segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O PAPA ACODE MORADORES DE RUA (Séria 71, 195°)


            Segundo a Agência Ecclesia, o Papa demonstra mais uma vez sua preocupação com os moradores de rua de Roma. Depois de ter instituído um abrigo para moradores de rua, de um chuveiro e entradas circo e concertos, o papa Francisco montou um ambulatório médico para os mesmos na colunata da Basílica de São Pedro. O esmoler pontifício, Dom Konrad Krajewski, detalhou a iniciativa nestes termos:
            "Estamos equipados para ajudar todos os que baterem à nossa porta. Foi o Papa Francisco que o desejou e nós, que estamos próximos dele neste empreendimento, sentimo-nos honrados e fortemente motivados para tornar tudo isto possível".
            A Agência Ecclesia, acrescentou:
            “O serviço começa na segunda-feira, dia em que cerca de 150 beneficiários acorrem aos locais com chuveiros e barbearia, inaugurados em 2015, e mudam de roupa, deixando a suja e vestindo a limpa posta à disposição pelo departamento do vestuário”.
            “Estamos gratos ao Papa Francisco por ter querido, mais uma vez, dar um sinal concreto de misericórdia na Praça de São Pedro às pessoas sem-abrigo ou em dificuldade”, disse à emissora pontifícia a diretora da associação ‘Medicina Solidária’, Lucia Ercoli”.
            Esta diretora ainda acrescentou:
”Há muito trabalho a fazer, sobretudo nos bairros das periferias da nossa cidade, mas acredito que este novo ambulatório seja um sinal de grande esperança”.

Citação:

- Agência Ecclesia. 29 de fevereiro 2016.

Digitou o artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

UMA ECONOMIA DE TODOS E PARA TODOS (Série 71, 194°)


            Falando a um grupo de empresários italianos, reunidos em congresso em Roma, hoje, 27 de fevereiro, o papa Francisco insistiu nos seguintes pontos:
            - “Deve ser «o bem comum» a «bússola que orienta a atividade produtiva», para fazer crescer «uma economia de todos e para todos», que não seja «insensível ao olhar dos necessitados”.
            - “... a simples proclamação da liberdade financeira não prevalecer sobre a liberdade concreta do homem e sobre os seus direitos» e «se o mercado não for um absoluto, mas honre as exigências da justiça e, em última análise, da dignidade da pessoa, pois não há liberdade sem justiça, não há justiça sem o respeito pela dignidade”.
            - “ ...a atenção à pessoa concreta exige uma série de escolhas importantes», como «dar a cada um o seu, tirando mães e pais de família da angústia de não poder dar um futuro e nem sequer um presente aos seus filhos; saber dirigir, mas também ouvir, compartilhando com humildade e confiança projetos e ideias; fazer com que o trabalho crie mais trabalho, a responsabilidade crie mais responsabilidade, a esperança crie mais esperança». Por isso, convidou os industriais italianos a empreender a «via mestra» da justiça, rejeitando «os atalhos dos parcialidades e favoritismos, bem como os desvios perigosos da desonestidade e dos compromissos fáceis”.
- “A lei suprema seja sempre — concluiu — a atenção à dignidade do outro», que não pode ser «espezinhada em nome de exigências de produção, que mascaram miopias individualistas, egoísmos e sede de lucro”.

Citação:

- Losservatore Romano. 27 de fevereiro de 2016.

Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

UM ROSTO MATERNO – PATERNO PARA A IGREJA (Serie 71 anos, 193°)


            Surpreendeu-me uma carta aberta enviada ao papa Francisco por uma religiosa italiana de Caserta. Nesta carta ela insistiu pedindo ao papa que, entre as suas “revoluções” faça esta: dar um rosto materno/paterno, feminino-masculino para a Igreja, e tornando esse rosto mais visível!
            Eis o trecho final desta linda carta da irmã Rita: Caro papai Francisco, entre tantas "revoluções" que foste chamado a levar adiante, penso que este é um dos desafios mais importantes e necessários: libertar a face da igreja da sua escravidão masculina. Libertar a igreja daquela imagem que cheira de autoridade, privilégio, poder sacral, dominação, e restituir o bonito rosto, brilhante e transparente de Deus mãe e pai; o rosto divino-humano de Jesus que fala da vida, de compaixão, de misericórdia.
É tempo de novas ressurreições, e estas poderão acontecer somente e quando no altar quotidiano da vida, de relações livres, de misericórdia aceita e doada, abrirmos a "porta" do coração a Cristo, impaciente para fazer-se pão vivo para a fome de todas e de todos, feliz de curvar-se para lavar os pés, sem fazer preferências de pessoas, e muito menos de gênero.
Quando será esta revolução? Nós, mulheres, contigo Francisco, estamos prontas para dar a cara para "acordar o mundo". Permito-me uma sugestão: Quando fizeres viagens missionárias opta, não por concessão, mas porque é justo e bonito, também mulheres para te acompanharem. O poder das imagens é importante para começar a passar uma nova "imagem" de Igreja.
Certa de ser acolhida, sempre unida na oração (como comunidade levamos a sério o convite para rezar por ti, e o fazemos todas as manhãs, nas Laudes), um abraço filial, cheio de afeto e gratidão[1].

