A visita do papa a Bangui, capital da
Republica Centro Africana (RCA) é extremamente perigosa!
Tanto assim, que até o governo francês
tentou demover o papa deste proposito[1].
Outras autoridades internacionais igualmente o desaconselharam de tal empresa!
Um teólogo espanhol, co-irmão de Ordem do
papa e seu amigo pessoal, José Maria Castillo, SJ[2].
Na referida carta, Castillo disse: “É evidente que o apreço e o amor, que o
senhor tem pelos habitantes da África, é mais forte que o amor por sua própria
vida. E isto é admirável, exemplar, heroico. Mas, mesmo reconhecendo o que
acabo de indicar, com toda a humildade e simplicidade, atrevo-me a pedir-lhe,
querido padre, que não viaje para a África no momento histórico que estamos
vivendo. E isto por uma razão muito simples e muito forte. O problema mais
grave e mais preocupante que se põe nesta viagem do papa ao Quênia, Uganda e
República Centro-Africana, não é o perigo de morte que ameaça o papa, mas o perigo
de morte para milhares de pessoas que se concentrarão por ocasião da sua vista
a estes países. Suspenda, por agora, a viagem, P. Jorge Mario. Faça-a em outro
momento, quando a ameaça de morte para milhares de seres humanos inocentes não
seja tão iminente e, inclusive, tão provável como é nestes dias”.
A sua viagem deve terminar amanhã, e até o
presente momento, felizmente, não se tem noticia de mortes causadas pela
viagem.
Uma só noticia causou surpresa! Três
pessoas teriam sido assassinadas enquanto procuravam sair da paróquia de Nossa
Senhora de Fátima de Bangui, aos cuidados dos padres combonianos, que se
encontra no bairro "Km 5" onde vivem os muçulmanos e onde, amanhã,
Francisco estará para visitar a mesquita. Seriam pessoas que escondiam na paróquia
fugindo das milícias Salaka. Esta é a notícia que chegou durante o almoço de
hoje.[3] A comunicação
foi feita pelo padre Giovanni Zaffarelli, que chamou o bispo de orgiem
espanhola Juan José
Aguirre, bispo da diocese de Bangassou, na República
Centro-Africana. D. Aguirre imediatamente avisou o Papa Francisco durante o
almoço, na sede da nunciatura.
"Posso ir até lá?", perguntou
imediatamente o Pontífice, ao núncio apostólico, D. Franco Coppola.
"Não. Lamentavelmente, não!",
respondeu o núncio.
O episódio foi narrado aos jornalistas
pelo próprio bispo espanhol, que está na capital centro africana para encontrar
o Pontífice depois de ter viajado durante quatro dias num caminhão para
percorrer 750 quilômetros.
Ao final,
descobriu-se, não se sabe ao certo, se foram dois ou três mortos, nem se foi
por motivo religioso ou um crime comum por roubo!
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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