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Neste
dia 17 de fevereiro de 2016, último dia da viagem do papa ao México, ele correu
“mais de 1500 quilômetros de avião para chegar à Ciudad Juárez (Estado de
Chihuahua), na fronteira com os EUA, consideradas uma das cidades mais
violentas do mundo, com problemas ligados ao tráfico de pessoas e de droga”.
Visitou primeiro a prisão “CeReSo n.3”, “onde estão cerca de 3 mil detidos!”.
Na mesma cidade o papa
teve encontro com delegações de trabalhadores e de movimentos populares.
Encerou o dia com a missa
junto à fronteira que contou com a participação de vários grupos de vítimas de
violência.
A sua chegada a Roma está
prevista para a tarde de amanhã, dia 18 de fevereiro.
Conforme a Agência Ecclesia, “O Papa
condenou hoje no México a “exploração laboral” e retomou as suas críticas a um
sistema económico que subordina as pessoas aos mercados.
“Deus pedirá contas aos esclavagistas dos nossos dias, e nós
devemos fazer todos os possíveis para que estas situações não voltem a
acontecer. O fluxo do capital não pode determinar o fluxo e a vida das
pessoas”, sustentou, num encontro com empresários e trabalhadores em Ciudad
Juárez, norte do México.
A intervenção assinalou que o lucro e o capital devem estar
“ao serviço do bem comum”.
“Quando o bem comum é forçado a estar ao serviço do lucro e o
único a ganhar é o capital, isso tem um nome: chama-se exclusão. E assim se vai
consolidando a cultura do descarte”, advertiu.
Nesse sentido, o Papa defendeu que o melhor investimento
passa por apostar nas pessoas.
“O melhor investimento é criar oportunidades. A mentalidade
dominante coloca o fluxo de pessoas ao serviço do fluxo de capitais, provocando
em muitos casos a exploração dos trabalhadores, como se fossem objetos”,
precisou.
Falando no pavilhão do ‘Colégio de Bachilleres’, perante
cerca de 3 mil pessoas, o Papa pediu oportunidades dignas para os jovens,
evitando que estes sigam caminhos criminosos.
“Um dos maiores flagelos a que estão expostos os vossos
jovens é a falta de oportunidades de instrução e trabalho sustentável e
rentável, que lhes permitam lançar-se na vida; isso gera em muitos casos
situações de pobreza. E esta pobreza torna-se o terreno favorável para cair na
espiral do narcotráfico e da violência”, advertiu Francisco.
Após ter ouvido os testemunhos de alguns trabalhadores,
Francisco disse que as organizações laborais e os patrões têm de valorizar o
diálogo, em vez de se verem como adversários.
“Que quer o México deixar aos seus filhos? Quer deixar-lhes
uma recordação de exploração, de salários insuficientes, de pressão laboral?”,
questionou.
O Papa lamentou a atmosfera marcada “pela corrupção, a
violência, a insegurança e desconfiança”, que muitas vezes impede a criação de
“oportunidades de trabalho digno”.
“Infelizmente, o tempo em que vivemos impôs o paradigma da
utilidade económica”, lamentou.
Francisco admitiu que alguns criticam quem propõe a Doutrina
Social da Igreja, considerando que esta é “uma voz profética”, não contra
ninguém “mas a favor de todos”.
“Sei que aquilo que proponho não é fácil, mas sei também que
é pior deixar o futuro nas mãos da corrupção, da brutalidade, da falta de
equidade”, alertou.
O Papa concluiu com um pedido para que todos se unam na
construção de “um México onde não haja pessoas de primeira, segunda ou quarta
classe”.
O viagem ao México, iniciada na noite de sexta-feira,
concluiu-se ao final do dia com uma Missa junto à fronteira com os EUA,
alertando para o problema das migrações”.
Citação:
1.
Agência Ecclesia. 17 de fevereiro de 2016.
Digitou este artigo Vinicius Maniezo Garcia enfermeiro e cuidador do autor.
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