Neste dia, 16 de fevereiro de 2016, o Papa
Francisco visitou a cidade de Morelia, onde teve um evento com padres,
religiosos e religiosas de todo o país.
Presidiu uma vigília
de oração com os jovens, no estádio do Monarcas.
Segundo
a Agencia Ecclesia[1], o
papa denunciou hoje o tráfico de drogas ao visitar
a cidade de Morelia, capital do Estado mexicano de Michoacán, um dos mais
violentos do país.
No coração geográfico do México, durante
uma Missa com membros do clero e de institutos religiosos, Francisco alertou
para a tentação da “resignação” perante “ambientes dominados muitas vezes pela
violência, a corrupção, o tráfico de droga, o desprezo pela dignidade da
pessoa, a indiferença perante o sofrimento e a precariedade”.
“À vista desta realidade, pode vencer-nos
uma das armas preferidas do demónio: a resignação. ‘Que vamos fazer? A vida é
assim mesmo’. Uma resignação que nos paralisa e impede não só de caminhar, mas
também de abrir caminho”, advertiu.
A capital do Estado de Michoacán foi o
primeiro alvo da chamada “guerra contra o narcotráfico” que o antigo presidente
Felipe Calderón lançou em 2006.
Os cartéis têm semeado o terror entre a
população, alvo de sequestros, execuções sumárias e violações.
O Papa desafiou a Igreja Católica a sair
das “«sacristias» e seguranças aparentes” para ser capaz de “arriscar e
transformar” este cenário.
Francisco percorreu 20 quilómetros de
helicóptero e outros nove em papamóvel, saudado cerca de 300 mil pessoas ao
longo da estrada, segundo dados referidos pelo porta-voz do Vaticano, padre
Federico Lombardi.
No estádio ‘Venustiano Carranza’, durante
a homilia da Missa a que presidiu, o Papa evocou a figura do primeiro bispo de
Michoacán, D. Vasco Vásquez de Quiroga, conhecido como defensor dos indígenas,
que nasceu em Espanha por volta do ano 1470 e foi líder desta diocese mexicana
entre 1535 e 1565, ano da sua morte.
“A realidade vivida pelos índios
Purépechas – que ele descreve como «vendidos, vexados e errando pelos mercados
a recolher os restos que se deitavam fora» –, longe de o fazer cair na tentação
do desânimo e da resignação, moveu a sua fé, moveu a sua vida, moveu a sua
compaixão”, recordou o Papa.
Francisco usou o cálice e o báculo deste
bispo missionário.
Na Missa com os religiosos foram entoados
cânticos e leituras em língua purépecha; o altar também esteve decorado com
trabalhos típicos dos mesmos purépechas.
Francisco recordou que D. Vasco de
Quiroga promoveu várias iniciativas de ajuda aos indígenas locais, procurando
contrariar uma “realidade tão paralisante e injusta”.
“A amargura do sofrimento dos seus irmãos
fez-se oração e a oração fez-se resposta concreta. Isto valeu-lhe, entre os
índios, o nome de «Tata Vasco» que, na língua purépecha, significa «papá»”,
acrescentou, sob os aplausos dos presentes.
O Papa convidou os participantes a
dedicar tempo à vida de oração, sem “rotina ou repetição”, para poder “fazer
experiência do amor misericordioso” de Deus.
“Ai de nós, se não formos testemunhas do
que vimos e ouvimos! Ai de nós! Não somos nem queremos ser funcionários do
divino; não somos, nem o queremos ser jamais, empregados de Deus”, advertiu.
A homilia conclui-se em forma de oração:
“Pai, Papá, Abbá, não nos deixeis cair na tentação da resignação, do desânimo,
não nos deixeis cair na tentação da perda da memória, não nos deixeis cair na
tentação de nos esquecermos dos antepassados que nos ensinaram, com a sua vida,
a dizer Pai-Nosso”.
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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