Segundo a agencia Ecclesia, o papa
Francisco, nesse dia 28 de novembro, visitou os santuários dedicados aos
mártires anglicanos e católicos do Uganda, nos arredores da capital do país, e
homenageou os 45 cristãos assassinados no fim do século XIX, símbolo do
“ecumenismo de sangue”.
Francisco começou por visitar o espaço
dedicado aos 23 anglicanos torturados e assassinados por causa da sua fé, em
Namugongo, onde rezou de joelhos, em silêncio, e descerrou uma tarja
comemorativa antes de abraçar o arcebispo anglicano.
Um conjunto de estátuas, em tamanho real,
mostra a forma como estas pessoas foram assassinadas, uma explicação que o Papa
ouviu visivelmente impressionado.
O percurso de 3 quilómetros até ao
santuário católico, em papamóvel, foi seguido por milhares de pessoas e mais de
50 mil fiéis esperavam Francisco no local onde São Carlos Lwanga e outros 21
jovens foram queimados vivos, a 3 de junho de 1886, durante a perseguição
anticristã lançada por Buganda Mwanga, recusando ser escravos sexuais do rei.
“O testemunho dos mártires mostra a todos
os que ouviram a sua história que os prazeres mundanos e o poder terreno não
dão alegria e paz duradoura”, disse o Papa, na homilia da primeira Missa a que
presidiu no Uganda.
Francisco valorizou o testemunho de “fidelidade a Deus,
honestidade e integridade de vida” dos mártires cristãos, “cuja morte por
Cristo dá testemunho do ecumenismo de sangue”.
Milhares de ugandeses caminharam durante a
noite, pelo meio da lama, para chegar até ao santuário católico, onde ouviram o
Papa apelar à construção de uma “sociedade mais justa, que promova a dignidade
humana, sem excluir ninguém, que defenda a vida” e também as “maravilhas da
natureza”.
A igreja em que o Papa presidiu à Missa
recorda as cabanas tradicionais da etnia Baganda e está construída sobre 22
colunas, uma por cada santo dos mártires do Uganda, canonizados por Paulo VI em
1964.
O mesmo Paulo VI escolheu o Uganda como o
primeiro país africano a ser visitado por um Papa, em 1969; João Paulo II
visitou o país em 1993.
Francisco sublinhou que o exemplo dos
mártires “continua a inspirar muitas pessoas no mundo”, pedindo que a abertura
e a atenção aos outros se faça sentir, em particular, junto dos “idosos e
pobres, as viúvas e os órfãos”.
A primeira viagem do atual Papa a África
começou esta quarta-feira no Quénia e vai prolongar-se até segunda-feira,
concluindo-se na República Centro-Africana.
As 13:30, em Campala Francisco abençoou
jovem soropositiva e antigo menino-soldado
As 15:55, em Campala, em uma Casa da Caridade, o papa
pronunciou um discurso em que critica tráfico de seres humanos e indiferença
face à pobreza.
Mais tarde,
na catedral, reuniu-se com o episcopado, com os padre, religiosos e religiosas
e seminaristas.
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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