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Segundo a Agência Ecclesia o
papa chegou hoje a Uganda, no aeroporto de Entebe, sendo recebido pelo seu
presidente Yoweri Kaguta Museveni e por autoridades civis e religiosas.
“O
Uganda foi o primeiro país africano a ser visitado por um Papa, quando Paulo VI
viajou até Campala, a 29 de julho de 1969; João Paulo II também visitou esta
nação, em 1993.
Segundo dados do
Vaticano, 47% dos mais de 36 milhões de habitantes do Uganda são católicos.
O
país viveu particularmente o drama das crianças-soldados, num início de século
XXI marcado pela perseguição contra as populações Acholi, Lango, Kunam e Teso,
no norte do país, às mãos do autodenominado Exército de Resistência do Senhor
(LRS, sigla em inglês), liderado por Joseph Kony.
O
Papa vai deslocar-se ainda hoje à cidade de Munionio, a 38 quilómetros da
capital Campala, lugar onde o rei Mwanga tomou a decisão de exterminar os
cristãos, em 1886.
A
25 e 26 de maio desse ano foram mortos os primeiros quatro mártires do Uganda,
entre eles Santo André Kaggwa.
Já
este sábado, depois de visitar o Santuário anglicano dos Mártires de Namugongo,
Francisvo vai presidir a uma Missa no templo católico dedicado a São Carlos
Lwanga, o mais conhecido dos mártires ugandeses, que integrava a corte de
Buganda Mwanga e que foi morto durante as perseguições anticristãs de finais do
século XIX.
Os
mártires do Uganda foram canonizados a 18 de outubro de 1964, pelo Papa Paulo
VI, no Vaticano”1.
Segundo
a mesma Agência o papa ao chegar a Uganda.
“No
seu primeiro discurso em território ugandês, Francisco declarou que a sua
visita de 43 horas quer ser “um sinal de amizade, estima e encorajamento” para
todos.
O Papa saudou o “compromisso excecional”
do país no acolhimento dos refugiados, “permitindo-lhes reconstruir as suas
vidas em segurança”, bem como os “esforços silenciosos” para assistir os pobres
e os doentes.
“De muitas maneiras, o nosso mundo
vai-se tornando mais solidário; ao mesmo tempo, porém, assistimos com
preocupação à globalização duma «cultura do descarte», que nos torna cegos aos
valores espirituais”, observou.
O Uganda foi o primeiro país africano a
ser visitado por um Papa, quando Paulo VI viajou até Campala, a 29 de julho de
1969; o mesmo pontífice tinha canonizado os chamados mártires do Uganda, a 18
de outubro de 1964, no Vaticano.
Francisco mostrou-se “feliz” por fazer
esta viagem, “com o principal objetivo de comemorar o cinquentenário da
canonização dos mártires do Uganda”.
“Os mártires, tanto católicos como
anglicanos, são verdadeiros heróis nacionais. Dão testemunho dos princípios
orientadores expressos no lema do Uganda: Por Deus e pelo meu país”, explicou.
Segundo o Papa, estes cristãos recordam
“a importância que a fé, a retidão moral e o serviço ao bem comum desempenharam
e continuam a desempenhar na vida cultural, económica e política” do país.
“Apesar das nossas crenças religiosas e
convicções diferentes, somos todos chamados a procurar a verdade, a trabalhar
pela justiça e a reconciliação, e a respeitar-nos, proteger-nos e ajudar-nos
uns aos outros como membros da única família humana”, prosseguiu.
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Francisco recordou a responsabilidade de
todos os que têm cargos políticos e são chamados a governar com
“transparência”.
“A minha visita visa ainda chamar a
atenção para a África no seu conjunto, para a promessa que representa, as suas
esperanças, as suas lutas e as suas conquistas”, adiantou, a respeito da
primeira viagem ao continente africano no atual pontificado, iniciada esta
quarta-feira, no Quénia.
“O mundo olha para a África como o
continente da esperança”, acrescentou.
O Papa elogiou o papel das famílias no
Uganda e antecipou o encontro com os jovens do país, para lhes deixar palavras
de “encorajamento e estímulo”.
“Como é importante que lhes sejam
oferecidas a esperança, a oportunidade de receber uma instrução adequada e um
trabalho remunerado e sobretudo a oportunidade de participar plenamente na vida
da sociedade”, precisou.
Francisco saudou também os idosos, como
“memória viva de cada povo”, uma “bússola capaz de permitir que a sociedade
encontre a orientação certa”.
Após o encontro, o Papa desloca-se para
a cidade de Munionio, a 38 quilómetros da capital Campala, lugar onde o rei
Mwanga tomou a decisão de exterminar os cristãos, em 1886”2.
Por
fim, “o Papa agradeceu no Uganda o trabalho dos mais de 15 mil catequistas do
país e recordou o testemunho de fé dos mártires cristãos que foram perseguidos
no século XIX.
“A comunidade cristã no Uganda cresceu
enormemente graças ao testemunho dos mártires. Eles deram testemunho da verdade
que nos liberta; estavam prontos a derramar o seu sangue, para permanecer fiéis
àquilo que sabiam ser bom, belo e verdadeiro”, declarou, no santuário de
Munionio, próximo da capital Campala, onde foram assassinados em 1886 os quatro
primeiros mártires do Uganda, entre os quais Santo André Kaggwa.
Segundo dados do Vaticano, 47% dos mais
de 36 milhões de habitantes do Uganda são católicos, mas há apenas 2 mil padres
- em média, um por cada 7866 batizados (em Portugal, por exemplo, há um
sacerdote para 2500 católicos).
Francisco sublinhou a “importante
tarefa” dos catequistas e agradeceu o sacrifício que estes e as suas famílias
têm de fazer.
“Obrigado pela vossa dedicação, pelo
exemplo que dais, pela proximidade ao povo de Deus na sua vida quotidiana e pelos
mais variados modos como plantais e cultivais as sementes da fé em todo este
vasto território. Obrigado especialmente por ensinardes as crianças e os jovens
a rezar”, disse.
O Papa admitiu que esta missão nem
sempre é fácil e encorajou todos a “perseverar”, pedindo aos bispos e
sacerdotes que os ajudem “com uma formação doutrinal, espiritual e pastoral”.
“O vosso é um trabalho santo. O Espírito
Santo está presente onde o nome de Cristo é proclamado”, prosseguiu.
Francisco convidou os catequistas a ser “não
só mestres mas também testemunhas”, ajudando todos a descobrir “a beleza da
oração, o poder da misericórdia e do perdão, a alegria de partilhar a
Eucaristia com todos”.
“Que Santo André, vosso padroeiro, e
todos os catequistas mártires ugandeses vos obtenham a graça de serdes mestres
sábios, homens e mulheres cujas palavras sejam cheias de graça, dando
testemunho convincente do esplendor da verdade de Deus e da alegria de
Evangelho”, concluiu.
No final do encontro, o Papa ajudou a
plantar algumas ‘árvores da unidade’, juntamente com o arcebispo anglicano e
líderes protestantes e ortodoxos.
Francisco partiu depois para a
Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé) em Campala, onde fica alojado até
domingo”3.
Citação:
1. Agência Ecclesia. África: Francisco
chega a Uganda. 27 de novembro de 2015.
2. Agência Ecclesia. África: Acolhimento
aos migrantes e refugiados é «teste de humanidade» para todos. 27 de novembro
de 2015.
3. Agência Ecclesia. Uganda: Papa agradece
trabalho de 15 mil catequistas. 27 de novembro de 2015.
Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.
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