sexta-feira, 11 de março de 2016

ACOMPANHANDO O RETIRO DO PAPA FRANCISCO (Serie 71 anos, 211°)

FRANCISCO DE ASSIS CORREIA



ACOMPANHANDO O RETIRO DO PAPA FRANCISCO





INTRODUÇÃO


            Este texto, reúne os resumos dos temas pregados pelo padre Ermes Ronchi, da Ordem dos Servos de Maria tais quais foram publicados pelo L’osservatore Romano do dia 6 a 11 de março de 2016. Período coincidente com a minha internação no hospital São Francisco em Ribeirão Preto (de 7 a 11 de março de 2016) para tratamento de um problema de saúde. Mas mesmo ai, não deixei de me inteirar sobre o que se passava na igreja, no mundo, no Brasil e na minha cidade. Vale lembrar que o retiro aconteceu na Casa do Divino Mestre em Ariccia – Itália.
            Para a leitura dos textos, ajudaram-me os enfermeiros Ricardo Oliveira
Vinicius Garcia, a quem muito agradeço!
            Neste acompanhamento do retiro do papa, inicio com uma breve biografia do pregador Pe. Ermes Ronchi.
Com os texto podemos, também, fazer nosso retiro em qualquer tempo.

Pe. Francisco de Assis Correia





PADRE ERMES RONCHI
O PREGADOR DO RETIRO


Ermes Maria Ronchi, nascido de Attimis, 16 de agosto de 1947, é um sacerdote e teólogo italiano da Ordem dos Servos de Maria.

Primeiros Passos
Aos dezoito anos, enquanto estudava na escola com a intenção de se tornar um monge, ele conhece Giovanni Vannucci durante uma semana de reuniões espirituais; Vannucci ensina que o mundo sagrado e o mundo real coincidem:
Lembro-me que ele nos aconselhou, forçou-nos quase ler os grandes romancistas russos,
 porque ele disse que não há uma visão mais sagrada em um grande romance em tratados
 teológicos inteiros. E essa leitura ajudou-nos a descobrir a verdadeira  luz como o lugar
sagrado. "
Vannucci também ajudou-o a superar as frustrações no relacionamento com os superiores, sugerindo que a harmonia deve ser ganha em primeiro lugar em relação com Deus e consigo mesmo.

Atividades
Foi ordenado sacerdote (1973), deu a vida, junto com outros monges, a uma comunidade experimental na província de Vicenza (mais tarde mudou-se para Casale Monferrato ):
"Deixamos o convento clássico, onde tudo é organizado e seguro, tomamos uma casa vazia,
tentamos manter-nos com o nosso trabalho, tentamos o contato real com as pessoas. [...]
Por quatro anos eu fiz, eu fiz tudo: eu trabalhei como lavrador, outro trabalhou sua terra,
Outro corrigiu provas. Então eu senti a necessidade de estudar. "
Pede para ir para Paris , onde trabalhou como professor de italiano, e religião no italiana High School "Leonardo da Vinci", e como um varredor de rua municipal para continuar sua educação. Ele obteve dois doutorados : em história das religiões, com especialização em Antropologia Cultural (Sorbonne) e Estudos Religiosos (Universidade Católica de Paris ).
Em 1980 voltou para a Itália, onde permaneceu no convento de Rovato até 1991 :
Em 1994 , depois de seis meses passados em Paris para atualizar seus estudos, ele mudou-se para Milão , onde atualmente realiza uma série de atividades na Igreja de San Carlo al Corso , dirigindo o projeto central cultural dos Servos fundada por David Maria Turoldo .
Preparou os textos de reflexão para a vigília 500.000 jovens para ' Encontro Nacional da Juventude em 2007 .
Ele é professor de Teologia Estética e Iconografia na Pontifícia Faculdade Teológica "Marianum" em Roma .
Em 11 de setembro 2012 , foi nomeado pároco da paróquia de San Carlo al Corso, Milão .
Em 2016 , encomendado pelo Papa Francisco , ocupou as meditações dos exercícios espirituais para a Cúria Romana .
Ele é o autor de diversos livros sobre temas bíblicos e espirituais; Também colabora com vários jornais, incluindo o " L’a Avvenire  .
"Sinto-me servo, Ministro, Ministério da palavra: é uma paixão, é a chamada, a fonte, o rock,
 o ninho da minha vida. Anunciar a palavra, escrever a palavra, traduzi-lo em linguagem de hoje
são os pilares da minha caminhada diária. "


