O galpão era
grande e servia para aulas de ginastica das alunas, para os recreios no
intervalo das aulas, etc. Foi usado até
mesmo para duas ordenações presbiterais: a do padre João Batista Scotta e do
padre Aryclenes Rodrigues Barbosa!
Pois, foi
neste galpão que entrei uma manhã com a minha caixa de engraxate e logo
apareceram algumas freguesas, pedindo que engraxasse seus sapatos. As meninas
do colégio vestiam uma saia azul marinho plissada e uma camisa branca com o
distintivo do colégio. “Neste tempo” as meninas ainda eram muito recatadas e
não se expunham facilmente.
Estava
engraxando o sapato de uma quando a madre Eulália, superiora do colégio apareceu
e, aos gritos me pôs pra fora!
Ela não percebeu
que, pela minha idade, só queria mesmo ganhar uns trocados com meu oficio de
engraxate e nem me passou pela cabeça, o que passou na dela: pensou que eu
estivesse me aproveitando para ver as “pererecas”.... e fui enxotado pior que
um cachorro vira-lata.
Depois de
padre nos encontramos umas duas vezes. Ela estava aposentada e residindo em
Amparo. Nunca falei com ela sobre o que ela me fez. Mas, até hoje, tenho comigo
esta sua injustiça. Afinal, em tempos de misericórdia, a gente perdoa.
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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