FRANCISCO DE ASSIS CORREIA
ACOMPANHANDO O RETIRO DO
PAPA FRANCISCO
INTRODUÇÃO
Este texto, reúne
os resumos dos temas pregados pelo padre Ermes Ronchi, da Ordem dos Servos de
Maria tais quais foram publicados pelo L’osservatore Romano do dia 6 a
11 de março de 2016. Período coincidente com a minha internação no hospital São
Francisco em Ribeirão Preto (de 7 a 11 de março de 2016) para tratamento de um
problema de saúde. Mas mesmo ai, não deixei de me inteirar sobre o que se
passava na igreja, no mundo, no Brasil e na minha cidade. Vale lembrar que o
retiro aconteceu na Casa do Divino Mestre em Ariccia – Itália.
Para a
leitura dos textos, ajudaram-me os enfermeiros Ricardo Oliveira
Vinicius Garcia, a quem muito agradeço!
Neste
acompanhamento do retiro do papa, inicio com uma breve biografia do pregador
Pe. Ermes Ronchi.
Com os texto podemos, também, fazer nosso
retiro em qualquer tempo.
Pe. Francisco de Assis Correia
PADRE
ERMES RONCHI
O
PREGADOR DO RETIRO
Ermes Maria
Ronchi, nascido de Attimis, 16 de agosto de 1947, é um sacerdote e teólogo
italiano da Ordem dos Servos de Maria.
Primeiros Passos
Aos dezoito anos, enquanto estudava na
escola com a intenção de se tornar um monge, ele conhece Giovanni Vannucci
durante uma semana de reuniões espirituais; Vannucci ensina que o mundo sagrado
e o mundo real coincidem:
Lembro-me que ele nos aconselhou, forçou-nos quase ler os
grandes romancistas russos,
porque ele disse que
não há uma visão mais sagrada em um grande romance em tratados
teológicos inteiros.
E essa leitura ajudou-nos a descobrir a verdadeira luz como o lugar
sagrado. "
|
Vannucci também ajudou-o a superar as frustrações no
relacionamento com os superiores, sugerindo que a harmonia deve ser ganha em
primeiro lugar em relação com Deus e consigo mesmo.
Atividades
Foi ordenado sacerdote (1973), deu a vida, junto com outros
monges, a uma comunidade experimental na província de
Vicenza (mais tarde mudou-se para Casale
Monferrato ):
"Deixamos o convento clássico, onde tudo é organizado
e seguro, tomamos uma casa vazia,
tentamos manter-nos com o nosso trabalho, tentamos o
contato real com as pessoas. [...]
Por quatro anos eu fiz, eu fiz tudo: eu trabalhei como
lavrador, outro trabalhou sua terra,
Outro corrigiu provas. Então eu senti a necessidade de
estudar. "
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Pede para ir para Paris
, onde trabalhou como professor de italiano, e religião no italiana High School
"Leonardo da Vinci", e como um varredor de rua municipal para
continuar sua educação. Ele obteve dois doutorados
: em história das religiões, com especialização em Antropologia
Cultural (Sorbonne)
e Estudos Religiosos (Universidade
Católica de Paris ).
Em 1994
, depois de seis meses passados em Paris para atualizar seus estudos, ele
mudou-se para Milão
, onde atualmente realiza uma série de atividades na Igreja de San Carlo al
Corso , dirigindo o projeto central cultural
dos Servos fundada por David Maria
Turoldo .
Preparou os textos de reflexão para a vigília 500.000 jovens
para ' Encontro
Nacional da Juventude em 2007 .
Ele é professor de Teologia Estética e Iconografia
na Pontifícia
Faculdade Teológica "Marianum" em Roma
.
Em 2016
, encomendado pelo Papa Francisco
, ocupou as meditações dos exercícios espirituais para a Cúria Romana .
Ele é o autor de diversos livros sobre temas bíblicos e
espirituais; Também colabora com vários jornais, incluindo o " L’a Avvenire .
"Sinto-me servo, Ministro, Ministério da palavra: é
uma paixão, é a chamada, a fonte, o rock,
o ninho da minha
vida. Anunciar a palavra, escrever a palavra, traduzi-lo em linguagem de hoje
são os pilares da minha caminhada diária. "
|
OBRAS
·
Il cantico del cuore, Sardini, 1992.
·
Il canto del pane, Sardini, 1995 (ried. San
Paolo, 2002).
·
Dieci cammelli inginocchiati. Variazioni sulla
preghiera, Gam, 1998 (ried. Paoline, 2004).
·
Dietro i mormorii dell'arpa, Servitium, 1999.
·
Bibbia e pietà mariana: presenze di Maria nella
Scrittura , Queriniana, 2002.
·
Ha fatto risplendere la vita, Servitium, 2003.
