sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

VIAGEM DO PAPA AO MÉXICO - 5 (Serie 71 anos, 174°)

 
            Conforme anunciado, o Papa Francisco e o Patriarca Kirill se encontraram hoje, dia 12 de fevereiro, no aeroporto de Havana em Cuba.
            Segundo a Agencia Ecclesia[1], o Papa Francisco dirigiu-se ao Patriarca dizendo: "Somos irmãos, temos o mesmo Batismo".
            A seguir, o Papa o abraçou e o beijou e disse “finalmente”.
O Papa agradeceu ao patriarca de Moscou por ter alterado as datas da sua viagem, após não lhe ter sido possível responder afirmativamente a uma primeira proposta de encontro.
Mas finalmente, o encontro aconteceu, presentes foram trocados e um documento final de Esperança para as igrejas foi expedido.
Massimo Faggioli, professor de Teologia e diretor do Instituto para o Catolicismo e Cidadania da Universidade de St. Thomas (E.U.A.)[2], partindo de sua afirmação de que o Papa Francisco é “alguém que assume alguns riscos, e este evento certamente envolve alguns deles”.
            O mencionado professor, no seu artigo abaixo citado, menciona três riscos:
            Em primeiro lugar, há a dimensão político-diplomática do encontro. O papa está indo se reunir com o líder de uma igreja que é vista, cada vez mais, como parte do regime autoritário de Vladimir Putin e um apoio ideológico para a sua política externa neoimperial. Esta crítica salienta os riscos à credibilidade de Francisco, especialmente se se considerar o papel da Igreja Ortodoxa Russa na sustentação das ações militares de Putin na Síria e na Ucrânia. (Kirill foi, no entanto, mais cauteloso com respeito à Ucrânia, dadas as consequências potenciais da perda da Crimeia e da guerra na Ucrânia oriental para as relações interortodoxas entre Moscou e Kiev.)
Em segundo lugar, há a política interna das igrejas ortodoxas à luz não só das rivalidades históricas entre Moscou e Constantinopla pela supremacia dentro da ortodoxia oriental, mas também do vindouro Grande Sínodo das Igrejas Ortodoxas na ilha grega de Creta, no mês de junho. Alguns consideram Francisco como ingênuo com respeito à forma como o Patriarcado de Moscou poderá usar este encontro para afirmar uma nova supremacia em um período crítico para o futuro das igrejas ortodoxas. Aqui também a guerra na Ucrânia atua como um fator importante.
Em terceiro lugar, há a dimensão ecumênica do encontro. A Igreja Ortodoxa Russa tem estado muito menos engajada no diálogo ecumênico com a Igreja Católica do que o tem o Patriarca de Constantinopla; ao concordar em se encontrar com Kirill, Francisco é acusado de se sentar à mesa com um líder que não tem mostrado um mínimo de espírito ecumênico exigido para dar início a um diálogo com o papa.

           

 Digitou esse texto Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor. 





[1] Agencia Ecclesia. 12/02/2016
[2] IHU. 12/02/2016

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