terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

VIAGEM DO PAPA AO MÉXICO – 9 (Serie 71 anos, 179°)


Neste dia, 16 de fevereiro de 2016, o Papa Francisco visitou a cidade de Morelia, onde teve um evento com padres, religiosos e religiosas de todo o país.
 Presidiu uma vigília de oração com os jovens, no estádio do Monarcas.
            Segundo a Agencia Ecclesia[1], o papa  denunciou hoje o tráfico de drogas ao visitar a cidade de Morelia, capital do Estado mexicano de Michoacán, um dos mais violentos do país.
No coração geográfico do México, durante uma Missa com membros do clero e de institutos religiosos, Francisco alertou para a tentação da “resignação” perante “ambientes dominados muitas vezes pela violência, a corrupção, o tráfico de droga, o desprezo pela dignidade da pessoa, a indiferença perante o sofrimento e a precariedade”.
“À vista desta realidade, pode vencer-nos uma das armas preferidas do demónio: a resignação. ‘Que vamos fazer? A vida é assim mesmo’. Uma resignação que nos paralisa e impede não só de caminhar, mas também de abrir caminho”, advertiu.
A capital do Estado de Michoacán foi o primeiro alvo da chamada “guerra contra o narcotráfico” que o antigo presidente Felipe Calderón lançou em 2006.
Os cartéis têm semeado o terror entre a população, alvo de sequestros, execuções sumárias e violações.
O Papa desafiou a Igreja Católica a sair das “«sacristias» e seguranças aparentes” para ser capaz de “arriscar e transformar” este cenário.
Francisco percorreu 20 quilómetros de helicóptero e outros nove em papamóvel, saudado cerca de 300 mil pessoas ao longo da estrada, segundo dados referidos pelo porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
No estádio ‘Venustiano Carranza’, durante a homilia da Missa a que presidiu, o Papa evocou a figura do primeiro bispo de Michoacán, D. Vasco Vásquez de Quiroga, conhecido como defensor dos indígenas, que nasceu em Espanha por volta do ano 1470 e foi líder desta diocese mexicana entre 1535 e 1565, ano da sua morte.
“A realidade vivida pelos índios Purépechas – que ele descreve como «vendidos, vexados e errando pelos mercados a recolher os restos que se deitavam fora» –, longe de o fazer cair na tentação do desânimo e da resignação, moveu a sua fé, moveu a sua vida, moveu a sua compaixão”, recordou o Papa.
Francisco usou o cálice e o báculo deste bispo missionário.
Na Missa com os religiosos foram entoados cânticos e leituras em língua purépecha; o altar também esteve decorado com trabalhos típicos dos mesmos purépechas.
Francisco recordou que D. Vasco de Quiroga promoveu várias iniciativas de ajuda aos indígenas locais, procurando contrariar uma “realidade tão paralisante e injusta”.
“A amargura do sofrimento dos seus irmãos fez-se oração e a oração fez-se resposta concreta. Isto valeu-lhe, entre os índios, o nome de «Tata Vasco» que, na língua purépecha, significa «papá»”, acrescentou, sob os aplausos dos presentes.
O Papa convidou os participantes a dedicar tempo à vida de oração, sem “rotina ou repetição”, para poder “fazer experiência do amor misericordioso” de Deus.
“Ai de nós, se não formos testemunhas do que vimos e ouvimos! Ai de nós! Não somos nem queremos ser funcionários do divino; não somos, nem o queremos ser jamais, empregados de Deus”, advertiu.
A homilia conclui-se em forma de oração: “Pai, Papá, Abbá, não nos deixeis cair na tentação da resignação, do desânimo, não nos deixeis cair na tentação da perda da memória, não nos deixeis cair na tentação de nos esquecermos dos antepassados que nos ensinaram, com a sua vida, a dizer  Pai-Nosso”.



 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 




[1] Agencia Eclessia. 16/02/2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário