sexta-feira, 25 de março de 2016

HANS KÜNG 88 ANOS (Serie 71 anos, 229°)


Hans Küng, teólogo católico progressista e polemico, nasceu Sursse (Suiça), no dia 19 de março de 1928, 88 anos atrás!
Foi ordenado sacerdote em 1954, Em 1960, Küng foi nomeado professor de teologia na Universidade Eberhard Karls em Tübingen, Alemanha. Juntamente com o seu colega Joseph Ratzinger (futuro Papa Bento XVI), foi apontado como perito pelo Papa João XXIII como consultor teológico para o Concílio Vaticano II[1].
No final da década de 1960, Küng iniciou uma reflexão rejeitando o dogma da Infalibilidade Papal, publicada no livro Infallible? An Inquiry ("Infalibilidade? Uma pergunta") em 18 de janeiro de 1970. Este livro provocou-lhe a perda da Catedra da Universidade de Tübingen e, então, criaram-lhe o Instituto de Pesquisas Ecumênicas.
Em 26 de setembro de 2005, ele e o Papa Bento XVI surpreenderam ao encontrar-se para jantar e discutir teologia.
Küng defende o fim da obrigatoriedade do celibato clerical, maior participação laica e feminina na Igreja Católica, que, segundo sua interpretação, seria um retorno da teologia baseada na mensagem da Bíblia.
No ano passado, Küng lançou um livro “Sete papas. Como eu os vivi”. Começa com Pio XII período em que estuda na Universidade Gregoriana de Roma e termina com o papa Francisco.
Segundo o resumo do professor Rosino Gibellini, ele se refere a Pio XII como o papa que se calou. A Joao XXIII ele se refere um papa inesperado e “fora cristão”. A Paulo VI ele se refere como “uma mão protetora”. A João Paulo I como o papa dos 33 dias. A João Paulo II ele se refere como um “pontificado da restauração” e ainda: “repressão por toda a linha”. A Bento XVI ele se refere como “papa emeritus”. E ao papa Francisco, ele se pergunta se se trata de uma “primavera vaticana?[2]
            Ainda recentemente, Küng dedicou um capitulo do seu livro sobre a infalibilidade, fazendo um apelo urgente para permitir uma discussão aberta e imparcial a respeito da infalibilidade do papa e dos bispos. Como ele mesmo escreveu em 2016:
            “ Estou em meu 88º ano de vida e posso dizer que não poupei esforços para coletar textos relevantes, ordená-los cronologicamente segundo as várias fases de altercação e elucidá-los pondo-os em um contexto biográfico para o Volume 5 de minhas obras completas. Com o livro em minhas mãos, eu agora gostaria de repetir um apelo ao papa, apelo que, por vezes, fiz em vão durante a longa altercação teológica e político-religiosa da Igreja. Eu imploro ao Papa Francisco – que sempre me respondeu de forma fraternal:
“Receba esta detalhada documentação e permita uma discussão livre, sem preconceitos e aberta em nossa Igreja sobre todas as questões não resolvidas e suprimidas relacionadas com o dogma da infalibilidade. Nesse sentido, o legado vaticano problemático dos últimos 150 anos poderia vir a termo honestamente e se ajustar em conformidade com a Sagrada Escritura e com a tradição ecuménica.
Com certeza o senhor vai, além disso, entender que, como teólogo no fim de seus dias, imbuído por uma profunda afeição pelo senhor e seu trabalho pastoral, eu quis transmitir-lhe este pedido em tempo de uma discussão livre e séria sobre a infalibilidade que está bem-substanciada no volume que tem em mãos: non in destructionem, sed in aedificationem ecclesiae, ‘não no intuito de destruir, mas de edificar a Igreja’. Para mim pessoalmente, esta seria a realização de uma esperança de que jamais desisti[3]”.

Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 




[1] IHU. 2012
[2] IHU. 03/12/2015
[3] IHU. 10/03/2016

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