Pierre Teilhard de Chardin nasceu em Orcines (França) a 1 de maio de 1881. Criado em uma
família profundamente católica, Chardin entrou para o noviciado da Companhia de Jesus
em Aix-en-Provence
no ano de 1899 e para o juniorado em 1900, em Laval. Era a época das reformas
liberais de Waldeck-Rousseau,
que retirara das universidades católicas o direito de conceder graus e
posteriormente dissolveu as ordens religiosas e expulsou vinte mil religiosos
da França. Por este motivo, teve que deixar a França e os seus estudos
prosseguiram na ilha de Jersey,
Inglaterra, onde cursou filosofia e letras. Licenciou-se neste
curso em 1902. Entre 1905 e 1908 foi professor de física e química no colégio jesuíta
da Sagrada Família do Cairo, no Egito,
onde teve oportunidade de continuar suas pesquisas geológicas, iniciadas na
Inglaterra. Seus estudos de teologia
foram retomados em Ore Place, de 1908 a 1912. Ordenou-se sacerdote em 1911.
Doutorou-se em filosofia em 1922, logo
depois disso foi professor no Instituto Catolico de Paris.
Em 1922, escreveu Nota sobre algumas
representações históricas possíveis do pecado original, que gerou um dossiê
pela Santa Sé,
acusando-o de negar o dogma
do pecado
original. Teve que assinar um texto que exprimia este dogma do ponto
de vista ortodoxo e foi obrigado a abandonar a cátedra em Paris e
embarcar para Tianjin
na China. Este fato marcará
uma nova etapa da sua vida: o silêncio sobre temas eclesiais e teológicos que
duraria o resto da sua vida. Foi-lhe permitido trabalhar em pesquisas
científicas e suas publicações deveriam ser cuidadosamente revisadas.
Entre
novembro de 1926 e março de 1927, estimulado pelo editor da coleção de
espiritualidade Museum Lessianum, escreveu O Meio Divino a partir de suas notas
de retiro.
A obra foi submetida a dois censores romanos, que a consideraram aceitável. Ao
ser submetida ao Imprimatur,
o cônego encarregado submete a obra a teólogos romanos, que a consideraram
suspeita pela originalidade. Apesar disto, cópias inéditas da obra passaram a
circular, datilografadas e policopiadas.
Em Pequim,
escreveu sua obra prima: O Fenômeno Humano. Encaminhou a obra a Roma em 1940, que prometeu
o exame por teólogos competentes. Várias revisões foram encaminhadas sem que o
nihil obstat fosse concedido.
Em 1946 retornou a Paris. Seus textos mimeografados continuavam
a circular e suas conferências lotavam os auditórios. Foi convidado a lecionar
no Collège de
France. Diante de ameaças de novas sanções pela Santa Sé, dirige-se
a Roma em 1948. A visita foi inútil: foi proibido de ensinar no Colégio da
França e a publicação do Fenômeno Humano não foi autorizada.
Entre 1949 e 1950 deu cursos na Sorbonne que geraram a obra O
grupo zoológico humano. Em 1950 foi eleito membro da Academia de
Ciências do Instituto de Paris.
Em 1950, foi promulgada a encíclica Humani
Generis pelo papa Pio XII,
que na opinião de Chardin, bombardeava as primeiras linhas de seu trabalho.
Em 1951, mudou-se para Nova York, a convite da
Fundação Wenner-Gren, que patrocinou duas expedições científicas na África para pesquisar
sobre as origens do homem sob sua coordenação.
Teilhard de Chardin faleceu em 10 de abril de 1955, num
domingo de Páscoa,
em Nova York. No campo
científico deixou uma obra vasta:
cerca de quatrocentos trabalhos em vinte revistas científicas.
No campo filosófico, seu pensamento pode ser editado por um
comitê internacional porque ele deixou do direito de suas obras para um colega,
não para a sua ordem religiosa. No mesmo ano de sua morte, as Éditions du Seuil
lançaram o primeiro volume das Ouevres de Teilhard de Chardin.
Durante meu
curso de filosofia, no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo, tivemos um
grupo de estudantes coordenados pelo Ivo Storniolo com a finalidade de
conhecermos a vida e a obra de padre Teilhard de Chardin, que parecia a muitos
tratar-se de um herege e de um ex-condenado. Nunca me arrependi de ter feito
parte deste grupo!
Obras de Teilhard de
Chardin
Cartas a Léontine Zanta
Cartas de Viagem
Cartas do Egipto
Ciência e Cristo
O Fenómeno Humano
Hino do Universo
Lugar do Homem no Universo
O Meio Divino
A Minha Fé
Reflexões e Orações no Espaço-Tempo
Sobre a Felicidade / Sobre o Amor
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