto.
Já o número 86 (190 votos a favor) refere-se a um “percurso de acompanhamento e discernimento” junto de um sacerdote, no chamado “foro interno” (privado), sobre aquilo que coloca “obstáculos a uma mais plena participação na vida da Igreja e sobre os passos que a podem favorecer”.
“Para que isto aconteça, têm de ser garantidas as necessárias condições de humildade, reserva, amor à Igreja e ao seu ensinamento”, prossegue.
O relatório conclui-se com um pedido ao Papa para que avalie a oportunidade de um “documento sobre a família”.



Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 

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