sábado, 21 de novembro de 2015

FENOMENOLOGIA DAS MÃOS (Serie 71 anos, 83°)

  
Este texto, prende-se também à obra de Pedro Laín Entralgo, citada no artigo anterior.
            Para Laín, a mão é por excelência o órgão do tato. Suas principais funções são: prensil ou possessiva (a função de tomar), técnica (a função de atuar sobre o mundo) e noética (a função de ajudar a conhecer a realidade e algumas de suas  qualidades).
            Para o nosso objetivo, aqui, interessa-nos sobretudo a função noética da mão: uma é a experiência tátil da realidade inerte e outra é a experiência tangível do corpo vivo do homem, que é imprevisivelmente reativa.
            Pois, tocar o corpo vivo de um homem, é antes de tudo, adquirir uma experiência tátil da liberdade alheia.
            Depreende-se, por isso, a necessidade de se examinarem as intenções pelas quais se toca, com as mãos o corpo de uma pessoa.
            Laín afirma haver duas intenções principais para isto:
A)   apalpação e tatação do corpo do homem como corpo puramente objetivo: se quiser, como pura matéria inerte, onde se integram os três momentos principais desta operação: o cognoscitivo, o operativo e o afetivo. Observa-se, contudo, que, pela via do tato pode, também, o corpo ser reduzido à condição de objeto prazeroso.
B)   Apalpação e tatação do corpo do homem como corpo pessoal, como vaso ou morada viva de uma pessoa.

Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 



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