·
Divina seduzione. Storie di conversione: Paolo,
Pacomio, Agostino, Ignazio, Paoline, 2004.
·
Sciogliere le vele. Commento ai vangeli festivi.
Anno A, San Paolo, 2004.
·
L'alfabeto della vita. Commento ai vangeli
festivi. Anno B, San Paolo, 2005.
·
Le case di Maria. Polifonia dell'esistenza e
degli affetti, Paoline, 2006.
·
La bellezza tua voglio cantare. Omelie dell'anno
C, Servitium, 2006.
·
Respirare Cristo. Commenti ai Vangeli festivi.
Anno C, San Paolo, 2006.
·
Prima delle sorgenti. Omelie dell'anno A,
Servitium, 2007.
·
I baci non dati, Paoline, 2007.
·
Tu sei bellezza, Paoline, 2008.
·
Sulla soglia della vita. Per una parola che
accenda il cuore, San Paolo, 2008.
·
Al mercato della speranza, Paoline, 2008.
·
Il futuro ha un cuore di tenda, Romena, 2010.
·
Come un girasole. Note di preghiera, EMP, 2010.
·
Natale, l'abbraccio di Dio, Paoline, 2011.
·
Ho fatto risplendere la vita. Anno B, Servitium,
2011.
·
Sulla soglia della vita, San Paolo, 2011.
·
Le ragioni della speranza. Commenti ai Vangeli
domenicali. Anno C, Paoline, 2012.
·
L'Ave Maria spiegata da Ermes Ronchi, San Paolo,
2012.
·
Perché avete paura? La speranza delle Scritture,
con Marina Marcolini, San Paolo, 2012.
·
Le ragioni della speranza. Commenti ai Vangeli
domenicali. Anno A, con Marina Marcolini, Paoline, 2013.
PRIMEIRO DIA: (DIA
06/03/16)
Exercícios espirituais
começaram com a adoração ao Santíssimo
SEGUNDO DIA
(07/03/16)
MEDITAÇÃO: “Não ter medo”: foi o convite
que serviu como fio condutor à meditação pronunciada pelo padre Ermes Ronchi na
manhã de segunda-feira 7 de março, segundo dia dos exercícios espirituais
quaresmais pregados pelo religioso servo de Maria ao Papa e à Cúria romana.
Adão e Eva, observou, acreditam na imagem
invertida de Deus, que priva e não concede, que rouba liberdade em vez de oferecer
possibilidade. Um Deus com o olhar julgador, o qual deve ser evitado em vez de
lhe ir ao seu encontro. O pecado original, acrescentou Ronchi, não narra a
simples transgressão de uma proibição, mas o transtorno do rosto de Deus. Nesta
visão, o primeiro de todos os pecados revela-se um pecado contra a fé. Assim o
medo entrou no mundo e nunca mais o deixou.
TERCEIRO DIA (08/03/16)
MEDITAÇÃO: “Quem diz o povo que eu sou?».
Num tempo em que não existiam ainda os
meios de comunicação Jesus quis lançar esta espécie de «pesquisa de opinião»
entre os seus apóstolos.
o religioso dos servos de Maria relançou a pergunta de Jesus,
recordando que a opinião das pessoas sobre ele era incompleta embora fosse boa.
Consideravam-no um profeta, como Elias ou João Batista, mas esta resposta tem
um limite: Jesus não é um homem do passado, um profeta de outrora. Eis então a
pergunta direta aos seus discípulos: «Mas vós, quem dizeis que eu sou?». O
padre Ronchi observou que no interior desta questão existe um adversativo,
aquele «mas» quase em oposição ao que as pessoas pensam e dizem. Parece até que
o Mestre queira solicitar os apóstolos a refletir e convida-os a não se
contentarem, porque a fé não progride somente por ouvir dizer. Jesus solicita
os apóstolos a rever a sua relação com ele. Não quer definições abstratas, mas
o envolvimento pessoal.
A pergunta «Quem sou eu para ti?» é o coração pulsante da fé,
explicou o religioso. Jesus formula a pergunta em sinal de amizade: não dá
lições, não impõe respostas, mas convida a procurar dentro. Então e só então se
pode responder como fez o pregador: «Encontrar-te foi a melhor coisa da minha
vida!.
QUARTO
DIA (09/03/16)
MEDITAÇÃO: “Pão Partilhado”
«A pedofilia e o apego ao dinheiro são os
dois comportamentos do clero que mais ferem e indignam o povo de cristão». E,
ao contrário, «o que lhe faz feliz é o pão partilhado», uma Igreja capaz de
viver a transparência de Jesus que, «corajoso como um herói e terno como um
apaixonado, não se deixou comprar por ninguém e nunca entrou nos palácios dos
poderosos a não ser como prisioneiro».
