Este texto,
prende-se também à obra de Pedro Laín Entralgo, citada no artigo anterior.
Para
Laín, a mão é por excelência o órgão do tato. Suas principais funções são:
prensil ou possessiva (a função de tomar), técnica (a função de atuar sobre o
mundo) e noética (a função de ajudar a conhecer a realidade e algumas de
suas qualidades).
Para
o nosso objetivo, aqui, interessa-nos sobretudo a função noética da mão: uma é
a experiência tátil da realidade inerte e outra é a experiência tangível do
corpo vivo do homem, que é imprevisivelmente reativa.
Pois,
tocar o corpo vivo de um homem, é antes de tudo, adquirir uma experiência tátil
da liberdade alheia.
Depreende-se,
por isso, a necessidade de se examinarem as intenções pelas quais se toca, com
as mãos o corpo de uma pessoa.
Laín
afirma haver duas intenções principais para isto:
A) apalpação
e tatação do corpo do homem como corpo puramente objetivo: se quiser, como pura
matéria inerte, onde se integram os três momentos principais desta operação: o
cognoscitivo, o operativo e o afetivo. Observa-se, contudo, que, pela via do
tato pode, também, o corpo ser reduzido à condição de objeto prazeroso.
B) Apalpação
e tatação do corpo do homem como corpo pessoal, como vaso ou morada viva de uma
pessoa.
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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