Na homilia a missa celebrada hoje, dia 25
de fevereiro na Casa Santa Marta, o papa Francisco comentou o episodio evangélico
de Lazaro e o rico Epulão.
Transcrevo aqui o texto e os comentários
feitos pela Agencia Ecclesia[1].
“O Papa Francisco pediu hoje para os
católicos a “graça” de ver os pobres que batem à porta, partindo da parábola
evangélica do homem rico e do pobre Lázaro.
“Peçamos
ao Senhor a graça de ver sempre os Lázaros que estão à nossa porta, os Lázaros
que batem ao coração, e que possamos sair de nós mesmos com generosidade, numa
atitude de misericórdia a fim de que a misericórdia de Deus possa entrar em
nosso coração”, disse, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de
Santa Marta.
Segundo
Francisco, o homem rico “estava fechado” em si e para ele, além da porta, “não
havia nada”.
“O
Senhor estava ali na porta, na pessoa de Lázaro que tinha um nome. Este Lázaro
com as suas necessidades, misérias e doenças era o Senhor que batia à porta
para que aquele homem abrisse o coração e a misericórdia pudesse entrar”,
explicou.
Nesse
sentido, o Papa começou por questionar: “Sou um cristão que caminha na estrada
da mentira, do dizer, ou sou um cristão que segue o caminho da vida, das obras,
do fazer?”.
No
tempo litúrgico da Quaresma, de preparação para a Páscoa, considerou que “faz
bem” a cada um perguntar que estrada está a percorrer e acrescentou: “Quantas
fechaduras ainda tenho no meu coração? Onde está a minha alegria: no fazer ou
no dizer? O sair de mim mesmo para ir ao encontro dos outros é para ajudar?”
“Olha
as obras de misericórdia”, exclamou.
Para
o Papa, o homem rico do Evangelho “tinha uma certa religiosidade”, porque
“conhecia os mandamentos” e, certamente, ia à sinagoga “todos” os sábados, “uma
vez por ano, ao templo”, mas era um “homem fechado”.
“Um
homem fechado numa bolha de vaidade. Não tinha a capacidade de olhar além, só
para o seu próprio mundo e não percebia o que acontecia fora de seu mundo
fechado”, observou.
Francisco
sublinhou que o homem rico “só pensava nele” próprio, nas suas riquezas e
“entregava-se à boa vida”, sem pensar, por exemplo, “nas necessidades de muitas
pessoas ou na necessidade de companhia dos doentes”.
“Não
conhecia a periferia que estava próxima da sua porta de casa e percorria o
caminho da mentira, porque confiava em si mesmo, nas suas coisas, não confiava
em Deus”, desenvolveu o Papa.
“Este
é rico, este é poderoso, este pode fazer tudo, este é um sacerdote de carreira,
um bispo de carreira. Quantas vezes nomeamos as pessoas com adjetivos porque
não têm substância”, acrescentou.
Digitou esse texto
Ricardo Rodrigues de Oliveira, enfermeiro cuidador do autor.
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