“que serpentes, pelo
ar, por sobre vos sibilam” Racine
O contexto:
Ao contrário das notícias divulgadas em
variadas fontes, certamente fruto da imaginação de seus autores, a
transferência do prelado não tem nada a ver com o lamentável episódio ocorrido
no último domingo, quando Dom Darci numa missa no Santuário Nacional de
Aparecida, depois de falar em pisar a cabeça da serpente durante a homilia,
concluiu a oração dos fiéis dizendo: “Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de
pisar na cabeça da serpente. De todas as víboras que insistem e persistem em
nossas vidas. Daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da
serpente. Vencer o mal pelo bem por Cristo nosso senhor. Amém”.
Todos interpretaram que se tratava de
clara alusão a Lula. Dois dias antes da pregação do bispo, o ex-presidente
havia se comparado a uma jararaca ao comentar a operação da Polícia Federal que
o impôs uma condução coercitiva. Ironizando o fato, Lula afirmou que não
mataram a “jararaca” pois teriam acertado o rabo e não a cabeça.[1]
O vocábulo jararaca:
Segundo
Houaiss, o vocábulo jararaca significa a designação comum a diversas serpentes
[...] extremamente venenosa. 2 pessoa má, traiçoeira ou geniosa.[2]
Pretexto:
Quem
nunca ouviu essa machista frase:
”Homem que é homem mata a cobra e mostra o
pau”
O professor Gogó – Roberto Malvezzi -,
contou que quem o ensinou a matar cobras foi seu pai, hoje, como mais de 90
anos. Deve se fazer assim: “não se bate a primeira nem no rabo, nem na cabeça.
No rabo ela te da um bote. Na cabeça, se errar, ela te morde. Então, com um pau
duas vezes maior que a cobra, se bate a uns dois palmos da cabeça, para quebrar
a espinha dorsal. Depois se esmaga a cabeça”[3].
O bispo que no domingo, dia 06 de março,
incitou os fieis a esmagar a cabeça da jararaca, voluntaria ou
involuntariamente , foi infeliz por que a jararaca lhe deu um bote e quem foi
envenenado foi o próprio bispo, pela reação que teve na imprensa!
Agora, bispo, siga a advertência de
Shakespeare:
“O que? Deixarias a mesma víbora picar-te
duas vezes?” [4]
Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador
do autor.
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