Irmã Rita Giaretta
juntamente com as Irmãs Assunta e Nazarena
Caserta, 14 de fevereiro de 2016, primeiro domingo da Quaresma


 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 





[1] IHU. 26/02/2016

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

REPÚDIO À PENA DE MORTE ( Serie 71 anos, 192º)


            Desde o final da Segunda Guerra Mundial no mundo todo, criou-se uma atmosfera favorável ao fim da pena de morte.
            Colaboraram com isso duas entidades internacionais: ONU (organização das Nações unidas) e Human Rights Watch. Elas entenderam que a pena de morte é contraria aos Direitos Humanos e o mais fundamental, o direito a vida.[1]
            Mesmo assim, atualmente 22 países mantem ainda a pena de morte: a China é de longe o pais que mais executa anualmente seus condenados; cerca de 2000 por ano! Outros países que mantem a mesma pena que chamam atenção pelo numero de execuções são: Arábia saudita, Irã e Iraque!
            A característica desses países é que eles “têm em comum o fato de serem regimes autoritários, que cerceiam de maneira cotidiana os direitos humanos de seus cidadãos”.
            No Brasil, a pena de morte existiu até o final do império!
“Na Constituição de 1988, a proibição da pena de morte é cláusula pétrea. Não pode ser alterada por emenda constitucional, plebiscito ou referendo ou qualquer outra forma de mobilização – importante freio institucional aos ardores das versões brasileiras de Widodo. Após a promulgação da nova Carta Magna, o Brasil ratificou os acordos internacionais da ONU e da OEA contra a pena de morte, posição que reforça nos fóruns multilaterais e que, coerentemente, defendeu nas críticas à Indonésia.”
            A Igreja Católica tem nos últimos anos combatido a pena de morte em todos os países do mundo. E, no dia 21 de fevereiro do corrente, o papa Francisco reafirmou este repudio a pena de morte nos seguintes termos: “Auspiciando um «renovado impulso ao compromisso para a abolição», o Papa relevou «um sinal de esperança» no «desenvolvimento, na opinião pública, de uma cada vez mais generalizada oposição à pena de morte». Também porque, comentou, é possível «reprimir eficazmente o crime sem tirar definitivamente àquele que o cometeu a possibilidade de se redimir». Daqui o pedido de «uma justiça penal aberta à esperança da reinserção», dado que «o mandamento “não matar” tem um valor absoluto e diz respeito quer ao inocente quer ao culpado». E neste contexto, concluiu, o ano santo da misericórdia «é uma ocasião propícia para promover no mundo formas cada vez mais maduras de respeito da vida e da dignidade de cada pessoa», tendo em conta que «inclusive o criminoso mantém o direito inviolável à vida».[2]


 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.




[1]  Mauricio Santoro. Pena de morte: uma visão global e o papel do Brasil. IHU. 23/02/2015
[2] Losservatore Romano. 22/02/2016

O POBRE QUE BATE À PORTA (Serie 71 anos, 191°)

 
            Na homilia a missa celebrada hoje, dia 25 de fevereiro na Casa Santa Marta, o papa Francisco comentou o episodio evangélico de Lazaro e o rico Epulão.
            Transcrevo aqui o texto e os comentários feitos pela Agencia Ecclesia[1].
            “O Papa Francisco pediu hoje para os católicos a “graça” de ver os pobres que batem à porta, partindo da parábola evangélica do homem rico e do pobre Lázaro.
“Peçamos ao Senhor a graça de ver sempre os Lázaros que estão à nossa porta, os Lázaros que batem ao coração, e que possamos sair de nós mesmos com generosidade, numa atitude de misericórdia a fim de que a misericórdia de Deus possa entrar em nosso coração”, disse, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.
Segundo Francisco, o homem rico “estava fechado” em si e para ele, além da porta, “não havia nada”.
“O Senhor estava ali na porta, na pessoa de Lázaro que tinha um nome. Este Lázaro com as suas necessidades, misérias e doenças era o Senhor que batia à porta para que aquele homem abrisse o coração e a misericórdia pudesse entrar”, explicou.
Nesse sentido, o Papa começou por questionar: “Sou um cristão que caminha na estrada da mentira, do dizer, ou sou um cristão que segue o caminho da vida, das obras, do fazer?”.
No tempo litúrgico da Quaresma, de preparação para a Páscoa, considerou que “faz bem” a cada um perguntar que estrada está a percorrer e acrescentou: “Quantas fechaduras ainda tenho no meu coração? Onde está a minha alegria: no fazer ou no dizer? O sair de mim mesmo para ir ao encontro dos outros é para ajudar?”
“Olha as obras de misericórdia”, exclamou.
Para o Papa, o homem rico do Evangelho “tinha uma certa religiosidade”, porque “conhecia os mandamentos” e, certamente, ia à sinagoga “todos” os sábados, “uma vez por ano, ao templo”, mas era um “homem fechado”.
“Um homem fechado numa bolha de vaidade. Não tinha a capacidade de olhar além, só para o seu próprio mundo e não percebia o que acontecia fora de seu mundo fechado”, observou.
Francisco sublinhou que o homem rico “só pensava nele” próprio, nas suas riquezas e “entregava-se à boa vida”, sem pensar, por exemplo, “nas necessidades de muitas pessoas ou na necessidade de companhia dos doentes”.
“Não conhecia a periferia que estava próxima da sua porta de casa e percorria o caminho da mentira, porque confiava em si mesmo, nas suas coisas, não confiava em Deus”, desenvolveu o Papa.
“Este é rico, este é poderoso, este pode fazer tudo, este é um sacerdote de carreira, um bispo de carreira. Quantas vezes nomeamos as pessoas com adjetivos porque não têm substância”, acrescentou.



