Foi na manha
de hoje, quarta feira santa, dia 23 de março que o papa explicou o sentido do tríduo
pascal nesses termos:
“O Tríduo
Pascal é o memorial de um drama de amor que nos dá a certeza de que nunca
seremos abandonados nas provações da vida”, declarou, perante milhares de
pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a audiência pública semanal.
“O Mistério que veneramos nesta Semana
Santa é uma grande história de amor que não conhece obstáculos”, acrescentou.
A Igreja Católica começa esta quinta-feira a celebrar os dias
mais importantes do seu calendário litúrgico, que assinalam os momentos do
julgamento, morte e ressurreição de Jesus, culminando na Páscoa.
“Na Quinta-feira Santa, com a instituição
da Eucaristia e o lava-pés, Jesus ensina-nos que a Eucaristia é o amor que se
faz serviço”, explicou o Papa.
Segundo Francisco, a Eucaristia é “a presença sublime de
Cristo” que deseja alimentar todos, “sobretudo os mais fracos”, promovendo uma
“comunhão de vida” com os necessitados.
Este conjunto de celebrações do Tríduo
Pascal remontam ao século IV, seguindo as indicações deixadas pelos Evangelhos
sobre a Paixão de Jesus Cristo, que para o Papa “dura até o fim do mundo,
porque é uma história de partilha com os sofrimentos de toda humanidade”.
“Na Sexta-feira Santa chegamos ao momento
culminante do amor, um amor que quer abraçar todos sem excluir ninguém, com uma
entrega absoluta”, afirmou.
O Sábado Santo, tal como a sexta-feira, é
um dia dito ‘alitúrgico’, isto é, sem celebração da Eucaristia ou de outros
sacramentos, o “dia do silêncio de Deus”, referiu o Papa.
“Deve ser um dia de silêncio. Devemos
fazer de tudo para que seja um dia de silêncio para nós, como foi naquele
tempo, o dia do silêncio de Deus”, apelou.
Neste dia, explicou Francisco, “Jesus
partilha com toda a humanidade o drama da morte, não deixando espaços onde a
misericórdia infinita de Deus não chegue”.
“Neste dia, o amor não duvida, como Maria,
a primeira crente - ela não duvidou, guardou silêncio e esperou. O amor que
espera com confiança na Palavra do Senhor até que Cristo ressuscite
esplendoroso no dia de Páscoa”, prosseguiu.
Para explicar este silêncio, Francisco
citou a experiência de Santa Juliana de Norwich (1342-1416), mística inglesa,
que teve uma visão da Paixão de Cristo na qual Jesus afirmou que, se pudesse,
teria sofrido “ainda mais”.
“Este é o nosso Jesus, que diz a cada um de nós: se pudesse
sofrer ainda mais por ti, assim faria”, concluiu.
“Deixai-vos iluminar e transformar
pela força da Ressurreição de Cristo, para que as vossas existências se
convertam num testemunho da vida que é mais forte do que o pecado e a morte. Um
Santo Tríduo Pascal para todos”, desejou[1].
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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