segunda-feira, 28 de março de 2016

Henri-Marie de Lubac, SJ (Serie 71 anos, 232°)

 
            Um dos grande teólogos do século XX foi o padre de Lubac, SJ, como é mais conhecido.
            Ele nasceu em Cambrai em 20 de fevereiro 1896.
Aos 17 anos, em 1913, entra na Companhia de Jesus, partindo para Inglaterra. Mas no ano de 1916 volta a França onde é alistado no exército e enviado para a batalha de Verdun, que foi o primeiro e mais longo conflito da I Guerra Mundial. Após o conflito volta a Londres para iniciar os seus estudos teológicos, recebendo a ordenação sacerdotal no ano de 1927[1].
Atua muito cedo como professor de Teologia Fundamental e História das Religiões na Universidade Católica de Lyon e na faculdade dos jesuítas de Fourvière.
É deste período, em Lyon que surgiu o seu arriscado trabalho de esconder judeus, muni-los de passaporte e encaminha-los para os E.U.A. e América do Sul
Em 1940, face ao avanço das tropas alemãs, Lubac abandona a cidade de Lyon levando consigo um conjunto de manuscritos, entre os quais se encontrava o dossier sobre a sua obra maior “O Sobrenatural”. As primeiras anotações remontam a 1924, durante o seu noviciado na Companhia de Jesus. Os textos haviam servido, à época, como material para as conversas que mantinha com os seus companheiros aos domingos. Seis anos depois, “O Sobrenatural” é melhorado com estudos posteriores que constituiriam o volume final da obra.
Essa, infelizmente, foi mal compreendida no seu tempo e lhe causou grandes transtornos, como a perda da cátedra de teologia e a imposição de silencio por 10 anos. A acusação era de participar da “Nova Teologia”, eivada de modernismo.
Pio XII em 1950 com a encíclica “humani generis” proibiu esse tipo de teologia nas cátedras católicas!
O papa João XXIII reabilitou esse grande teólogo francês nomeando-o perito do concilio Vaticano II. O papa João Paulo II o nomeou cardeal em 1983! Aderiu depois, infelizmente, ao nascente grupo de Hans Urs von Balthasar e Joseph Ratzinger denominado Communio.
            Conheci pessoalmente o padre de Lubac, na Gregoriana em 1968, no auge de sua carreira teológica. Ele veio para falar sobre secularismo. Entre os palestrantes estavam Karl Rahner, Herry Cox...
            Suas principais obras são: O catolicismo; Exegese Medieval, A revelação divina, o drama do humanismo ateu...
            Soube recentemente[2] que o arcebispo de Paris, Dom André Ving-Trois move ação em favor da canonização do padre de Lubac. E mais um dos condenados do passado, agora, tornados santos. Espero que outro cardeal assuma a causa da canonização do padre Teilhard de Chardin.


Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 




[1] Secretaria Nacional da Pastoral da Cultura
[2]  IHU. 16/02/2016

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