Na manhã de quarta-feira, 9 de março,
durante a sexta medição dos exercícios espirituais pregados ao Papa e à Cúria
romana, na capela da Casa do Divino Mestre em Ariccia, o padre Ermes Ronchi não
usou meias-palavras. Denunciou também o escândalo da fome no mundo e exortou a
lutar contra o desperdício.
Para a reflexão inspirou-se na pergunta de
Jesus aos seus discípulos: «Quantos pães tendes?» (Mc 6, 38; Mt 15, 34). «O
sinal do pão» no Evangelho, observou o padre Ronchi, «é o mais repetido porque
é o mais carregado de símbolos». Em relação à Igreja, o pregador advertiu sobre
o facto de a considerar como «uma instituição que repete há milénios as mesmas
palavras e ritos; uma central que tenta produzir consenso ou uma agência de
rating que dá notas sobre a vida moral das pessoas». A Igreja, frisou, «é uma
mãe que protege a vida em todas as suas formas, anuncia a todos que é possível
viver melhor e que Jesus possui a chave para isto».
«A Igreja – prosseguiu – é
Jesus-discípulos-e-multidão, todos juntos, mas com algo que passa de mão em
mão, que os mantém unidos e vivos: não são dogmas nem preceitos, é o pão e a
compaixão que são ambos bens divinos».
QUINTO DIA (10/03/16)
MEDITAÇÃO: “Só
se conhece de joelhos”
Se não entro pela porta do pobre e do
sofredor, ou se não deixo entrar pela porta de casa quem sofre para lhe enxugar
as lágrimas, atravessar a porta santa pode tornar-se até expressão de «uma
falsa religião». A ponto que «o slongan, para as obras de misericórdia e para
combater a cultura do descarte, se poderia transformar em: sê egoísta, pratica
o bem!».
Foi direto à essência do ano santo – que
«se não mexe com a vida não é jubileu» – o padre Ermes Ronchi na manhã de quinta-feira
10 de março, na oitava meditação dos exercícios quaresmais pregados ao Papa e à
Cúria romana na Casa do Divino Mestre em Ariccia. A Igreja e cada cristão
tenham pelas feridas do mundo a compaixão do bom samaritano, porque cuidar de
quem sofre melhora as relações sociais e contrasta a cultura do descarte.
Seguiu a mesma linha também a meditação de quarta-feira à tarde. O perdão de
Deus, explicou o padre Ronchi, é «amor autêntico» que solicita o homem a
tornar-se melhor daquilo que pode ser. «Vai e doravante não tornes a pecar» diz
Jesus à adúltera. E estas «são as seis palavras suficientes para mudar a vida.
O que está para trás não tem mais importância. O que conta agora é o futuro: o
perdão não é ser bonzinho, mas voltar a pôr uma vida a caminho». Muitas
pessoas, concluiu o Padre Ronchi, vivem «como numa prisão perpétua interior,
esmagadas pelos sentidos de culpa por causa de erros do passado». Mas «Jesus
abre as portas da nossa prisão, desmonta os patíbulos sobre os quais com
frequência arrastamos a nós próprios e aos outros». As palavras de Jesus e os
seus gestos «interrompem o esquema bons-maus, culpados-inocentes. Com a
misericórdia, Jesus conduz-nos além da vedação da ética».
SEXTO DIA (11/03/16)
MEDITAÇÃO: “A coragem de sonhar”
É preciso voltar a descobrir «a coragem de sonhar», aquela
coragem testemunhada pelos santos como Francisco Xavier, que acalentou durante
toda a sua vida o «sonho» de chegar à China. Recomendou o Papa Francisco na
conclusão dos exercícios espirituais nos quais participou juntamente com a
Cúria romana.
No final da décima e última meditação feita pelo Padre Ermes
Ronchi na manhã de sexta-feira 11 de março, na capela da Casa do Divino Mestre
dos religiosos paulinos, em Ariccia, o Pontífice proferiu palavras de gratidão
ao pregador, agradecendo-lhe sobretudo pela sua «paixão». Depois, antes de
deixar o instituto, saudou o pessoal da casa e os superiores da Sociedade São
Paulo. Em seguida regressou ao Vaticano numa das três carrinhas que
acompanharam todos os participantes.
Tendo iniciado no final da tarde de domingo 6, os exercícios
dedicados ao tema «As perguntas nuas do Evangelho» concluíram-se com uma
meditação mariana que partiu da anunciação, sobretudo da pergunta dirigida pela
Virgem ao anjo: «Como acontecerá isso?». O pregador, religioso dos Servos de
Maria, recordou aquelas palavras para relançar o fascínio de uma fé inserida no
dia a dia, na simplicidade de uma vida tocada pela graça de Deus. No final o
padre Ronchi, por indicação do Papa, concedeu aos presentes a bênção com anexa
indulgência plenária[2].
Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador
do autor.
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