 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 




[1]  Agencia Ecclesia. 25/02/2016

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

QUE OS CORRUPTOS SE CONVERTAM (Série 71, 190°)

http://www.agencia.ecclesia.pt/netimages/noticia/05177886.jpg

Falando hoje, dia 24 de fevereiro, na audiência geral na Praça de São Pedro, dentro da programação sobre a misericórdia, o papa Francisco pediu que os corruptos se convertam e o fez da seguinte forma partindo de um episódio bíblico em que o rei Acab manda matar Nabot para ficar com a sua vinha, “Deus vê este crime e bate à porta do coração de Acab; o rei, confrontado com o seu pecado, entende, humilha-se e pede perdão: que bom seria que os poderosos exploradores de hoje fizessem o mesmo”, declarou.
O Papa assinalou que este episódio do Antigo Testamento continua a manter atualidade e deixar lições para os dias de hoje.
“Esta não é uma história de outros tempos. É uma história atual, dos poderosos que, para terem mais dinheiro, exploram os pobres, exploram as pessoas. É a história do tráfico de pessoas, do trabalho escravo, das pobres pessoas que trabalham sem direitos e com o mínimo, para enriquecer os poderosos. É a história dos políticos corruptos, que querem sempre mais e mais”, denunciou.
“Eis até onde leva o exercício de uma autoridade sem respeito pela vida, sem justiça e misericórdia. Eis até onde leva a sede de poder: transforma-se numa cobiça que nunca se sacia”, acrescentou.
Francisco começou por dizer que a riqueza e o poder podem ser bons e úteis, quando são colocados ao serviço do “bem comum” e não como “privilégio”.
“Quando se perde a dimensão do serviço, o poder transforma-se em arrogância e torna-se domínio e opressão”, alertou.
Continuando o ciclo de catequeses sobre a misericórdia, no Ano Santo extraordinário (dezembro 2015-novembro 2016), o Papa sublinhou que “Deus é maior do que a maldade e os jogos sujos” dos seres humanos.
“Desejo que todos, neste Ano Santo da misericórdia, vivam qualquer forma de poder como serviço a Deus e aos irmãos, com critérios de amor e de justiça, de serviço ao bem comum”, referiu.
Francisco citou depois uma passagem do livro do profeta Isaías, com um alerta para os latifundiários e os ricos: «Ai de vós, os que juntais casas e mais casas, e que acrescentais campos e mais campos, até que não haja mais terreno, e até que fiqueis os únicos proprietários em todo o país».
"E o profeta Isaías não era comunista", acrescentou, de improviso.


Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

É MAIS IMPORTANTE FAZER DO QUE DIZER (Serie 71 anos, 189°)


           Na homilia da missa da manha de hoje na capela da Casa Santa Marta, o papa Francisco, a partir do evangelho, fez o seguinte comentário:

            “Lembrando “a hipocrisia dos escribas e fariseus que convidavam os discípulos de Jesus e a multidão a observarem o que ensinavam”; e a “vaidade” dos “doutores da lei e dos clérigos que gostavam de se vestir como reis”, o Papa argentino desafiou as comunidades cristãs a primarem pela autenticidade de vida, segundo a “verdade do Evangelho”.
“Ser cristão significa fazer: fazer a vontade de Deus. No último dia – porque todos teremos um – o que é que o Senhor nos vai pedir? Acham que ele dirá: ‘O que disseram de mim?'. Não! Ele vai-nos perguntar sobre as coisas que fizemos”, referiu.
“Esta é a vida cristã. Dizer, apenas, leva-nos à vaidade, a fazermos de conta que somos cristãos. E não se é cristão assim”, reforçou ainda[1].
Falando sobre o padre Frenando Cardenal SJ, Falecido em Managua no ultimo dia 20, o escrito nicaraguense Sergio Ramirez fez um elogio ao padre Frenando sublinhando o que justamente disse o papa em Roma, na sua homilia de hoje: "Fernando Cardenal foi um exemplo de comportamento ético, sempre insistiu em que as ações dos seres humanos não devem distanciar-se do que dizem, do que pregam, deve haver essa congruência entre palavra e a ação, e isso define uma posição ética para os nicaragüenses de distintas gerações que seguem seu exemplo"[2].



 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 



[1] Agencia Ecclesia. 23/02/2016
[2] IHU. 23/02/2016