OBRAS
·      Il cantico del cuore, Sardini, 1992.
·      Il canto del pane, Sardini, 1995 (ried. San Paolo, 2002).
·      Dieci cammelli inginocchiati. Variazioni sulla preghiera, Gam, 1998 (ried. Paoline, 2004).
·      Dietro i mormorii dell'arpa, Servitium, 1999.
·      Bibbia e pietà mariana: presenze di Maria nella Scrittura , Queriniana, 2002.
·      Ha fatto risplendere la vita, Servitium, 2003.
·      Divina seduzione. Storie di conversione: Paolo, Pacomio, Agostino, Ignazio, Paoline, 2004.
·      Sciogliere le vele. Commento ai vangeli festivi. Anno A, San Paolo, 2004.
·      L'alfabeto della vita. Commento ai vangeli festivi. Anno B, San Paolo, 2005.
·      Le case di Maria. Polifonia dell'esistenza e degli affetti, Paoline, 2006.
·      La bellezza tua voglio cantare. Omelie dell'anno C, Servitium, 2006.
·      Respirare Cristo. Commenti ai Vangeli festivi. Anno C, San Paolo, 2006.
·      Prima delle sorgenti. Omelie dell'anno A, Servitium, 2007.
·      I baci non dati, Paoline, 2007.
·      Tu sei bellezza, Paoline, 2008.
·      Sulla soglia della vita. Per una parola che accenda il cuore, San Paolo, 2008.
·      Al mercato della speranza, Paoline, 2008.
·      Il futuro ha un cuore di tenda, Romena, 2010.
·      Come un girasole. Note di preghiera, EMP, 2010.
·      Natale, l'abbraccio di Dio, Paoline, 2011.
·      Ho fatto risplendere la vita. Anno B, Servitium, 2011.
·      Sulla soglia della vita, San Paolo, 2011.
·      Le ragioni della speranza. Commenti ai Vangeli domenicali. Anno C, Paoline, 2012.
·      L'Ave Maria spiegata da Ermes Ronchi, San Paolo, 2012.
·      Perché avete paura? La speranza delle Scritture, con Marina Marcolini, San Paolo, 2012.
·      Le ragioni della speranza. Commenti ai Vangeli domenicali. Anno A, con Marina Marcolini, Paoline, 2013.
·      Maria casa di Dio. Variazioni sull'Ave Maria, il Magnificat e la vera devozione, EMP, 2013[1].











PRIMEIRO DIA: (DIA 06/03/16)

Exercícios espirituais começaram com a adoração ao Santíssimo










SEGUNDO DIA (07/03/16)


MEDITAÇÃO: “Não ter medo”: foi o convite que serviu como fio condutor à meditação pronunciada pelo padre Ermes Ronchi na manhã de segunda-feira 7 de março, segundo dia dos exercícios espirituais quaresmais pregados pelo religioso servo de Maria ao Papa e à Cúria romana.
Adão e Eva, observou, acreditam na imagem invertida de Deus, que priva e não concede, que rouba liberdade em vez de oferecer possibilidade. Um Deus com o olhar julgador, o qual deve ser evitado em vez de lhe ir ao seu encontro. O pecado original, acrescentou Ronchi, não narra a simples transgressão de uma proibição, mas o transtorno do rosto de Deus. Nesta visão, o primeiro de todos os pecados revela-se um pecado contra a fé. Assim o medo entrou no mundo e nunca mais o deixou.



TERCEIRO DIA (08/03/16)

MEDITAÇÃO: “Quem diz o povo que eu sou?».

Num tempo em que não existiam ainda os meios de comunicação Jesus quis lançar esta espécie de «pesquisa de opinião» entre os seus apóstolos.
o religioso dos servos de Maria relançou a pergunta de Jesus, recordando que a opinião das pessoas sobre ele era incompleta embora fosse boa. Consideravam-no um profeta, como Elias ou João Batista, mas esta resposta tem um limite: Jesus não é um homem do passado, um profeta de outrora. Eis então a pergunta direta aos seus discípulos: «Mas vós, quem dizeis que eu sou?». O padre Ronchi observou que no interior desta questão existe um adversativo, aquele «mas» quase em oposição ao que as pessoas pensam e dizem. Parece até que o Mestre queira solicitar os apóstolos a refletir e convida-os a não se contentarem, porque a fé não progride somente por ouvir dizer. Jesus solicita os apóstolos a rever a sua relação com ele. Não quer definições abstratas, mas o envolvimento pessoal.
A pergunta «Quem sou eu para ti?» é o coração pulsante da fé, explicou o religioso. Jesus formula a pergunta em sinal de amizade: não dá lições, não impõe respostas, mas convida a procurar dentro. Então e só então se pode responder como fez o pregador: «Encontrar-te foi a melhor coisa da minha vida!.




QUARTO DIA (09/03/16)

MEDITAÇÃO: “Pão Partilhado”

«A pedofilia e o apego ao dinheiro são os dois comportamentos do clero que mais ferem e indignam o povo de cristão». E, ao contrário, «o que lhe faz feliz é o pão partilhado», uma Igreja capaz de viver a transparência de Jesus que, «corajoso como um herói e terno como um apaixonado, não se deixou comprar por ninguém e nunca entrou nos palácios dos poderosos a não ser como prisioneiro». 

