quinta-feira, 5 de novembro de 2015

40 ANOS SEM PASOLINI - (Serie 71 anos, 64°)


            No dia 2 de novembro ultimo, celebrou-se o quadragésimo aniversario de assassinato de Pier Paolo Pasolini, cineasta, poeta, pensador, critico ferrenho da sociedade de seu tempo. Incomodou muita gente por sua visão profética laica. Não sem razão, até hoje discute-se sua vida, sua obra e sua própria morte.
            De inicio, pareceu uma morte comum: teria sido vitima de uma mixe, com o qual saíra e seu assassinato teria acontecido por motivo torpe e banal, com requintes de crueldade na praia de Óstia, vizinha à Roma. Depois, essa versão foi mudada pelo próprio assassino que, teria assumido a culpa porque, na época, ficou com medo da vingança dos verdadeiros algozes, conforme aparece no filme de Abel Ferrara: Pasolini (2014).
            Esse genial cineasta, nasceu em Bolonha- Itália, no dia 05 de março de 1922.
Era filho de Carlo Alberto Pasolini, militar de carreira, e de Susanna Colussi, professora primária, natural de Casarsa della Delizia (friuli), ao norte da Itália. Teve um irmão chamado Guidalberto Pasolini (1925 - 1945), que faleceu em uma emboscada lutando na Segunda Guerra Mundial. Em 1926, o pai de Pasolini foi preso por dívidas de jogo, e sua mãe mudou-se para a casa de sua família em Casarsa della Delizia, na região de Friuli. Em 1939, Pasolini graduou-se em literatura pela Universidade de Bologna. Era homossexual assumido e um artista solitário. Antes de ficar famoso como cineasta, Pasolini havia trabalhado também como professor, poeta e novelista. Entre seus livros mais conhecidos, estão Meninos da Vide, Uma vida violenta e Petróleo. De porte atlético e estatura média, Pasolini usava óculos com lentes muito grossas.
Mesmo após quatro décadas de sua morte, o efeito de sua obra permanece. No início de outubro, foi lançado no Brasil o livro Poemas: Pier Paolo Pasolini (Cosac Naify), traduzido pelo professor de literatura italiana da USP Maurício Santana Dias e organizado em conjunto com Alfonso Berardinelli. O professor comenta que o lançamento do livro ilumina a figura do Pasolini poeta, ainda pouco conhecida por aqui: “Toda obra dele está vinculada a essa experiência poética”. Além desse enfoque nos poemas, o livro traz de volta “alguém que sacode o leitor”, diz Dias. “Estamos vivendo momentos de apatia, de certa indiferença, de um certo marasmo, e o Pasolini é aquele que vai contra isso. Extremamente vital, visceral, e ele se contradiz e não tem vergonha de se contradizer”[1].
Seus filmes:


1975
1974
1972
1971
1970
1969
1969
1969
Pocilga
1968
1967
1966
1964
1964
1963
1962
1961

            Para um cinéfilo pouco atento às questões do sagrado, a afirmação do padre Virgilo Fantuzzi, critico de cinema da revista La Cilvità Cattolica, sobre a obra cinematográfica de Pasolini, surpreende, pois ele afirma: “Pasolini, diretor do sagrado”[2].

Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 







[1]  MURILO TOMAZ. “Com cinebiografia e edição de poemas no Brasil, Pasolini reverbera 40 anos após sua morte”. IHU 04/10/2015.
[2] “Pasolini, diretor do sagrado. Entrevista com Virgilio Fantuzzi” IHU; 02/11/2015

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