O que é este Pacto das Catacumbas?
Trata-se
de um pacto realizado por um grupo de bispos que participaram do Concílio Vaticano II e assumiram um
compromisso por uma Igreja servidora e pobre. Isto aconteceu no dia 16 de
novembro de 1965 nas Catacumbas de Santa Domitila.
Os
assinantes do mesmo foram 40 bispos. A seguir, após sua divulgação, o número de
assinantes chegou a 500. Mesmo assim, um número pequeno diante da totalidade
dos bispos que participaram do Concílio Vaticano II.
Um
dos signatários da nossa região foi dom Davi Picão, então bispo de São João da
Boa Vista – SP.
Um
sobrevivente deste Pacto, dom Luigi Bettazzi, 92 anos, à época bispo auxiliar
do cardeal Lercaro em Bolonha – Itália, afirmou que:
“Paulo VI não gostava que no
Concílio se falasse da Igreja dos pobres, porque ele temia que o debate
acabasse em política” ... “Então o grupo da “Igreja dos pobres” decidiu tomar a
iniciativa...”. No Pacto os bispos se propuseram: “não morar em edifícios
luxuosos, renunciar aos hábitos ricos, aos títulos honoríficos, às contas
bancárias, ficar perto dos pobres, dos trabalhadores, dos marginalizados”.
Um
dos líderes desse Pacto foi dom Helder Câmara, então bispo-auxiliar do Rio de
Janeiro. Quando arcebispo de Recife, abandonou o palácio episcopal e foi morar
na sacristia da Igreja de Três Fronteiras1.
Na
América Latina, o tema principal do Pacto das Catacumbas traduziu-se, em
Medellín, “na opção pelos pobres” e Beozzo conclui:
“Isto
mostra que a Igreja latino-americana acolheu o essencial do Pacto das
Catacumbas com a opção pelos pobres, repensando a Igreja a partir dos pobres,
reiterando-o como Povo e mostrando como novidade a ideia de que os pobres nos
evangelizam, porque eles interpelam a Igreja para ser mais fiel ao Evangelho de
Jesus”2.
Ver
o livro de José Oscar Beozzo: “Pacto das Catacumbas, uma Igreja servidora e
pobre”.
Citação:
1.
Eduardo Hoornaert. “HELDER CÂMARA E O PACTO DAS
CATACUMBAS”. ADITAL. 18 de novembro de 2015.
2.
PACTO DAS CATACUMBAS, UMA IGREJA SERVIDORA E
POBRE. Entrevista com José Oscar Beozzo. IHU. 17 de novembro de 2015.
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