Hans Küng, teólogo católico progressista e
polemico, nasceu Sursse (Suiça), no dia 19 de março
de 1928, 88 anos atrás!
Foi ordenado
sacerdote em 1954,
Em 1960, Küng foi nomeado
professor de teologia na Universidade Eberhard Karls em Tübingen, Alemanha. Juntamente com o
seu colega Joseph Ratzinger (futuro Papa Bento XVI), foi
apontado como perito pelo Papa João
XXIII como consultor teológico para o Concílio
Vaticano II[1].
No final da década de 1960, Küng iniciou
uma reflexão rejeitando o dogma
da Infalibilidade
Papal, publicada no livro Infallible? An Inquiry
("Infalibilidade? Uma pergunta") em 18 de janeiro de 1970. Este livro
provocou-lhe a perda da Catedra da Universidade de Tübingen e, então,
criaram-lhe o Instituto de Pesquisas Ecumênicas.
Em 26 de setembro de 2005, ele e o Papa Bento XVI
surpreenderam ao encontrar-se para jantar e discutir teologia.
Küng defende o fim da obrigatoriedade do celibato clerical, maior
participação laica e feminina na Igreja
Católica, que, segundo sua interpretação, seria um retorno da
teologia baseada na mensagem da Bíblia.
No ano passado, Küng lançou um livro “Sete
papas. Como eu os vivi”. Começa com Pio XII período em que estuda na
Universidade Gregoriana de Roma e termina com o papa Francisco.
Segundo o resumo do professor Rosino
Gibellini, ele se refere a Pio XII como o papa que se calou. A Joao XXIII ele
se refere um papa inesperado e “fora cristão”. A Paulo VI ele se refere como
“uma mão protetora”. A João Paulo I como o papa dos 33 dias. A João Paulo II
ele se refere como um “pontificado da restauração” e ainda: “repressão por toda
a linha”. A Bento XVI ele se refere como “papa emeritus”. E ao papa Francisco,
ele se pergunta se se trata de uma “primavera vaticana?[2]”
Ainda
recentemente, Küng dedicou um capitulo do seu livro sobre a infalibilidade,
fazendo um apelo urgente para permitir uma discussão aberta e imparcial a
respeito da infalibilidade do papa e dos bispos. Como ele mesmo escreveu em
2016:
“ Estou em
meu 88º ano de vida e posso dizer que não poupei esforços para coletar textos
relevantes, ordená-los cronologicamente segundo as várias fases de altercação e
elucidá-los pondo-os em um contexto biográfico para o Volume 5 de minhas obras
completas. Com o livro em minhas mãos, eu agora gostaria de repetir um apelo ao
papa, apelo que, por vezes, fiz em vão durante a longa altercação teológica e
político-religiosa da Igreja. Eu imploro ao Papa Francisco – que sempre me
respondeu de forma fraternal:
“Receba esta detalhada documentação e permita uma discussão
livre, sem preconceitos e aberta em nossa Igreja sobre todas as questões não
resolvidas e suprimidas relacionadas com o dogma da infalibilidade. Nesse
sentido, o legado vaticano problemático dos últimos 150 anos poderia vir a
termo honestamente e se ajustar em conformidade com a Sagrada Escritura e com a
tradição ecuménica.
Com certeza o senhor vai, além disso, entender que, como
teólogo no fim de seus dias, imbuído por uma profunda afeição pelo senhor e seu
trabalho pastoral, eu quis transmitir-lhe este pedido em tempo de uma discussão
livre e séria sobre a infalibilidade que está bem-substanciada no volume que tem
em mãos: non in destructionem, sed in aedificationem ecclesiae, ‘não no intuito
de destruir, mas de edificar a Igreja’. Para mim pessoalmente, esta seria a
realização de uma esperança de que jamais desisti[3]”.
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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