Na manhã de quarta-feira, 9 de março, durante a sexta medição dos exercícios espirituais pregados ao Papa e à Cúria romana, na capela da Casa do Divino Mestre em Ariccia, o padre Ermes Ronchi não usou meias-palavras. Denunciou também o escândalo da fome no mundo e exortou a lutar contra o desperdício.
Para a reflexão inspirou-se na pergunta de Jesus aos seus discípulos: «Quantos pães tendes?» (Mc 6, 38; Mt 15, 34). «O sinal do pão» no Evangelho, observou o padre Ronchi, «é o mais repetido porque é o mais carregado de símbolos». Em relação à Igreja, o pregador advertiu sobre o facto de a considerar como «uma instituição que repete há milénios as mesmas palavras e ritos; uma central que tenta produzir consenso ou uma agência de rating que dá notas sobre a vida moral das pessoas». A Igreja, frisou, «é uma mãe que protege a vida em todas as suas formas, anuncia a todos que é possível viver melhor e que Jesus possui a chave para isto».
«A Igreja – prosseguiu – é Jesus-discípulos-e-multidão, todos juntos, mas com algo que passa de mão em mão, que os mantém unidos e vivos: não são dogmas nem preceitos, é o pão e a compaixão que são ambos bens divinos».





QUINTO DIA (10/03/16)

MEDITAÇÃO: “Só se conhece de joelhos”


Se não entro pela porta do pobre e do sofredor, ou se não deixo entrar pela porta de casa quem sofre para lhe enxugar as lágrimas, atravessar a porta santa pode tornar-se até expressão de «uma falsa religião». A ponto que «o slongan, para as obras de misericórdia e para combater a cultura do descarte, se poderia transformar em: sê egoísta, pratica o bem!».

Foi direto à essência do ano santo – que «se não mexe com a vida não é jubileu» – o padre Ermes Ronchi na manhã de quinta-feira 10 de março, na oitava meditação dos exercícios quaresmais pregados ao Papa e à Cúria romana na Casa do Divino Mestre em Ariccia. A Igreja e cada cristão tenham pelas feridas do mundo a compaixão do bom samaritano, porque cuidar de quem sofre melhora as relações sociais e contrasta a cultura do descarte. Seguiu a mesma linha também a meditação de quarta-feira à tarde. O perdão de Deus, explicou o padre Ronchi, é «amor autêntico» que solicita o homem a tornar-se melhor daquilo que pode ser. «Vai e doravante não tornes a pecar» diz Jesus à adúltera. E estas «são as seis palavras suficientes para mudar a vida. O que está para trás não tem mais importância. O que conta agora é o futuro: o perdão não é ser bonzinho, mas voltar a pôr uma vida a caminho». Muitas pessoas, concluiu o Padre Ronchi, vivem «como numa prisão perpétua interior, esmagadas pelos sentidos de culpa por causa de erros do passado». Mas «Jesus abre as portas da nossa prisão, desmonta os patíbulos sobre os quais com frequência arrastamos a nós próprios e aos outros». As palavras de Jesus e os seus gestos «interrompem o esquema bons-maus, culpados-inocentes. Com a misericórdia, Jesus conduz-nos além da vedação da ética».




SEXTO DIA (11/03/16)

MEDITAÇÃO: “A coragem de sonhar”

É preciso voltar a descobrir «a coragem de sonhar», aquela coragem testemunhada pelos santos como Francisco Xavier, que acalentou durante toda a sua vida o «sonho» de chegar à China. Recomendou o Papa Francisco na conclusão dos exercícios espirituais nos quais participou juntamente com a Cúria romana.

No final da décima e última meditação feita pelo Padre Ermes Ronchi na manhã de sexta-feira 11 de março, na capela da Casa do Divino Mestre dos religiosos paulinos, em Ariccia, o Pontífice proferiu palavras de gratidão ao pregador, agradecendo-lhe sobretudo pela sua «paixão». Depois, antes de deixar o instituto, saudou o pessoal da casa e os superiores da Sociedade São Paulo. Em seguida regressou ao Vaticano numa das três carrinhas que acompanharam todos os participantes.
Tendo iniciado no final da tarde de domingo 6, os exercícios dedicados ao tema «As perguntas nuas do Evangelho» concluíram-se com uma meditação mariana que partiu da anunciação, sobretudo da pergunta dirigida pela Virgem ao anjo: «Como acontecerá isso?». O pregador, religioso dos Servos de Maria, recordou aquelas palavras para relançar o fascínio de uma fé inserida no dia a dia, na simplicidade de uma vida tocada pela graça de Deus. No final o padre Ronchi, por indicação do Papa, concedeu aos presentes a bênção com anexa indulgência plenária[2].

 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 




[1]  https://it.wikipedia.org/wiki/Ermes_Ronchi
[2] L’osservatore Romano

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