No dia 2 de
novembro ultimo, celebrou-se o quadragésimo aniversario de assassinato de Pier
Paolo Pasolini, cineasta, poeta, pensador, critico ferrenho da sociedade de seu
tempo. Incomodou muita gente por sua visão profética laica. Não sem razão, até
hoje discute-se sua vida, sua obra e sua própria morte.
De inicio,
pareceu uma morte comum: teria sido vitima de uma mixe, com o qual saíra e seu
assassinato teria acontecido por motivo torpe e banal, com requintes de
crueldade na praia de Óstia, vizinha à Roma. Depois, essa versão foi mudada
pelo próprio assassino que, teria assumido a culpa porque, na época, ficou com
medo da vingança dos verdadeiros algozes, conforme aparece no filme de Abel
Ferrara: Pasolini (2014).
Esse genial
cineasta, nasceu em Bolonha- Itália, no dia 05 de março de 1922.
Era filho de Carlo Alberto Pasolini,
militar de carreira, e de Susanna Colussi, professora primária, natural de
Casarsa della Delizia (friuli), ao norte da Itália. Teve um irmão chamado
Guidalberto Pasolini (1925 - 1945), que faleceu em uma emboscada lutando na
Segunda Guerra Mundial. Em 1926, o pai de Pasolini foi preso por dívidas de
jogo, e sua mãe mudou-se para a casa de sua família em Casarsa della Delizia,
na região de Friuli. Em 1939, Pasolini graduou-se em literatura pela
Universidade de Bologna. Era homossexual assumido e um artista solitário. Antes
de ficar famoso como cineasta, Pasolini havia trabalhado também como professor,
poeta e novelista. Entre seus livros mais conhecidos, estão Meninos da Vide, Uma vida violenta e Petróleo. De porte atlético e estatura média, Pasolini usava óculos
com lentes muito grossas.
Mesmo após quatro décadas de sua morte, o
efeito de sua obra permanece. No início de outubro, foi lançado no Brasil o
livro Poemas: Pier Paolo Pasolini (Cosac Naify), traduzido pelo
professor de literatura italiana da USP Maurício Santana Dias e organizado em
conjunto com Alfonso Berardinelli. O professor comenta que o lançamento do
livro ilumina a figura do Pasolini poeta, ainda pouco conhecida por aqui: “Toda
obra dele está vinculada a essa experiência poética”. Além desse enfoque nos
poemas, o livro traz de volta “alguém que sacode o leitor”, diz Dias. “Estamos
vivendo momentos de apatia, de certa indiferença, de um certo marasmo, e o Pasolini
é aquele que vai contra isso. Extremamente vital, visceral, e ele se contradiz
e não tem vergonha de se contradizer”[1].
Seus filmes:
1975
|
|
1974
|
|
1972
|
|
1971
|
|
1970
|
|
1969
|
|
1969
|
|
1969
|
Pocilga
|
1968
|
|
1967
|
|
1966
|
|
1964
|
|
1964
|
|
1963
|
|
1962
|
|
1961
|
Para um
cinéfilo pouco atento às questões do sagrado, a afirmação do padre Virgilo
Fantuzzi, critico de cinema da revista La Cilvità Cattolica, sobre a obra
cinematográfica de Pasolini, surpreende, pois ele afirma: “Pasolini, diretor do
sagrado”[2].
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário