No dia 13 de
março do corrente, comemora-se o terceiro ano da eleição do papa Francisco.
Para tratar deste tema, transcrevo duas importantes declarações. A primeira é a
do padre Federico Lombardi, SJ, porta voz do Vaticano; a segunda é a do
escritor italiano Andrea Tornielli.
No dia 08
p.p. ontem, o padre Federico Lombardi concedeu entrevista à Radio Vaticano,
dando um resumo dos três anos de pontificado do papa Francisco:
“Tenho a
impressão de que tem crescido a autoridade do Papa como mestre de humanidade,
da Igreja e da humanidade, numa perspetiva global, porque no último ano, o Papa
chegou a praticamente todos os continentes”
O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito
como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do agora Papa
emérito; assumiu o inédito nome de Francisco, tornando-se o primeiro Papa
jesuíta na história da Igreja e também o primeiro pontífice sul-americano.
Para o porta-voz do Vaticano, em 36 meses,
Francisco tem tratado com “autoridade” os problemas da humanidade e da Igreja.
“Fala dos temas da paz e da guerra, que
dizem respeito a todos, fala dos grandes temas da sociedade atual no contexto
da globalização, da ‘cultura do descarte’, da justiça e da participação”,
enunciou o padre Lombardi.
O sacerdote jesuíta sublinha o impacto da
encíclica ‘Laudato si’, que “conseguiu dar uma visão global das perguntas
urgentes e cruciais da humanidade de hoje e da humanidade de amanhã”
“A humanidade olha para o Papa Francisco
como uma pessoa que ajuda a encontrar a orientação, a encontrar mensagens de
referência numa situação de grande incerteza. Um líder e mestre credível”,
acrescentou.
O diretor da sala de imprensa da Santa Sé
elogiou depois a forma “nova e original” de apresentar a mensagem da
Misericórdia com a convocação de um Jubileu que se espalha por todo o mundo.
A entrevista aborda depois a polémica da
fuga e publicação de documentos reservados da Santa Sé, o ‘Vatileaks 2’, de que
Francisco falou
publicamente a 8 de novembro de 2015, para assegurar que a “reforma” em curso
iria continuar.
Segundo o padre Lombardi, “o Papa, vindo
de longe, dá uma perspetiva nova e tem uma grande capacidade de ver todas as
expectativas de renovação da Igreja e suas estruturas de governo”.
“Os Sínodos são caraterísticos deste
comportamento: ter enfrentado um tema central como o da família mostra o desejo
de ir com confiança e coragem ao coração das grandes questões pastorais da vida
cristã”, acrescentou.
Em relação às críticas que têm sido feitas ao atual
pontificado, inclusive por partes de católicos, o porta-voz do Vaticano entende
que se devem ao facto de se “caminhar em terrenos novos, procurando responder a
questões que são colocadas com urgência por um mundo que está a mudar.
“É algo que naturalmente provoca
preocupação, temor, incerteza”, precisou.
Falando de um pontificado “rico de gestos
concretos” e de imagens, o padre Lombardi escolhe como símbolo particular os
momentos de “atenção aos doentes, abraçar quem sofre”.
“São gestos que falam realmente a toda a
humanidade e que nos tocam profundamente”.
A segunda, do escritor Andrea Tornielli,
do dia de hoje, 09 de março, e, na sua perspectiva deu, também, sua visão sobre
o pontificado nesses três anos:
“A ‘conversão pastoral’, o testemunho de
uma Igreja que, tendo a peito a ‘salus animarum’ (salvação das almas), mostra o
rosto misericordioso de Deus e acolhedor, são o coração do magistério de
Francisco”, escreve o jornalista, num texto que vai integrar a próxima edição
do Semanário ECCLESIA, dedicado ao terceiro aniversário do pontificado.
O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito
como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do agora Papa
emérito; assumiu o inédito nome de Francisco, tornando-se o primeiro Papa
jesuíta na história da Igreja e também o primeiro pontífice sul-americano.
Tornielli recorda uma entrevista concedida
pelo então cardeal Bergoglio, um ano antes da sua eleição pontifícia, na qual
este aludia a uma “tensão muito forte entre o centro e a periferia, entre a
paróquia e o bairro”.
Nessas declarações, o sucessor de Bento
XVI falava da importância do “contacto com as famílias que não frequentam a
paróquia”.
“São palavras que o cardeal teria repetido
aos irmãos purpurados antes do conclave e que fizeram depois parte da exortação
‘Evangelii gaudium’, o ‘road map’ do pontificado”, explica Andrea Tornielli.
O jornalista italiano destaca a
insistência do Papa Francisco no tema da misericórdia, da “ternura de Deus”.
“Quem faz informação sobre este
pontificado dá de caras, continuamente, com pessoas e histórias que documentam
esta realidade”, conclui.[1]
Observação: este escritor é autor do
livro-entrevista “O nome de Deus é misericórdia”. São Paulo: Planeta do Brasil,
2016
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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